1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana
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A localização <strong>do</strong> povoa<strong>do</strong> <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong><br />
O primeiro local escolhi<strong>do</strong> para o povoa<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Livramento</strong> foram as terras entre <strong>do</strong>is braços <strong>do</strong><br />
Ibirapuitã, cedidas pelo sesmeiro Antonio José <strong>de</strong> Menezes. Porém, outros sesmeiros procuraram <strong>de</strong><br />
todas as formas afastarem a povoação <strong>de</strong> suas estâncias. Foi tentada a fundação <strong>do</strong> povoa<strong>do</strong> na várzea<br />
<strong>de</strong> <strong>Livramento</strong>, que <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às péssimas condições <strong>do</strong> terreno, a i<strong>de</strong>ia não progrediu. Então foi escolhi<strong>do</strong><br />
em <strong>de</strong>finitivo como lugar, a Coxilha Gran<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> logo se transferiram os poucos habitantes da várzea. O<br />
terreno fazia parte da sesmaria <strong>de</strong> Luciano Pinheiro, que não tar<strong>do</strong>u em ce<strong>de</strong>r, por lhe ser <strong>de</strong> obrigação,<br />
em virtu<strong>de</strong> das condições impostas aos sesmeiros, <strong>de</strong> em suas extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> campos em meia légua<br />
em quadro, para a edificação <strong>de</strong> povoa<strong>do</strong>. Os primeiros habitantes tomaram a peito a construção da<br />
Capela e distribuição <strong>do</strong>s terrenos urbanos, mas como era lei da Igreja, a Capela <strong>de</strong>pendia <strong>de</strong> uma<br />
licença superior Eclesiástica.<br />
Início da povoação da região <strong>de</strong> Alegrete<br />
É importante citar que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1806, no território on<strong>de</strong> hoje se situa o município <strong>de</strong> Alegrete,<br />
foram distribuídas mais <strong>de</strong> 320 sesmarias, inician<strong>do</strong> a sua respectiva povoação. Os estancieiros<br />
trataram <strong>de</strong> fundar uma povoação e edificar uma Capela que seria o ponto <strong>de</strong> convergência<br />
para o culto <strong>de</strong> sua fé. Segun<strong>do</strong> Walter Spalding, <strong>de</strong>sta forma, "libertavam-se das contingências<br />
<strong>de</strong> ir mendigar os Sacramentos na Paróquia <strong>de</strong> São Borja, distante <strong>de</strong> 160 a 215 km,<br />
atravessan<strong>do</strong> com alguns dias <strong>de</strong> viagem e por extensos campos, on<strong>de</strong> com o interstício <strong>de</strong><br />
algumas léguas, avistava-se uma rara habitação, além das dificulda<strong>de</strong>s e perigos com a<br />
passagem pelos rios caudalosos e banha<strong>do</strong>s imensos". Em 27/01/1817, o Comandante <strong>do</strong><br />
Distrito <strong>de</strong> Entre Rios, o Tenente Coronel José <strong>de</strong> Abreu manda iniciar a construção das<br />
moradias para os fugitivos <strong>do</strong> Inhanduí. Quan<strong>do</strong> José <strong>de</strong> Abreu recebeu as or<strong>de</strong>ns <strong>do</strong> Marquês<br />
para erguimento da povoação, ele já havia <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> o local e inicia<strong>do</strong> realmente o<br />
povoamento, com a construção das primeiras habitações, ali, na retaguarda das tropas, nos<br />
fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> acampamento <strong>do</strong> Ibirapuitã. Se Antonio José Vargas foi o "<strong>do</strong>a<strong>do</strong>r das terras on<strong>de</strong><br />
está a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alegrete", porque tinha o senhorio das terras, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Comandante<br />
Militar e D. Luis Telles da Silva Caminha e Menezes. 5º Marquês <strong>de</strong> Alegrete foi o funda<strong>do</strong>r legal<br />
<strong>de</strong> Alegrete, que <strong>de</strong>le tomou o nome, porque, por sua autorida<strong>de</strong>, a "nova povoação", foi<br />
estabelecida e legalmente reconhecida em sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representante <strong>do</strong> Monarca Lusobrasileiro.<br />
Em 06-Set-l808 - Província <strong>de</strong> São Pedro - O Marechal <strong>de</strong> Campo e <strong>de</strong> Infantaria<br />
Joaquim Xavier Cura<strong>do</strong> escreveu ao General Marques <strong>de</strong> Souza, comunican<strong>do</strong>-lhe o receio <strong>de</strong><br />
que a Capitania <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> sofresse a invasão <strong>do</strong>s castelhanos, pois tinha perfeito<br />
conhecimento das manobras pelas quais a pretendiam invadir. Graças aos seus avisos<br />
repeti<strong>do</strong>s, Dom Rodrigo <strong>de</strong> Souza Coutinho lembrou-se <strong>de</strong> cuidar da <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> Continente. Em<br />
1808 o primeiro português a se estabelecer em terras <strong>de</strong> Alegrete, ao que tu<strong>do</strong> indica, foi João<br />
Manoel Pinto, no Rincão <strong>de</strong> São Miguel, segui<strong>do</strong>, logo após, por uma boa leva <strong>de</strong> portugueses<br />
que ali ergueriam suas casas e cuidariam <strong>do</strong> ga<strong>do</strong>.<br />
*fonte: Danilo Assumpção Santos (Diretor <strong>do</strong> CEPAL - Centro <strong>de</strong> Pesquisa e Documentação <strong>de</strong> Alegrete)<br />
<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 65 -