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aixa será a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> manifesta<strong>da</strong> (no extremo, a<br />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> = 0, acção estática/isométrica). Entre<br />

estes <strong>do</strong>is extremos, existe to<strong>do</strong> um espectro <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>da</strong> carga a vencer, <strong>do</strong><br />

tempo disponível para <strong>de</strong>senvolver força e <strong>do</strong> nível<br />

<strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> execução atingi<strong>do</strong>, nos permite<br />

i<strong>de</strong>ntificar diferente expressões <strong>de</strong> força rápi<strong>da</strong> que<br />

vamos estruturar em <strong>do</strong>is gran<strong>de</strong>s sub-grupos: <strong>da</strong><br />

força explosiva e <strong>da</strong> potência.<br />

FORÇA EXPLOSIVA<br />

A Força explosiva (Fexp) é o resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> relação<br />

entre a força produzi<strong>da</strong> (manifesta<strong>da</strong> ou aplica<strong>da</strong>) e<br />

o tempo necessário disponível. Portanto, a Fexp é a<br />

produção <strong>de</strong> força numa uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo e expressa-se<br />

em N.s -1. Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> uma forma mais perceptível<br />

enten<strong>de</strong>r e relacionar a força <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> por<br />

um sujeito e a sua relação com o tempo através <strong>da</strong><br />

análise atenta <strong>da</strong> C f-t (figura 2). Ao contrário <strong>da</strong><br />

manifestação máxima <strong>de</strong> força, enfatiza-se agora que<br />

essa Fmax ou percentagem seja atingi<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> vez<br />

menos tempo. Este conceito é materializa<strong>do</strong> e avalia<strong>do</strong><br />

pela subi<strong>da</strong> (<strong>de</strong>clive) mais ou menos íngreme <strong>da</strong><br />

linha <strong>de</strong> força na curva f-t. Este súbito incremento<br />

<strong>de</strong> força era <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> por Verschoshanskij, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

início <strong>do</strong>s anos setenta, por força explosiva e correspon<strong>de</strong>,<br />

grosso mo<strong>do</strong>, à mais rápi<strong>da</strong> manifestação <strong>de</strong><br />

força no mínimo tempo. Na literatura <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

é <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> por Taxa <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Força<br />

(TPF), o que significa “proporção, taxa ou veloci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento ou produção <strong>de</strong> força em<br />

relação ao tempo” (4, 8).<br />

Figura 2. Curva f-t durante uma contracção isométrica<br />

que se referencia e formula em expressão matemática, respectivamente,<br />

Índice <strong>de</strong> Força Rápi<strong>da</strong>, Força Explosiva e Força Inicial (3)<br />

Força explosiva versus potência muscular<br />

Esta expressão <strong>de</strong> força me<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong><br />

manifestação <strong>de</strong> força até qualquer ponto <strong>da</strong> curva ft.<br />

Se se me<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> força até<br />

ao momento em que se alcança o valor mais eleva<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> força [Pico Máximo <strong>de</strong> Força (PMF)] e se esta<br />

acção se fizer contra carga máxima (<strong>de</strong> preferência<br />

contra uma carga inamovível), medimos o que<br />

Bürhle (2, 99) <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> Índice <strong>de</strong> Força Rápi<strong>da</strong><br />

(I Fráp) e po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finir por “Coeficiente entre o<br />

valor máximo <strong>de</strong> força e o tempo máximo que é<br />

necessário para o valor <strong>de</strong> Fmax ser atingi<strong>do</strong>”. É<br />

quantifica<strong>do</strong> pela seguinte expressão matemática:<br />

I Frap=Fmax/tmax<br />

Este índice <strong>de</strong> Fráp exige, nomea<strong>da</strong>mente na sua<br />

maior magnitu<strong>de</strong>, muito tempo para ser atingi<strong>do</strong> -<br />

mais <strong>de</strong> 700 milésimos <strong>de</strong> segun<strong>do</strong>s (ms) - o que é<br />

muito pouco característico <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> maioria <strong>da</strong>s<br />

acções <strong>de</strong>sportivas, em que o tempo disponível se<br />

situa, genericamente, por volta <strong>do</strong>s 250 ms. É, por<br />

outro la<strong>do</strong>, neste perío<strong>do</strong> temporal que se manifestam<br />

as maiores expressões <strong>de</strong> Fexp. É aqui que a<br />

força explosiva é máxima (Fexp max ou TPFmax),<br />

expressa no <strong>de</strong>clive mais acentua<strong>do</strong> <strong>da</strong> linha <strong>de</strong> força<br />

na curva <strong>de</strong> f-t e quantifica<strong>da</strong> matematicamente na<br />

equação Fexp max = ∆F/∆t. Por ser esta a sub-divisão<br />

<strong>de</strong> força que nos interessa particularmente, iremos,<br />

posteriormente, fazer uma análise mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>.<br />

Existem alguns autores que, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com este critério<br />

tempo, ain<strong>da</strong> referem uma outra manifestação<br />

<strong>de</strong> força que <strong>de</strong>nominam por Força Inicial (3, 15, 16).<br />

Definem-na pela capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nos momentos iniciais<br />

<strong>da</strong> tensão muscular se <strong>de</strong>senvolver a mais alta<br />

expressão <strong>de</strong> força. É fun<strong>da</strong>mental para o óptimo<br />

rendimento em disciplinas em que os gestos <strong>de</strong>sportivos<br />

requeri<strong>do</strong>s são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> inicial,<br />

como o Boxe, Karaté, Esgrima, ou em to<strong>da</strong>s as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

on<strong>de</strong> haja somente um tempo disponível<br />

reduzi<strong>do</strong> e em que seja importante obter consi<strong>de</strong>ráveis<br />

níveis <strong>de</strong> força. A Força Inicial é avalia<strong>da</strong> através<br />

<strong>do</strong> valor <strong>de</strong> força que é alcança<strong>do</strong> nos primeiros 30<br />

ms (2, 3) ou 50 ms (15). Quan<strong>do</strong> a resistência a<br />

vencer é muito pequena (inferior a 25% <strong>da</strong> Fmax) e<br />

o movimento a realizar po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

natureza balística, o factor pre<strong>do</strong>minante é Força<br />

Inicial, também <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> por Taxa Inicial <strong>de</strong><br />

Rev Port Cien Desp 6(2) 241–248 243

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