1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana
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Fe<strong>de</strong>ralismo. Sua simbologia, abnegação e resistência, até mesmo em <strong>de</strong> ser preso 27 vezes por<br />
escrever o que pensava em <strong>de</strong>lica<strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s políticos da nossa cida<strong>de</strong> e país. Des<strong>de</strong> os 20<br />
anos, quan<strong>do</strong> o seu professor, o historia<strong>do</strong>r Dante <strong>de</strong> Laytano, o incumbiu <strong>de</strong> três missões:<br />
escrever a história da cida<strong>de</strong>, criar um museu e escrever a biografia <strong>do</strong> Canabarro. Mas, ele fez<br />
muito mais pelos santanenses e pela nossa cida<strong>de</strong>, acalentou e ensinou a importância <strong>do</strong><br />
reconhecimento pelos que <strong>de</strong>ram a sua vida para o que hoje nos auto<strong>de</strong>nominamos, livres e<br />
sem fronteiras.<br />
Ivo iniciou ce<strong>do</strong> no trabalho, com <strong>do</strong>ze anos incompletos, passou a exercer suas ativida<strong>de</strong>s<br />
como ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong> jornal (jornaleiro) no “O Republicano”, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Coronel Francisco<br />
Flores da Cunha. Nesse tradicional órgão <strong>de</strong> imprensa permaneceu até sua extinção em 1952,<br />
ten<strong>do</strong> exerci<strong>do</strong> as funções <strong>de</strong> entrega<strong>do</strong>r <strong>de</strong> jornais aos assinantes, revisor, repórter,<br />
correspon<strong>de</strong>nte em Porto Alegre, e redator-chefe. Depois <strong>de</strong> rápida passagem pelo jornal “A<br />
Platéia”, ingressou, em 1953, no jornal “Diário <strong>do</strong> Sul”, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Antônio Britto, ali<br />
permanecen<strong>do</strong> até o final <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 1954, quan<strong>do</strong>, em companhia<br />
<strong>do</strong> jornalista Sérgio Fuentes, fun<strong>do</strong>u a ‘Impressora Limitada”. Em<br />
fevereiro <strong>de</strong> 1955, fez ressurgir o jornal “Folha Popular”, em nova<br />
fase, e <strong>do</strong> qual foi diretor por vários anos. Professor, exerceu o<br />
magistério <strong>de</strong> 1952 a 1958, na escola da Igreja Anglicana Episcopal<br />
<strong>do</strong> Brasil, “Instituto <strong>Livramento</strong>”, lecionan<strong>do</strong> a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> História<br />
nas quatro séries <strong>do</strong> curso ginasial. Após um estágio <strong>de</strong> mais <strong>de</strong><br />
um ano no Museu Júlio <strong>de</strong> Castilhos, <strong>de</strong> Porto Alegre, com o apoio e<br />
incentivo <strong>do</strong> Professor e Historia<strong>do</strong>r Dr. Dante <strong>de</strong> Laytano, fun<strong>do</strong>u, em 25 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1952,<br />
em Sant’Ana <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong>, o Museu Municipal David Canabarro, cuja direção ocupou até<br />
outubro <strong>de</strong> 1953, sem nenhum ônus para a municipalida<strong>de</strong>. A convite <strong>do</strong> Prefeito Dr. Ney<br />
Cavalheiro Campos, em 1974, voltou a exercer a direção <strong>do</strong> Museu Municipal, por cerca <strong>de</strong> um<br />
ano, a fim <strong>de</strong> reorganizá-lo. Des<strong>de</strong> o chama<strong>do</strong> movimento da legalida<strong>de</strong>, em agosto <strong>de</strong> 1961,<br />
quan<strong>do</strong> criou o primeiro comitê <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong>mocrática em Sant’Ana, na <strong>de</strong>fesa da<br />
Constituição, começou a ter problemas com as autorida<strong>de</strong>s militares que fizeram, inclusive,<br />
uma intervenção no jornal Folha Popular. Quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> golpe militar <strong>de</strong> 1964, além das medidas<br />
que o afastaram da Prefeitura, teve que respon<strong>de</strong>r a vários. Inquéritos Policiais Militares<br />
(IPMs). De 1964 a 1969, por imposição militar, foi obriga<strong>do</strong> a <strong>de</strong>ixar a direção <strong>do</strong> jornal Folha<br />
Popular.<br />
Em seus últimos anos <strong>de</strong> vida, sempre foca<strong>do</strong> no lega<strong>do</strong> histórico da nossa cida<strong>de</strong>, direcionou<br />
suas pesquisas e seus trabalhos para o resgate da memória política <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. Seja<br />
reunin<strong>do</strong> em seu importante acervo, <strong>do</strong>cumentos e informações a respeito <strong>de</strong> figuras que se<br />
salientaram nas ativida<strong>de</strong>s legislativas e executivas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, bem como sobre Parti<strong>do</strong>s<br />
Políticos. Ivo Caggiani apesar <strong>de</strong> ter faleci<strong>do</strong> em 19 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2000, continua vivo nas letras<br />
como patrono da ca<strong>de</strong>ira 23 da Aca<strong>de</strong>mia Santanense <strong>de</strong> Letras, ora ocupada pelo confra<strong>de</strong><br />
Marcelo Domigues D´Ávila.<br />
<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 165 -