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1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana

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Em 18 <strong>de</strong> agosto, chega o coronel Bitencourt com uma coluna vinda <strong>de</strong> Orqueta, agora reduzida<br />

aos 11º e 13º batalhões <strong>de</strong> Infantaria, a caixa militar e a um comboio <strong>de</strong> material bélico. Em 21<br />

<strong>de</strong> agosto, Caxias passa revista às tropas que acabam <strong>de</strong> chegar <strong>de</strong> S. Gabriel e <strong>de</strong> São Borja<br />

comandadas respectivamente pelo Marechal Bento Manoel Ribeiro e o Coronel Falcão, as quais<br />

estavam acampadas no arroio Sarandy. Eram 6.000 homens distribuí<strong>do</strong>s nas seguintes<br />

unida<strong>de</strong>s: 2º, 5º, 6º, 7º, 8º e 12º Batalhões <strong>de</strong> Infantaria; 3º e 4º Regimentos <strong>de</strong> Cavalaria; 1º<br />

Regimento <strong>de</strong> Artilharia a Cavalo com 19 bocas <strong>de</strong> fogo e Corpos <strong>de</strong> Cavalaria da Guarda<br />

Nacional <strong>do</strong> Rio Par<strong>do</strong>, Missões, São Gabriel e Caçapava. Foi nessa revista que Caxias encontrou<br />

apenas 45.000 tiros <strong>de</strong> infantaria, 500 <strong>de</strong> artilharia e os corpos mal farda<strong>do</strong>s, precisan<strong>do</strong><br />

retirar as segundas mudas <strong>de</strong> fardamentos <strong>de</strong> alguns solda<strong>do</strong>s para uniformizar outros.<br />

A força total <strong>do</strong> Exército somava em torno <strong>de</strong> 16.000 homens, sen<strong>do</strong> 6.500 <strong>de</strong> infantaria, 8.900<br />

<strong>de</strong> cavalaria e 800 <strong>de</strong> artilharia com 23 bocas <strong>de</strong> fogo. “ A mobilização e concentração <strong>do</strong><br />

Exército Brasileiro durou aqui 66 dias. Isto é, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> julho, data em que Caxias assumiu o<br />

coman<strong>do</strong> em Porto Alegre, até 04 <strong>de</strong> setembro, dia em que partem para o território inimigo<br />

para se encontrar e completar com o restante <strong>do</strong> consi<strong>de</strong>rável contingente <strong>de</strong> guerra.<br />

A esse respeito, Paranhos Antunes diz o seguinte:<br />

“Caxias alojou-se com o seu Esta<strong>do</strong> Maior em uma casa da praça da povoação e o 2º Regimento<br />

que o acompanhava foi acampar ao sul da mesma, à margem <strong>do</strong> arroio Cuña Piru.”<br />

No diário <strong>do</strong> Exército <strong>de</strong> Caxias há uma pequena <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> Sant’Ana <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong> datada<br />

<strong>de</strong> 1851:<br />

“Esta povoação é banhada ao Sul pelo Arroio Cuña Piru, e ao Norte pela origem <strong>do</strong><br />

Ibicuizinho, ou mirin, feudatário <strong>do</strong> Ibicuiguassú e que nêle conflue umas trezentas braças acima<br />

<strong>do</strong> passo <strong>do</strong> Rosário, ela se acha fundada sôbre uma colina <strong>de</strong> forma elítica, espaçosa e <strong>do</strong>minada<br />

<strong>do</strong> la<strong>do</strong> setentrionial por <strong>do</strong>is cêrros, estan<strong>do</strong> colocada próximo a linha Divisória da Fronteira <strong>do</strong><br />

Império com a República <strong>do</strong> Uruguai.<br />

Entretem um não pequeno comércio, para o que muito contribui sua localida<strong>de</strong>; contém<br />

bastante recursos; e conta <strong>de</strong> uma população <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 500 almas; sen<strong>do</strong> todavia a maior parte<br />

das casas, cobertas <strong>de</strong> sapê e encaliçadas, e poucas as construídas <strong>de</strong> tijolos e cobertas <strong>de</strong> telhas.”<br />

A Guarda Nacional foi uma força paramilitar organizada por lei no Brasil durante o perío<strong>do</strong><br />

regencial, em agosto <strong>de</strong> 1831, para servir <strong>de</strong> "sentinela da constituição jurada", e<br />

<strong>de</strong>smobilizada em setembro <strong>de</strong> 1922. No ato <strong>de</strong> sua criação lia-se: "Com a criação da Guarda<br />

Nacional foram extintos os antigos corpos <strong>de</strong> milícias, as or<strong>de</strong>nanças e as guardas municipais."<br />

Em 1850 a Guarda Nacional foi reorganizada e manteve suas competências subordinadas ao<br />

ministro da Justiça e aos presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> província. Em 1873 ocorreu nova reforma que<br />

colocou a instituição em segun<strong>do</strong> plano atrás <strong>do</strong> Exército Brasileiro. Era vista por seus i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>res como o<br />

instrumento apto para a garantia da segurança e da or<strong>de</strong>m, vale dizer, para a manutenção <strong>do</strong> espaço da liberda<strong>de</strong><br />

entre os limites da tirania e da anarquia. Tinha como finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a Constituição, a liberda<strong>de</strong>, a<br />

in<strong>de</strong>pendência e a integrida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Império, manten<strong>do</strong> a obediência às leis, conservan<strong>do</strong> a or<strong>de</strong>m e a tranquilida<strong>de</strong><br />

pública. A Guarda Nacional tinha forte base municipal e altíssimo grau <strong>de</strong> politização. A sua organização se<br />

baseava nas elites políticas locais, pois eram elas que formavam ou dirigiam o Corpo <strong>de</strong> Guardas.<br />

<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 86 -

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