1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana
1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana
1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
partir daí, Fernan<strong>do</strong> Cacciotore mostra como o discurso uruguaio em torno da questão <strong>do</strong>s<br />
limites tornou-se ambíguo, ora invocan<strong>do</strong>, ora recusan<strong>do</strong> o ato <strong>de</strong> incorporação, tentan<strong>do</strong><br />
ultrapassar os limites <strong>de</strong>senha<strong>do</strong>s em 1821. Entre 1830 e 1851, o Uruguay tu<strong>do</strong> fez para<br />
ajustar com o Brasil o melhor <strong>do</strong>mínio territorial possível. Este é o perío<strong>do</strong> das intervenções<br />
anglo-francesas no Prata e da Guerra contra Oribe e Rosas, o dita<strong>do</strong>r argentino. A intervenção<br />
brasileira no Prata emanou mais da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os interesses <strong>do</strong>s sul-riogran<strong>de</strong>nses,<br />
que sofriam forte perseguição <strong>de</strong> Oribe. Em 1845, as proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s brasileiros<br />
cobriam cerca <strong>de</strong> 25% <strong>do</strong> território uruguaio e 65% <strong>de</strong>las sofreram ataques <strong>do</strong> orientais.<br />
Para Fernan<strong>do</strong> Cacciotore, o Trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1851, <strong>de</strong> aliança, <strong>de</strong> limites e <strong>de</strong> subsídios,<br />
contribuíram inevitavelmente para a consolidação da soberania uruguaia. Ele louva a ação,<br />
esclarecida, <strong>do</strong> monarca brasileiro D. João VI, na condução da política externa para com o Prata<br />
e indica o cuida<strong>do</strong> <strong>do</strong> Brasil em condicionar a aliança ao trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> limites, mas sem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />
os direitos soberanos uruguaios. Os interesses <strong>do</strong>s sul-rio-gran<strong>de</strong>nses, por exemplo, que<br />
<strong>de</strong>sejavam limites mais ao sul <strong>do</strong> que os <strong>de</strong> 1821, não foram contempla<strong>do</strong>s. Por sua vez, o<br />
Uruguay abriu <strong>de</strong>finitivamente mão da pretensão <strong>de</strong> ver aplica<strong>do</strong> o trata<strong>do</strong> preliminar <strong>de</strong> Santo<br />
Il<strong>de</strong>fonso. Finalmente, tinha o Uruguay a sua soberania territorial assegurada e os <strong>do</strong>is países<br />
chegavam à estabilida<strong>de</strong> jurídica nas relações bilaterais <strong>de</strong> fronteira.<br />
O livro <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> Cacciotore nos revela o processo <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
1852 e 1862. As questões breves, o funcionamento da comissão e o esforço brasileiro para<br />
contornar a protelação <strong>do</strong> Governo oriental. Conclui exaltan<strong>do</strong> a política <strong>do</strong> Barão <strong>do</strong> Rio<br />
Branco, que em 1909 ce<strong>de</strong>u unilateralmente parte das águas da Lagoa Mirim e <strong>do</strong> Rio Jaguarão<br />
<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 96 -