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em mo<strong>de</strong>los animais (32, 64, 65, 66). O Programa<br />
<strong>de</strong> Prevenção ao Diabetes <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s concluiu<br />
que a introdução <strong>de</strong> um programa com modificações<br />
no estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, incluin<strong>do</strong> uma redução <strong>de</strong><br />
7% no peso corporal e a realização <strong>de</strong>, no mínimo,<br />
150 minutos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física semanais, po<strong>de</strong>, em<br />
um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 3 anos, reduzir a incidência <strong>de</strong> diabetes<br />
tipo 2 em 58% em indivíduos com significante<br />
risco para <strong>de</strong>senvolver a <strong>do</strong>ença (67).<br />
Além <strong>do</strong> mais, <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> nosso laboratório <strong>de</strong>monstraram<br />
que ratos administra<strong>do</strong>s com <strong>de</strong>xametasona<br />
por 10 semanas apresentam resistência à insulina.<br />
No entanto, os animais que receberam a droga e realizaram<br />
exercício físico no mesmo perío<strong>do</strong> apresentaram<br />
taxa <strong>de</strong> remoção <strong>de</strong> glicose durante o teste <strong>de</strong><br />
tolerância à insulina semelhante ao grupo <strong>de</strong> animais<br />
controles (4, 32). Portanto, o exercício regular<br />
po<strong>de</strong> favorecer organismos que apresentam intolerância<br />
à glicose e resistência à insulina (como observa<strong>do</strong><br />
no diabetes <strong>do</strong> tipo 2, obesi<strong>da</strong><strong>de</strong>, excesso <strong>de</strong><br />
glicocorticói<strong>de</strong>s, entre outras), reduzin<strong>do</strong> o número<br />
<strong>de</strong> mortes por <strong>do</strong>enças cardiovasculares.<br />
Apesar <strong>de</strong>sses benefícios comprova<strong>do</strong>s, a realização<br />
<strong>do</strong> exercício por um perío<strong>do</strong> curto <strong>de</strong> tempo está<br />
associa<strong>da</strong> a baixa sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à insulina, enquanto<br />
a permanência por perío<strong>do</strong>s longos <strong>de</strong> inativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
física está associa<strong>da</strong> a um aumento <strong>da</strong> resistência à<br />
insulina (68, 69). O efeito <strong>do</strong> exercício físico sobre a<br />
sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à insulina tem si<strong>do</strong> <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> entre<br />
12 e 48 horas após a sessão <strong>de</strong> exercício, porém esse<br />
efeito parece retornar aos níveis pré-ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />
três e cinco dias após o último perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> realização<br />
<strong>de</strong> exercício físico (70), o que reforça a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> a<strong>do</strong>tar-se um estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> fisicamente ativo.<br />
Além disso, muitas vezes é necessário associar dietas<br />
e uso <strong>de</strong> medicamentos para que se possa controlar<br />
as anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s metabólicas.<br />
EXERCÍCIO FÍSICO, OBESIDADE E DISLIPIDEMIA<br />
O exercício físico regular produz efeitos no grau <strong>de</strong><br />
aterosclerose coronária e nos fatores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>enças cardíacas. É observa<strong>da</strong> em diversos estu<strong>do</strong>s<br />
uma associação entre exercício e redução <strong>da</strong> adiposi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
principalmente aquela localiza<strong>da</strong> na região <strong>do</strong><br />
tronco e <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>men (71, 72). Estu<strong>do</strong>s com animais<br />
<strong>de</strong> experimentação têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que o treinamento<br />
físico promove redução <strong>da</strong> gordura corporal.<br />
Glicocorticói<strong>de</strong>, Síndrome metabólica e exercício físico<br />
Nosso grupo verificou recentemente que ratos administra<strong>do</strong>s<br />
com <strong>de</strong>xametasona apresentavam um<br />
aumento no peso <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> adiposo epididimal.<br />
Entretanto, os ratos que realizaram exercícios regulares<br />
tiveram um menor acúmulo <strong>de</strong> gordura nessa<br />
região quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com o grupo controle e<br />
com o grupo que recebeu <strong>de</strong>xametasona e permaneceu<br />
se<strong>de</strong>ntário (32). Este fato talvez possa justificar<br />
as observações feitas por outros pesquisa<strong>do</strong>res, que<br />
afirmam que o treinamento aeróbio colabora com a<br />
per<strong>da</strong> <strong>de</strong> gordura (54, 73). Tal tentativa <strong>de</strong> analogia e<br />
<strong>de</strong> interpretação po<strong>de</strong> ser reforça<strong>da</strong> pelos resulta<strong>do</strong>s<br />
obti<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mensink e colabora<strong>do</strong>res (74),<br />
quan<strong>do</strong> ficou evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> que a intervenção <strong>de</strong> um<br />
programa <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas promove melhoras no<br />
perfil metabólico <strong>de</strong> indivíduos diabéticos tipo 2,<br />
além <strong>de</strong> aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s<br />
graxos livres pelo músculo esquelético.<br />
Sabe-se que, além <strong>do</strong> efeito direto no gasto calórico,<br />
o exercício físico regular mantem o metabolismo<br />
basal aumenta<strong>do</strong> por longo perío<strong>do</strong> após as sessões<br />
<strong>de</strong> treinamento. Entre os efeitos importantes <strong>da</strong><br />
prática <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas sobre a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso<br />
<strong>de</strong>stacam-se o aumento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> enzima lípase<br />
hormônio sensível e o aumento <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
mitocôndrial, potencializan<strong>do</strong> a oxi<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> lípi<strong>do</strong>s<br />
e favorecen<strong>do</strong>, assim, o emagrecimento (75). Em<br />
relação ao perfil lipídico, há uma gran<strong>de</strong> variabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
nos resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s nas pesquisas relacionan<strong>do</strong><br />
níveis lipídicos e exercício, em função <strong>da</strong><br />
heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s populações, <strong>do</strong> treinamento<br />
realiza<strong>do</strong>, <strong>do</strong> controle <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> fármacos, <strong>da</strong> dieta<br />
e <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso corporal associa<strong>da</strong> (76). Apesar<br />
disso, são muitas as evidências que comprovam os<br />
efeitos benéficos <strong>do</strong> exercício na melhora <strong>do</strong> perfil<br />
lipídico, com o aumento <strong>do</strong> HDL-colesterol e redução<br />
<strong>do</strong> LDL-colesterol e <strong>do</strong>s triglicéri<strong>de</strong>s ( 55, 56,<br />
72, 73, 74, 75, 76). Portanto, o treinamento físico<br />
po<strong>de</strong> ser uma excelente intervenção não-farmacológica<br />
para o tratamento <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>do</strong>s seus distúrbios<br />
metabólicos.<br />
EXERCÍCIO FÍSICO E HIPERTENSÃO<br />
Há evidências associan<strong>do</strong> anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> ação <strong>da</strong><br />
insulina à hipertensão nos pacientes. Por outro la<strong>do</strong>, o<br />
exercício tem si<strong>do</strong> mostra<strong>do</strong> como um fator importante<br />
na prevenção <strong>da</strong> hipertensão e <strong>de</strong> suas <strong>do</strong>enças<br />
Rev Port Cien Desp 6(2) 217–228 223