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246<br />

Carlos Carvalho, Alberto Carvalho<br />

O conceito <strong>de</strong> potência é, <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong>, importante<br />

para o treino e está, naturalmente, associa<strong>do</strong> à curva<br />

f-v. A potência será, assim, o produto <strong>da</strong> força pela<br />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> em ca<strong>da</strong> instante <strong>do</strong> movimento. Existe<br />

também uma curva <strong>de</strong> potência, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong><br />

curva f-v. Ou, mais importante ain<strong>da</strong>, é o melhor<br />

produto força-veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> consegui<strong>do</strong> através <strong>do</strong><br />

movimento que <strong>de</strong>termina o pico máximo <strong>de</strong> potência,<br />

e é este que <strong>de</strong>fine as características dinâmicas<br />

<strong>da</strong> força aplica<strong>da</strong> durante um exercício.<br />

Ten<strong>do</strong> em atenção o que é evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> na curva<br />

força-veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> expressa pela curva em forma <strong>de</strong><br />

hipérbole <strong>de</strong> Hill, representa<strong>da</strong> na figura 4, nota-se<br />

que, quanto mais eleva<strong>da</strong> é a carga a vencer, mais<br />

força tem <strong>de</strong> ser produzi<strong>da</strong> pela componente contráctil<br />

e menor é a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> encurtamento <strong>de</strong>ssas<br />

componentes musculares; o ponto mais eleva<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>sta sequência correspon<strong>de</strong> à força máxima isométrica<br />

(estática), já que a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> acontecer,<br />

como já referimos. Neste ponto a potência é<br />

também nula (P = Fmáx .0). No outro extremo <strong>da</strong><br />

curva, joga-se uma situação inversa em que a carga é<br />

igual a zero. O músculo movimenta-se livremente, a<br />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> é máxima, pelo menos teoricamente, voltan<strong>do</strong><br />

a Potência a ser nula (P= 0.Vmáx). Desta<br />

forma surge a curva <strong>da</strong> potência em forma <strong>de</strong> sino<br />

que oscila entre <strong>do</strong>is limites, procuran<strong>do</strong> compatibilizar<br />

<strong>do</strong>is factores que conceptualmente se opõem<br />

mutuamente (figura 4).<br />

Figura 4. Partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> pressuposto <strong>de</strong> que quanto mais eleva<strong>da</strong> for a carga a<br />

vencer mais força tem <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> e menor é a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> encurtamento<br />

muscular, po<strong>de</strong>r-se-á formar uma curva que oscila entre <strong>do</strong>is limites,<br />

em forma <strong>de</strong> sino, que procura compatibilizar estes <strong>do</strong>is factores (forçaveloci<strong>da</strong><strong>de</strong>)<br />

(A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> 17).<br />

Rev Port Cien Desp 6(2) 241–248<br />

A maior potência e a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> contracção<br />

não se conseguem perante resistências ligeiras,<br />

nem quan<strong>do</strong> utilizamos gran<strong>de</strong>s resistências a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

baixa, mas quan<strong>do</strong> realizamos o movimento<br />

com cargas e com veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s intermédias.<br />

Segun<strong>do</strong> a figura 4, Tihanyi (17), a curva força –<br />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> potência será um contínuo em que<br />

se distinguem três gran<strong>de</strong>s zonas:<br />

1 – Zona <strong>de</strong> influência <strong>de</strong> força maximal: on<strong>de</strong> se<br />

utiliza máxima ou gran<strong>de</strong> força e mínima ou pouca<br />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A potência <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> é média ou<br />

baixa.<br />

2 – Zona <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> maximal: consegue-se uma<br />

gran<strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> perante resistências pequenas. A<br />

potência será também média ou baixa.<br />

3 – Zona <strong>de</strong> potência, em que a força aplica<strong>da</strong> e a<br />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> apresentam valores intermédios. A potência<br />

alcança os seus níveis máximos e está ain<strong>da</strong> subdividi<strong>da</strong>:<br />

3.1 – Parte em que o cume <strong>do</strong> rendimento é limita<strong>do</strong><br />

pela força máxima;<br />

3.2 – Parte em que o cume <strong>do</strong> rendimento é limita<strong>do</strong><br />

pela veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima.<br />

Po<strong>de</strong>remos interpretar que nesta zona 3 <strong>de</strong>ver-se-á<br />

treinar, ao mesmo tempo, a força e veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> na sua<br />

expressão maximal. Esta zona joga, assim, um papel<br />

<strong>de</strong>terminante <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>da</strong> força e veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Antigamente chamava-se a atenção para o facto <strong>de</strong><br />

que esta relação não se podia fazer seguramente.<br />

Agora esta relação é claramente assegura<strong>da</strong> pelo consenso<br />

<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> investigação, os quais<br />

<strong>de</strong>monstram que o treino <strong>da</strong> força move, favoravelmente,<br />

a curva força-veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> para a direita.<br />

Depois <strong>do</strong> treino <strong>da</strong> Força, o músculo é mais forte<br />

em to<strong>da</strong>s as veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> movimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma<br />

contracção isométrica a uma contracção realiza<strong>da</strong> à<br />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima (6).<br />

O incremento <strong>da</strong> potência máxima é sempre positivo<br />

para o <strong>de</strong>sportista, ain<strong>da</strong> que a melhoria possa ser<br />

gera<strong>da</strong> por vias distintas e com resulta<strong>do</strong>s também<br />

distintos. Quan<strong>do</strong> se trabalha com cargas ligeiras, a<br />

melhoria <strong>da</strong> potência consegue-se perante carga<br />

idêntica pelo aumento <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> execução;<br />

mas quanto maior for a carga aplica<strong>da</strong>, a melhoria,<br />

se se produzir, terá lugar pela magnitu<strong>de</strong> <strong>da</strong>s cargas<br />

utiliza<strong>da</strong>s, o que significa que terá havi<strong>do</strong> um

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