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1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana

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Início da povoação <strong>de</strong> NªSª <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong><br />

Antes, no silêncio da nossa ausência, havia calma e um pampa que<br />

corcoveava selvagemente. Mas veio a Guerra da Cisplatina que<br />

marcou a alma <strong>do</strong> nossa terra, on<strong>de</strong> antes <strong>de</strong> se tornar vila pacata,<br />

passou por sangrentos combates. Sant’Ana <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong> teve sua<br />

origem em campos neutrais <strong>do</strong> Rio da Prata nos anos <strong>de</strong> 1810,<br />

on<strong>de</strong> ali culminaram as in<strong>de</strong>pendências das colônias espanholas<br />

que <strong>de</strong>spertara no Império <strong>do</strong> Brasil preocupação para cuidar das<br />

fronteiras da Capitania <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> e em seu intento<br />

expansionista organiza um exército em que é dividi<strong>do</strong> em <strong>do</strong>is<br />

<strong>de</strong>stacamentos principais. Um <strong>de</strong>les Estabelecen<strong>do</strong>-se às margens<br />

<strong>do</strong> arroio Ibirapuitã, que se chamou <strong>de</strong> “Acampamento <strong>de</strong> São Diogo”, o que <strong>de</strong> fato marcou o início <strong>do</strong><br />

povoamento com a construção <strong>de</strong> uma capela junto ao referi<strong>do</strong> arroio. Este lugar não foi <strong>de</strong> agra<strong>do</strong> das<br />

autorida<strong>de</strong>s religiosas, sen<strong>do</strong> assim <strong>de</strong>slocada a capela para outro local <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Itacuatiá, on<strong>de</strong><br />

logo foi fundada a capela Nossa Senhora <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong> no dia 30 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> <strong>1823</strong>.<br />

Tu<strong>do</strong> iniciou com a chegada da 2ª Divisão <strong>do</strong> Exército Imperial ao Ibirapuitã a partir <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong><br />

setembro <strong>de</strong> 1810 sob coman<strong>do</strong> geral <strong>de</strong> D. Diogo <strong>de</strong> Sousa e li<strong>de</strong>rada pelo Marechal <strong>de</strong> Campo<br />

<strong>de</strong> Infantaria Joaquim Xavier Cura<strong>do</strong>, com 1.109 homens e mais as suas famílias. Ali afluíram<br />

para esse ponto algumas famílias <strong>de</strong> militares e vários paisanos que formaram uma pequena<br />

al<strong>de</strong>ia conhecida como “Os Apareci<strong>do</strong>s”. Eram eles os primeiros povoa<strong>do</strong>res da futura Colônia,<br />

e tinham a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resguardar a conquista das Missões, ocupadas em 1801. Chamou-se <strong>de</strong><br />

início, Acampamento da São Diogo, localiza<strong>do</strong> nos campos da antiga fazenda <strong>de</strong> São Diogo.<br />

Quan<strong>do</strong> o marechal Cura<strong>do</strong> partiu para a campanha da Cisplatina em 1811, contava aqui com<br />

mais <strong>de</strong> 2.000 homens que tinham fica<strong>do</strong> no acampamento no aguar<strong>do</strong> <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns <strong>do</strong> Coronel<br />

João <strong>de</strong> Deus Mena Barreto que tinha organiza<strong>do</strong>, por or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> D. Diogo <strong>de</strong> Sousa, um novo<br />

regimento <strong>de</strong> milícias.<br />

E em 09 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1810, o Marechal Cura<strong>do</strong>, em ofício comunica<br />

ao Governa<strong>do</strong>r da Capitania D. Diogo <strong>de</strong> Sousa a instalação <strong>do</strong><br />

acampamento sob o nome <strong>de</strong> São Diogo, no lugar <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pelo<br />

“Plano <strong>de</strong> Organização Militar da Capitania <strong>de</strong> São Pedro”. Um local<br />

previamente escolhi<strong>do</strong> pelo Marechal Patrício Corrêa da Câmara e seu<br />

ajudante Cel. Manoel <strong>de</strong> Marques <strong>de</strong> Souza.<br />

Conforme mapa <strong>do</strong> acampamento havia uma capelinha <strong>de</strong> pau-a-pique<br />

barreada como os <strong>de</strong>mais ranchos, armazém e hospital. A casa da<br />

pólvora fora construída com o basalto em gran<strong>de</strong>s blocos perto da<br />

cachoeira e <strong>de</strong> uma picada <strong>do</strong> mesmo nome <strong>de</strong> São Diogo. A primeira<br />

missa solene para benzer a terra e os homens que iriam habitá-la, como<br />

<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 54 -

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