1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana
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Os revolta<strong>do</strong>s, com o objetivo <strong>de</strong> se distanciar mais <strong>de</strong> sua base <strong>de</strong> operações, os<br />
inimigos imperiais, retiram-se para atraí-los para o Oeste, on<strong>de</strong> os obrigaram a<br />
arruinar a sua cavalhada nos pedregosos terrenos <strong>do</strong> Caverá. O Briga<strong>de</strong>iro Ribeiro,<br />
comandante <strong>de</strong> uma coluna <strong>de</strong> cavalaria legalista, <strong>de</strong>stacou o coronel João Propício<br />
Menna Barreto, com 600 homens da 7ª Brigada que passou no Ibirapuitã e<br />
aprisionou um vigia revolucionário, Gue<strong>de</strong>s da Luz. As forças comandadas pelo Coronel Menna Barreto<br />
foram <strong>de</strong>stacadas para perseguirem os rebel<strong>de</strong>s. Ten<strong>do</strong> noticia da localização <strong>do</strong> acampamento<br />
farroupilha, o comandante legalista acelerou a marcha e pouco <strong>de</strong>pois, a 30 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1843, rompeu<br />
fogo contra os revoltosos. Os farrapos não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> oferecer combate, foram obriga<strong>do</strong>s a fugir para o<br />
território uruguaio. Há registros arquiva<strong>do</strong>s pelo historia<strong>do</strong>r por Ivo Caggiani, em que o Caxias ocupou<br />
<strong>Livramento</strong> com 4.000 homens em 31 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1843, obrigan<strong>do</strong> 2.500 revolucionários a abrigaremse<br />
no Cuñapiru, Uruguay.<br />
Fato local no diário <strong>de</strong> Antônio Vicente da Fontoura<br />
(Transcrito com a grafia original)<br />
“Sant’Anna <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong> - 16 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1845.<br />
Acabo <strong>de</strong> chegar a este povo, em seguimento <strong>de</strong> Canabarro com um<br />
oficial imperial que leva or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> barão <strong>de</strong> Bento Manoel para fazer alto no<br />
Alexandre Ribeiro não avançan<strong>do</strong> nem fazen<strong>do</strong> avançar força alguma alem<br />
<strong>de</strong>ste povo, enquanto se tratar da ultimação da paz. Canabarro está, segun<strong>do</strong><br />
dizem, pelo Funchal, e Bento Manoel junto dêle, sempre perseguin<strong>do</strong>-o. Neto<br />
ontem atravessou junto daqui, toman<strong>do</strong> a direção <strong>do</strong> Pamoroti, só com o seu<br />
piquete. Vai blasfeman<strong>do</strong> contra a paz alvoroçan<strong>do</strong> o povo e, ousada, torpe, e<br />
falsamente, prometen<strong>do</strong> que, no município <strong>de</strong> Piratini, ele só reunia 800<br />
homens para opor-se a paz. Assim afirmo ao Serrasim, que com sua cabeça<br />
francesa voan<strong>do</strong> sempre por esse belo i<strong>de</strong>al crê e julga mais honroso<br />
anarquizar os poucos republicanos, insuflar-lhes uma guerra <strong>de</strong> extermínio e<br />
horror <strong>de</strong> que ce<strong>de</strong>rmos alguma cousa <strong>de</strong> nosso capricho para obtermos a<br />
paz, única e salva<strong>do</strong>ura taboa <strong>de</strong> nosso bem e <strong>de</strong> nossa passada reputação –<br />
Loucos! Insanos! Loucos! Daqui faço seguir Zeferino com o oficial imperial em<br />
<strong>de</strong>manda da David com comunicações minhas e <strong>do</strong> barão, para que volte a ocupar o terreno que fica <strong>de</strong>sta<br />
capela ao Poncho Ver<strong>de</strong>, no Cunha durante o tempo necessário para conclusão <strong>de</strong> negocio. Eu sigo já e já a<br />
alcançar o Neto para se ainda for tempo, arrancá-lo <strong>do</strong> abismo a que conduz sua louca ambição com grave<br />
prejuízo nosso e, si tenaz perseguir, êle só apressará a hora <strong>de</strong> sua punição.<br />
Canabarro tem-se visto na precisão <strong>de</strong> ir <strong>de</strong>saparecen<strong>do</strong> para a retaguarda e flanco direito <strong>do</strong><br />
inimigo algumas orças, por não compremeter o to<strong>do</strong> <strong>de</strong>las visto que vai muito a pé, levan<strong>do</strong> sempre i<br />
inimigo em seguimento. Assim pe que João Antonio Carvalho e Frutuoso tomaram a direção <strong>do</strong>s Ibicuis,<br />
com forças; o Portinho e Valença, também foram e como os creio na Musica nesta minha volta em<br />
<strong>de</strong>manda <strong>do</strong> Neto, hei <strong>de</strong> ali tocar a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir algum neto pensamento que por ventura passam eles<br />
haver a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>.<br />
Ah! Muito a <strong>do</strong>bra<strong>do</strong> trabalho me tem da<strong>do</strong> os meus patrícios aqui <strong>do</strong> que esses venais espertalhões<br />
da Côrte! – A<strong>de</strong>s – etc.”<br />
<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 80 -