download PDF - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
download PDF - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
download PDF - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
grupo <strong>de</strong> autores examinaram a ação <strong>do</strong> exercício em<br />
diabéticos tipo 2 (89). A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> α2 AMPK no<br />
músculo esquelético <strong>de</strong>stes pacientes foi similar aos<br />
indivíduos controles <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, um indicativo <strong>de</strong><br />
que indivíduos com essa <strong>do</strong>ença têm um funcionamento<br />
normal <strong>da</strong> AMPK no músculo.<br />
RECEPTORES HORMONAIS NUCLEARES E METABOLISMO<br />
A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores transcripcionais <strong>da</strong> família <strong>de</strong><br />
receptores hormonais nucleares (NRs) no músculo<br />
esquelético tem ganha<strong>do</strong> <strong>de</strong>staque e surge como um<br />
potencial alvo no combate contra a obesi<strong>da</strong><strong>de</strong> (90),<br />
síndrome metabólica (91), diabetes <strong>do</strong> tipo 2 e dislipi<strong>de</strong>mia<br />
(92). A presença <strong>de</strong> NRs no músculo esquelético,<br />
como por exemplo, o receptor ativa<strong>do</strong> por<br />
prolifera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> peroxissoma (<strong>do</strong> inglês “Peroxisome<br />
Proliferator-Activated Receptor” – PPAR), com três isoformas<br />
conheci<strong>da</strong>s PPARα, PPARδ e PPARγ (91, 92,<br />
93, 94), tem si<strong>do</strong> mostra<strong>do</strong> estar envolvi<strong>do</strong> no<br />
aumento <strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> glicose estimula<strong>da</strong><br />
por insulina, diminuição <strong>de</strong> triglicerí<strong>de</strong>os e aumento<br />
<strong>do</strong> catabolismo lipídico, dispêndio energético, efluxo<br />
<strong>de</strong> colesterol e níveis <strong>de</strong> HDL-c no plasma. Estu<strong>do</strong><br />
recente, <strong>de</strong>monstrou que a ativação <strong>do</strong> PPARδ conduz<br />
a um fenótipo pre<strong>do</strong>minante <strong>de</strong> fibras <strong>de</strong> contração<br />
lenta (oxi<strong>da</strong>tivas) e aumenta, dramaticamente, a<br />
capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> endurance, aumento <strong>da</strong> sensitivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
à insulina e resistência à obesi<strong>da</strong><strong>de</strong> (95).<br />
Conseqüentemente, o entendimento <strong>da</strong>s funções <strong>do</strong>s<br />
NRs no músculo esquelético possui enorme utili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
farmacológica para o tratamento <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença cardiovascular<br />
e <strong>da</strong> síndrome metabólica.<br />
Nesse contexto, o entendimento <strong>de</strong> como o exercício<br />
físico interage com os fatores transcripcionais <strong>da</strong><br />
família <strong>de</strong> receptores hormonais nucleares, <strong>de</strong>ve trazer<br />
novas <strong>de</strong>scobertas científicas em relação aos efeitos<br />
<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física sobre as anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s metabólicas<br />
evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>s na síndrome metabólica e no<br />
excesso <strong>de</strong> glicocorticói<strong>de</strong>.<br />
Portanto, po<strong>de</strong>-se dizer que o exercício físico regular<br />
po<strong>de</strong> exercer a<strong>da</strong>ptações favoráveis ao organismo e<br />
<strong>de</strong>ve ser pensa<strong>do</strong> como forma <strong>de</strong> tratamento ou prevenção<br />
em indivíduos que apresentam resistência à<br />
insulina e outras anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s metabólicas, evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>s<br />
tanto na síndrome metabólica quanto pelo<br />
uso <strong>de</strong> glicocorticói<strong>de</strong>s. Assim, o treinamento físico<br />
po<strong>de</strong> auxiliar no tratamento <strong>de</strong>sses distúrbios meta-<br />
Glicocorticói<strong>de</strong>, Síndrome metabólica e exercício físico<br />
bólicos, mas não necessariamente normalizar as alterações<br />
no metabolismo, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, portanto, ser associa<strong>do</strong><br />
a outras condutas quan<strong>do</strong> necessárias.<br />
CORRESPONDÊNCIA<br />
José Rodrigo Pauli<br />
Rua XV <strong>de</strong> Novembro, 1701, centro<br />
13400-370 Piracicaba<br />
São Paulo<br />
Brasil<br />
rodrigosere@yahoo.com.br<br />
Rev Port Cien Desp 6(2) 217–228 225