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198<br />
José Henrique, Carlos Januário<br />
mula<strong>da</strong>s por professores e alunos. Através <strong>do</strong> cálculo<br />
<strong>de</strong> quartis categorizou-se os pólos <strong>de</strong> expectativas<br />
<strong>do</strong>centes, <strong>de</strong> percepções discentes e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho,<br />
em simultâneo.<br />
A congruência entre a auto-percepção <strong>do</strong>s alunos e a<br />
expectativa <strong>do</strong>s professores, bem como a medi<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />
correspondência <strong>de</strong>stas variáveis com o <strong>de</strong>sempenho,<br />
foram obti<strong>da</strong>s mediante o cruzamento <strong>da</strong>s variáveis<br />
(crosstabulation) relativas aos professores, alunos<br />
(1x1) e resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho (1x1 e 2x1). A<br />
partir <strong>do</strong> cruzamento <strong>da</strong>s variáveis, ascen<strong>de</strong>u-se às<br />
proporções produzi<strong>da</strong>s pelas categorias (expectativas,<br />
percepções e <strong>de</strong>sempenho) e classes (alto,<br />
médio e baixo) <strong>da</strong>s variáveis.<br />
A média <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s alunos foi compara<strong>da</strong><br />
para ca<strong>da</strong> nível <strong>de</strong> competência percebi<strong>da</strong> e <strong>de</strong> expectativas<br />
<strong>do</strong>centes, bem como inter e intragrupos congruentes<br />
e incongruentes, utilizan<strong>do</strong>-se para isso o<br />
teste t <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt para diferença <strong>de</strong> médias. Por fim, o<br />
r <strong>de</strong> Pearson forneceu o índice <strong>de</strong> correlação existente<br />
entre as variáveis estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Para ambas as provas o<br />
nível <strong>de</strong> significância foi estabeleci<strong>do</strong> em .05.<br />
RESULTADOS<br />
O primeiro procedimento, empregue no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
analisar a correspondência entre as expectativas <strong>do</strong>s<br />
professores e a percepção <strong>de</strong> competência <strong>do</strong>s alunos,<br />
verificou em que medi<strong>da</strong> os alunos sobre os<br />
quais os professores alimentavam alta e baixa expectativa,<br />
também possuíam percepções correlatas a<br />
respeito <strong>da</strong> sua própria competência. Os professores<br />
listaram 46 alunos sobre os quais <strong>de</strong>positavam altas<br />
expectativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho. Dentre estes alunos,<br />
78.3% também reportaram alta competência percebi<strong>da</strong>,<br />
i.e., estes alunos foram alvo <strong>de</strong> altas expectativas<br />
<strong>do</strong>s professores e se perceberam ‘habili<strong>do</strong>sos’ ou<br />
‘muito habili<strong>do</strong>sos’. Por outro la<strong>do</strong>, os professores<br />
manifestaram baixas expectativas sobre 39 alunos,<br />
mas apenas 25.6% <strong>de</strong>stes apresentaram índices <strong>de</strong><br />
baixa competência percebi<strong>da</strong>, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se ‘pouco’<br />
ou ‘muito pouco habili<strong>do</strong>sos’.<br />
A Figura 2 resume os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s relativos à<br />
ocorrência <strong>de</strong> congruência entre percepções <strong>do</strong>s alunos<br />
e expectativas <strong>do</strong>s professores. Na diagonal<br />
<strong>de</strong>marca<strong>da</strong> a sombrea<strong>do</strong> encontra-se o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />
alunos que <strong>de</strong>nominamos congruentes, pois a sua<br />
percepção <strong>de</strong> competência foi concor<strong>da</strong>nte com as<br />
Rev Port Cien Desp 6(2) 194–204<br />
expectativas <strong>do</strong> professor. Acima e abaixo <strong>da</strong> parte<br />
sombrea<strong>da</strong> encontram-se os alunos cuja concordância<br />
não se verificou e, por isso, foram <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s<br />
incongruentes. Estes foram ain<strong>da</strong> classifica<strong>do</strong>s em<br />
incongruente-alto (acima <strong>da</strong> área sombrea<strong>da</strong>), porque<br />
perceberam a sua habili<strong>da</strong><strong>de</strong> acima <strong>do</strong> espera<strong>do</strong><br />
pelo professor e, incongruente-baixo (abaixo <strong>da</strong> área<br />
sombrea<strong>da</strong>), porque as suas percepções estiveram<br />
aquém <strong>da</strong>s expectativas <strong>do</strong> professor.<br />
Figura 2. Congruência entre expectativa <strong>do</strong>s<br />
professores e a competência percebi<strong>da</strong> pelos alunos.<br />
Na Tabela 1 po<strong>de</strong>-se constatar que a percepção <strong>de</strong><br />
competência <strong>de</strong> uma parcela consi<strong>de</strong>rável <strong>da</strong> amostra<br />
foi congruente com as expectativas projecta<strong>da</strong>s pelos<br />
professores. Verifica-se que 83 alunos (44.6% <strong>da</strong><br />
amostra) perceberam a sua competência <strong>de</strong> forma<br />
congruente com as expectativas <strong>do</strong> professor, sen<strong>do</strong><br />
47 <strong>do</strong> género masculino (56.6% <strong>do</strong> grupo congruente<br />
e 45.2% <strong>da</strong> amostra masculina) e 36 <strong>do</strong> género<br />
feminino (43.4% <strong>do</strong> grupo congruente e 43.9% <strong>da</strong><br />
amostra feminina).