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1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana

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Nosso chão foi testemunha <strong>de</strong> operações<br />

multitudinárias <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> vaqueiros<br />

indígenas li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s por seus capitães espanhóis<br />

ou portugueses e milhares <strong>de</strong> cavalos, anos e anos,<br />

corren<strong>do</strong> léguas e a va<strong>de</strong>ar os rios da região,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o rio Uruguai até os rios Taquarembó,<br />

Ibicui, Ibirapuitã... Os índios com um perfil <strong>de</strong><br />

bravura perseguiram e foram persegui<strong>do</strong>s;<br />

hostilizaram e foram hostiliza<strong>do</strong>s; foram valor e<br />

ataque; anos <strong>de</strong>pois, exibição e esquecimento. Aos<br />

pouco foram sen<strong>do</strong> expulsos, aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> suas habitações a ruína como prova <strong>do</strong> extermínio,<br />

mesmo assim, nos <strong>de</strong>ixaram a sua língua <strong>do</strong>minante tupi-guarani como memória. Ex:<br />

taquarembó - taquara; batovi - seio <strong>de</strong> mulher; itacuatiá - pedra; caraguatá - nome <strong>de</strong> planta;<br />

butiá - fruto silvestre; cuñapiru - mulher magra; uruguai - rio <strong>do</strong>s pássaros; abaeté - homem<br />

forte; biboca - moradia humil<strong>de</strong>; jacu - ave silvestre; mani - amen<strong>do</strong>im; quaraí - rio das garças;<br />

chácara - plantação...<br />

Descen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Sepé em Masoller: Um grupo <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>res que<br />

ganhou um concurso <strong>do</strong> Ministério <strong>de</strong> Educação <strong>do</strong> Uruguay com o<br />

projeto “Por las huellas <strong>de</strong> Sepé”, investigaram a vida <strong>do</strong> último<br />

Cacique Charrúa Sepé em Masoller (Departamento <strong>de</strong> Rivera). São<br />

eles Yamandú Cruz, Rodrigo Spaenuolo y Sergio Borfain. A<br />

investigação teve caráter histórico, começou em Montevidéu,<br />

continuan<strong>do</strong> em Paysandú, Tacuarembó, Artigas e Rivera. Ao<br />

finalizarem as pesquisas no território uruguaio, o qual o Cacique<br />

viveu vários anos <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> profundas pegadas no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />

Rivera. Os pesquisa<strong>do</strong>res visitaram Masoller on<strong>de</strong> o Cacique esteve e<br />

entrevistaram muita gente que ficou interessada com a história. Suspeitam que Sepé, esteve ali antes <strong>de</strong><br />

matar o Coronel Bernabé Rivera e <strong>de</strong>pois fugir para terras brasileiras, on<strong>de</strong> se misturou e lutou ao la<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s Farrapos (1835-1845). Calculam que faleceu ali e que a sua cabeça, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>senterrada, foi<br />

levada a um lugar <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>. Sobre o Sepé disseram que o último Cacique charrua ao falecer nos<br />

anos <strong>de</strong> 1864/1866, os possibilitou a conhecer os testemunhos daqueles que sabem da sua vida. Ele se<br />

salvo <strong>de</strong> “Salsipue<strong>de</strong>s” (emboscada num afluente <strong>do</strong> Rio Negro em 11-04-1831,<br />

consi<strong>de</strong>rada o masacre <strong>do</strong>s Charruas, atribuí<strong>do</strong> a Fructuoso e seu sobrinho Bernabé<br />

Rivera – o local foi <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “Cueva <strong>de</strong>l Tigre”). Ele regressou ao país <strong>de</strong>pois da<br />

Gran<strong>de</strong> Guerra <strong>de</strong> 1845 para instalar-se nos campos <strong>de</strong> Taquarembó. Isso lhes<br />

permitiu falar <strong>de</strong> um ser que se conhecia seu modus vivendi, se sabia que tinha<br />

filhos, uma tribo que estava dizimada, mas mesmo assim restavam alguns<br />

integrantes. Contam que estes mesmo com a raiz <strong>de</strong> uma roupa contaminada por<br />

varíola, morreram, fican<strong>do</strong> somente Sepé e seus <strong>do</strong>is filhos, seus <strong>do</strong>is fiéis cães,<br />

que ao falecer seu <strong>do</strong>no, se <strong>de</strong>itaram no sepulcro e ali morreram <strong>de</strong> tristeza.<br />

Supõe-se que seu falecimento foi por envenenamento <strong>de</strong> uma bebida numa<br />

pulperia (venda). Contam que durante a sua existência gostava <strong>de</strong> contar como<br />

havia da<strong>do</strong> morte a Bernabé Rivera e isso foi motivo <strong>de</strong> que ganhasse muitos<br />

inimigos. *fonte: Diario El Norte – Nota <strong>do</strong> autor: O Sepé das Missões morreu em 1756 lancea<strong>do</strong> por um dragão<br />

português e o governa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Montevidéu, D. José Joaquim Viana, que lhe <strong>de</strong>u um tiro fatal na face.<br />

<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 8 -

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