O segmento das agências e operadoras de viagens e turismo
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O Turismo no Brasil: Panorama Geral, Avaliação da Competitivida<strong>de</strong> e Propostas<br />
<strong>de</strong> Políticas Públicas para o Setor – Neit-IE-Unicamp<br />
mercado, ao mesmo tempo diversificando e sofisticando os produtos da<br />
empresa. A valorização da moeda brasileira com o Plano Real (1994) facilitou o<br />
sucesso <strong>de</strong>sta estratégia, levando a empresa a operar novos roteiros turísticos<br />
com <strong>de</strong>stino à Europa e à Ásia a partir <strong>de</strong> 1997.<br />
Desta forma, a empresa, no final dos anos 90, já operava roteiros externos<br />
para três continentes enquanto mantinha mais <strong>de</strong> 50 roteiros nacionais,<br />
consolidando-se como uma <strong>das</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>operadoras</strong> brasileiras. Ela reforçou a<br />
estratégia <strong>de</strong> segmentação e preços baixos para os pacotes internos e a<br />
estratégia <strong>de</strong> segmentação e preços baixos para o <strong>turismo</strong> emissivo (por<br />
exemplo, organizando <strong>viagens</strong> a Disney para público adulto, com menor<br />
duração e preços mais acessíveis, e cruzeiros marítimos no Caribe, com preços<br />
menores do que os concorrentes). Apesar <strong>de</strong> aproveitar-se da valorização da<br />
moeda brasileira no período 1994-98 e do conseqüente aumento que gerou na<br />
<strong>de</strong>manda por <strong>viagens</strong> ao exterior para expandir seus roteiros externos, a<br />
empresa não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ter como foco principal o mercado interno. Sua<br />
expansão para <strong>de</strong>stinos no exterior acompanhou o movimento <strong>de</strong> crescimento<br />
do <strong>turismo</strong> emissivo registrado no Brasil na segunda meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 90,<br />
mas não alterou sua estratégia <strong>de</strong> privilegiar o <strong>turismo</strong> doméstico, ainda hoje<br />
responsável por mais <strong>de</strong> 80% do faturamento da empresa.<br />
O crescimento da empresa foi fortemente beneficiado, em 2001, pela<br />
falência da empresa Soletur, maior empresa operadora brasileira na época. As<br />
causas da falência, <strong>de</strong> acordo com entrevista <strong>de</strong> seu presi<strong>de</strong>nte 10 , foram<br />
credita<strong>das</strong> tanto à <strong>de</strong>svalorização da moeda brasileira ocorrida em 1999, que<br />
<strong>de</strong>ixou a empresa fragilizada em função <strong>de</strong> sua dívida em dólares e <strong>das</strong> altas<br />
taxas <strong>de</strong> juros pratica<strong>das</strong> no mercado brasileiro, quanto à crise no setor <strong>de</strong><br />
<strong>turismo</strong> provocada pelos atentados nos EUA, em 2001. O espaço <strong>de</strong>ixado pela<br />
Soletur, principalmente no mercado nacional, foi em gran<strong>de</strong> parte ocupado pela<br />
10 O Estado <strong>de</strong> São Paulo, “Soletur aguarda <strong>de</strong>creto que oficializa falência” (26/10/2001).<br />
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