1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana
1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana
1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>de</strong>sgastou o atacante. Já ao anoitecer, as alas fecharam-se sobre os orientais. Nesse momento<br />
regressan<strong>do</strong> <strong>do</strong> vitorioso encontro <strong>do</strong> Arapeí, chegou ao Catalan José <strong>de</strong> Abreu que pegou<br />
<strong>de</strong>sprevenida a ala esquerda <strong>de</strong> Latorre e a <strong>de</strong>stroçou. Os uruguaios assim colhi<strong>do</strong>s refugiaramse<br />
em um bosque e ofereceram <strong>de</strong>sesperada resistência, principalmente com arma branca, aos<br />
infantes e cavalarianos que os foram enfrentar. Aí morreram, tentan<strong>do</strong> penetrar o arvore<strong>do</strong>, o<br />
comandante. Antonio José <strong>do</strong> Rosário, <strong>do</strong> 2º <strong>de</strong> São Paulo, e os capitães Vitoriano Centeno, José<br />
Prestes e Corte Real. Foi apenas já a noite alta que a divisão brasileira, à baioneta, expugnou e<br />
limpou o bosque. Ao cronista da campanha, Diogo Arouche <strong>de</strong> Moraes Lara, coube receber a<br />
rendição <strong>do</strong>s sobreviventes. Sua <strong>de</strong>scrição: “Novecentos mortos, inclusive 20 oficiais, 290<br />
prisioneiros, <strong>de</strong>ntre os quais sete oficiais, <strong>do</strong>is canhões, uma ban<strong>de</strong>ira, sete caixas <strong>de</strong> guerra e<br />
outros instrumentos <strong>de</strong> música marcial, 6.000 cavalos, 600 bois, muitas espingardas, lanças,<br />
espadas, arreios <strong>de</strong> montar e munições, foi a perda <strong>do</strong> inimigo nessa batalha, certamente a<br />
maior nessa campanha”. Perdas <strong>do</strong>s vence<strong>do</strong>res: 79 mortos, sen<strong>do</strong> cinco oficiais; 164 feri<strong>do</strong>s,<br />
<strong>do</strong>s quais 12 oficiais. Artigas <strong>de</strong>rrota<strong>do</strong> na batalha <strong>de</strong> Catalán, em 1817, iniciou movimentos <strong>de</strong><br />
guerrilha que duraram três anos. Não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> mais resistir, asilou-se no Paraguai, on<strong>de</strong><br />
morreu trinta anos <strong>de</strong>pois, sem haver retorna<strong>do</strong> a seu país.<br />
*fonte: Dicionário das Batalhas Brasileiras, Hernâni Donato, Bibliex, 2001.<br />
Transcrevo aqui um parágrafo <strong>de</strong> José Luis Zorrilla <strong>de</strong> San, sobre a brutal batalha <strong>do</strong> arroio<br />
Catalan em que participaram gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> lanceiros charrúas, minuanos e guaranis<br />
artiguistas. É uma amostra <strong>do</strong> patriotismo daqueles índios, da sua valentia e a entrega <strong>de</strong> suas<br />
vidas pela liberda<strong>de</strong>:<br />
"Una nueva y suprema batalla se libró allí, en aquel bosque sagra<strong>do</strong>. No fue una batalla,<br />
fue una ejecución a cañonazos. Hora clamorosa! Las <strong>de</strong>scargas portuguesas sonaban sin<br />
interrupción, y sólo eran contestadas por interjecciones <strong>de</strong> rabia, los pocos fusiles compatriotas ya<br />
no tenían voz. De repente, salían <strong>de</strong> entre los árboles, como fieras <strong>de</strong> su guarida, diez, veinte<br />
jinetes casi <strong>de</strong>snu<strong>do</strong>s, que cargaban dan<strong>do</strong> alari<strong>do</strong>s y caían sobre las bayonetas enemigas. Y nadie<br />
se rindió. Hasta que en aquel bosque quedó sólo el silencio. Porque los que habían vivi<strong>do</strong>, callaban<br />
para siempre.”<br />
*fonte: José Eduar<strong>do</strong> Picerno García, Psicólogo, naci<strong>do</strong> en Canelones-UY – pesquisa<strong>do</strong>r da temática Charrúa.<br />
Batalha <strong>de</strong> Tacuarembó<br />
Foi um combate entre forças luso-brasileiras, comandadas pelo Con<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Figueira, e forças uruguaias (índios das missões em sua maiora),<br />
comandadas pelo coronel Andrés Latorre, que teve lugar <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> janeiro<br />
<strong>de</strong> 1820 as margens <strong>do</strong> rio Tacuarembó Chico. Ali enfrentaram-se 1.200<br />
solda<strong>do</strong>s brasileiros e 2 mil solda<strong>do</strong>s orientais. Com vitória brasileira, a<br />
batalha foi importante porque significou o enfraquecimento das forças <strong>do</strong><br />
herói uruguaio José Gervasio Artigas, que pouco tempo <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong>rrota<strong>do</strong> e golpea<strong>do</strong> por seus<br />
compatriotas em luta interna pelo po<strong>de</strong>r no seu país, Artigas marcha para o Paraguai<br />
<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 21 -