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166<br />

Larissa Braga, Maria Mello, Fúlvia Mancha<strong>do</strong>, Claudio Gobatto<br />

perío<strong>do</strong>s <strong>do</strong> dia (39, 41). A obesi<strong>da</strong><strong>de</strong> nesses animais<br />

tem si<strong>do</strong> associa<strong>da</strong> também a um aumento <strong>da</strong><br />

eficiência alimentar (9). Animais MSG usualmente<br />

apresentam menor temperatura corporal (41) e<br />

menor taxa metabólica basal comparativamente aos<br />

animais eutróficos (4, 9, 27). Além disso, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com diferentes autores, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

em ratos trata<strong>do</strong>s com MSG no perío<strong>do</strong> neonatal,<br />

ocorre na ausência <strong>de</strong> hiperfagia e sem excessivo<br />

ganho <strong>de</strong> peso (1, 4, 10, 30, 39).<br />

Em resumo, os resulta<strong>do</strong>s referentes ao acúmulo <strong>de</strong><br />

gordura na carcaça e ao crescimento somático indicam<br />

que, no presente estu<strong>do</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />

obesi<strong>da</strong><strong>de</strong> induzi<strong>da</strong> pelo MSG processou-se conforme<br />

<strong>de</strong>scrito na literatura.<br />

Em estu<strong>do</strong>s anteriores, <strong>de</strong>monstrou-se que o rato<br />

obeso pelo tratamento com MSG é um mo<strong>de</strong>lo a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong><br />

para o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s efeitos metabólicos <strong>do</strong><br />

exercício na obesi<strong>da</strong><strong>de</strong> (13). Dessa forma, no presente<br />

estu<strong>do</strong>, avaliou-se o efeito <strong>de</strong> <strong>do</strong>is programas distintos<br />

<strong>de</strong> treinamento sobre a adiposi<strong>da</strong><strong>de</strong> corporal e<br />

o metabolismo muscular <strong>da</strong> glicose nesse mo<strong>de</strong>lo.<br />

O teor <strong>de</strong> gordura na carcaça e o peso <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> adiposo<br />

epididimal <strong>do</strong>s animais MSG treina<strong>do</strong>s pelos<br />

<strong>do</strong>is protocolos foram ligeiramente menores que os<br />

se<strong>de</strong>ntários após a etapa <strong>de</strong> treinamento, confirman<strong>do</strong><br />

os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Couto (6) e Gobatto et<br />

al (13). Segun<strong>do</strong> alguns autores, o exercício físico<br />

promove elevação <strong>da</strong> lipólise no teci<strong>do</strong> adiposo pela<br />

ação <strong>de</strong> hormônios lipolíticos (glucagon, adrenalina,<br />

noradrenalina, glicocorticói<strong>de</strong>s e hormônio <strong>do</strong> crescimento<br />

(GH), que são libera<strong>do</strong>s durante o exercício<br />

<strong>de</strong> longa duração (33). Dessa forma, quanto mais<br />

intenso for o exercício, maiores serão os níveis séricos<br />

<strong>de</strong> catecolaminas (32), o sal<strong>do</strong> negativo no<br />

balanço energético e o gasto energético em repouso<br />

(17, 18). Além disso, a carga <strong>de</strong> trabalho po<strong>de</strong> induzir<br />

alterações agu<strong>da</strong>s na temperatura corporal que<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam respostas termorregulatórias mais<br />

dura<strong>do</strong>uras (21).<br />

Diversos estu<strong>do</strong>s têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que atletas<br />

envolvi<strong>do</strong>s com exercícios <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> apresentam<br />

elevação aproxima<strong>da</strong> <strong>de</strong> 5 a 20% no dispêndio<br />

energético durante o repouso quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s<br />

com indivíduos se<strong>de</strong>ntários (2, 40).<br />

Possivelmente a elevação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> simpática<br />

possa estar envolvi<strong>da</strong> na gênese <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> dis-<br />

Rev Port Cien Desp 6(2) 160–169<br />

pêndio energético em repouso induzi<strong>do</strong> pelo exercício<br />

(17). Outros estu<strong>do</strong>s explicam a redução <strong>do</strong> teci<strong>do</strong><br />

adiposo corporal, promovi<strong>da</strong> pelo treinamento<br />

físico como resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> “<strong>de</strong>sbalanço” entre lipólise<br />

e lipogênese (29).<br />

O treinamento conten<strong>do</strong> sucessivos estímulos anaeróbios<br />

talvez favoreça o maior gasto energético pósexercício<br />

por manter a taxa metabólica <strong>de</strong> repouso<br />

em níveis eleva<strong>do</strong>s por um longo tempo (37). Nesse<br />

perío<strong>do</strong>, a gordura proveniente <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> adiposo<br />

constitui o principal substrato consumi<strong>do</strong> pelo organismo,<br />

reduzin<strong>do</strong> assim o conteú<strong>do</strong> lipídico corporal.<br />

O menor conteú<strong>do</strong> lipídico <strong>do</strong>s animais MSG<br />

submeti<strong>do</strong>s ao treinamento físico po<strong>de</strong> ser um <strong>do</strong>s<br />

fatores responsáveis pelo menor ganho <strong>de</strong> peso corporal<br />

alcança<strong>do</strong> por esses animais. Outros estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>screvem os mesmos efeitos <strong>do</strong> exercício físico em<br />

relação à per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso (6, 12).<br />

Em resumo, ambos os protocolos <strong>de</strong> treinamento<br />

físico foram eficazes na redução <strong>do</strong> ganho <strong>de</strong> peso<br />

corporal e <strong>do</strong>s teores <strong>de</strong> gordura <strong>da</strong> carcaça <strong>do</strong>s animais<br />

obesos.<br />

Não foram observa<strong>da</strong>s, no presente estu<strong>do</strong>, diferenças<br />

entre os grupos em relação à captação <strong>da</strong> glicose,<br />

síntese <strong>de</strong> glicogênio e oxi<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> glicose nas<br />

avaliações realiza<strong>da</strong>s in vitro após o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> treinamento.<br />

Contu<strong>do</strong>, diversos autores sugerem<br />

melhoria na tolerância à glicose e na resistência à<br />

insulina após treinamento físico e que esta se <strong>de</strong>ve,<br />

pelo menos em parte, às a<strong>da</strong>ptações musculares<br />

que aumentam a ação <strong>da</strong> insulina no transporte e<br />

utilização <strong>de</strong> glicose (28). O incremento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> hexoquinase (30) e <strong>da</strong> glicogênio sintetase<br />

(3), além <strong>do</strong> aumento no número <strong>de</strong> transporta<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> glicose <strong>do</strong> tipo 4 (GLUT-4), associa<strong>do</strong> à sua<br />

maior eficiência para translocar-se até à membrana<br />

após o exercício, po<strong>de</strong>m ser a causa <strong>de</strong>stas alterações<br />

(8). Também parece contribuir para esse fenômeno<br />

o aumento <strong>da</strong> capilarização <strong>do</strong>s músculos<br />

esqueléticos (15, 16). Além disso, foi relata<strong>do</strong> que<br />

o acúmulo <strong>da</strong>s reservas <strong>de</strong> glicogênio observa<strong>do</strong><br />

com o treinamento físico po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>do</strong> ao<br />

aumento <strong>da</strong> glicogênese e ao maior transporte <strong>de</strong><br />

glicose por mecanismos insulino-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

(14). As discrepâncias entre os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> presente<br />

estu<strong>do</strong> e aqueles relata<strong>do</strong>s previamente na<br />

literatura po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s, entre outros fatores,

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