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244<br />

Carlos Carvalho, Alberto Carvalho<br />

Produção <strong>de</strong> Força (TIPF). Assim, por Força Inicial<br />

enten<strong>de</strong>-se a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> o sistema neuromuscular<br />

acelerar o mais rapi<strong>da</strong>mente possível, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> zero<br />

(14, 16). Na curva força-tempo, a TIPF é o início <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>clive <strong>da</strong> curva (figura 2).<br />

FORÇA EXPLOSIVA MÁXIMA OU TAXA DE PRODUÇÃO<br />

DE FORÇA MÁXIMA<br />

Zatsiorskij, cita<strong>do</strong> por Harre e Lotz (10), <strong>de</strong>fine<br />

força explosiva como a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> obter valores<br />

eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> força em tempo muito curto. O mesmo<br />

quer dizer que é a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> neuromuscular <strong>de</strong><br />

superar com alta veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> execução resistências<br />

bastante altas. A força explosiva <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contracção muscular, em resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> estimulação<br />

neuro-sensorial, ou seja, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> fortemente<br />

<strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>do</strong>s impulsos nervosos<br />

(5, 7, 8, 9, 12).<br />

Haven<strong>do</strong> uma infini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> medições<br />

<strong>da</strong> força explosiva (Fexp) entre os diferentes<br />

pontos <strong>da</strong> curva f-t, constata-se, no entanto, que<br />

existe um momento em que a produção <strong>de</strong> força por<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo é a mais eleva<strong>da</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o percurso<br />

<strong>da</strong> curva, e essa produção <strong>de</strong> força <strong>de</strong>nomina-se<br />

<strong>de</strong> força explosiva máxima (Fexp max) ou Taxa <strong>de</strong><br />

Produção <strong>de</strong> Força Máxima (TPFM). Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finila<br />

pela máxima produção <strong>de</strong> força por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tempo em to<strong>do</strong> o percurso <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> força. É<br />

medi<strong>da</strong>, geralmente, em situação <strong>de</strong> força isométrica<br />

ou pelo menos na fase estática <strong>de</strong> uma acção dinâmica,<br />

e, por isso mesmo, a Fexp max produz-se no início<br />

<strong>da</strong> produção <strong>de</strong> força, i.e., nos primeiros 100 ms,<br />

sen<strong>do</strong> aqui que encontramos a fase <strong>de</strong> máximo <strong>de</strong>clive<br />

<strong>da</strong> curva f-t.<br />

Se medirmos a força dinamicamente, como se po<strong>de</strong><br />

observar na figura 3, o pico máximo <strong>de</strong> força (PMF)<br />

diminui gradualmente à medi<strong>da</strong> que reduzimos a<br />

resistência; quanto mais rapi<strong>da</strong>mente se executa o<br />

movimento, menor é o tempo <strong>de</strong> intervenção, mas,<br />

genericamente, é idêntico o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> força. Isto constata-se pela forma <strong>de</strong> subi<strong>da</strong> ou<br />

evolução <strong>da</strong> curva <strong>de</strong> força. Também sabemos o que<br />

acontece se as cargas a vencer forem <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez<br />

mais baixa magnitu<strong>de</strong>: o nível <strong>de</strong> produção diminui<br />

irremediavelmente. Assim, com resistências inferiores<br />

a 30% <strong>da</strong> Fmax (isométrica), a inclinação <strong>da</strong><br />

linha <strong>da</strong> curva <strong>de</strong> f-t <strong>de</strong>clina para a direita. É, no<br />

Rev Port Cien Desp 6(2) 241–248<br />

entanto, comummente aceite que, com resistências<br />

superiores a 30% <strong>da</strong> força máxima, a Fexp max é<br />

estável e po<strong>de</strong> ser sempre máxima.<br />

Segun<strong>do</strong> Badillo e Serna (1), se a resistência a vencer<br />

for inferior a 30% <strong>da</strong> Fmax, quase imediatamente<br />

após o início <strong>de</strong> aplicação <strong>da</strong> força começa a existir<br />

movimento; o corpo começa a mover-se antes <strong>de</strong> se<br />

ter aplica<strong>do</strong> a força necessária para produzir o máximo<br />

<strong>de</strong> força, pelo que não se consegue alcançar o<br />

valor máximo <strong>de</strong> força explosiva Fexp, já que o corpo<br />

começa a <strong>de</strong>slocar-se e a força aplica<strong>da</strong> por uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tempo é tanto menor quanto maior for a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento. De tu<strong>do</strong> isto se <strong>de</strong>duz facilmente<br />

que a força explosiva máxima se produz na fase<br />

estática <strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> uma resistência<br />

e que se a resistência for muito pequena não se po<strong>de</strong><br />

produzir a dita força explosiva máxima (1, 22). Por<br />

outro la<strong>do</strong>, há autores que referem que quanto mais<br />

eleva<strong>da</strong> for a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>, menor é a expressão <strong>de</strong><br />

força, porque as conexões <strong>do</strong>s filamentos <strong>de</strong> actinamiosina<br />

se fazem <strong>de</strong> forma ca<strong>da</strong> vez mais débil, logo<br />

é menor a tensão <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> pelo músculo (5, 13).<br />

Figura 3. Curva f-t para acção isométrica e concêntrica contra diferentes<br />

cargas, em movimento <strong>de</strong> braço no lançamento <strong>de</strong> peso <strong>de</strong> um sujeito. As<br />

setas indicam o início <strong>da</strong> fase concêntrica <strong>do</strong>s diferentes movimentos (16).<br />

Isto leva-nos, <strong>de</strong> momento, a duas reflexões.<br />

Primeira, que a Fexp max não tem na<strong>da</strong> ou tem<br />

pouco que ver com o movimento, mas sim com a<br />

sua produção, e segun<strong>da</strong>, que se <strong>de</strong>duz <strong>da</strong> primeira,<br />

que é o facto <strong>de</strong> não fazer gran<strong>de</strong> senti<strong>do</strong> associar a<br />

Fexp Max, unicamente, com movimentos muito rápi<strong>do</strong>s.<br />

Os exercícios explosivos (ou acções explosivas)<br />

não são os que são produzi<strong>do</strong>s a gran<strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

mas sim aqueles em que se alcança a máxima ou<br />

quase máxima produção <strong>de</strong> força em uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong>

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