UNIVERSIDADE DE BRASÃLIA â UnB FACULDADE DE ... - Unisc
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trabalho e que tenta agora incluir, ainda que minimamente essa parcela da<br />
população, .....e que, ao contrário do que o governo vem falando agora, essa<br />
reforma universitária deve acabar daqui a dez anos e não começar e a gente<br />
deveria ter um processo tão agressivo na universidade que nos permitisse que<br />
em um pequeno espaço de tempo essas coisas devessem ser superadas e não<br />
inicializadas. (Ana Luiza Entrevista concedida a João Jorge no dia 03 de maio<br />
de 2005)<br />
O nível de resistência interna para recepcionar as políticas de ação afirmativa na<br />
<strong>UnB</strong> pode ser compreendido pelas dificuldades vividas pelos professores José Jorge e Rita<br />
Segato, no caso da defesa contra o racismo sofrido pelo estudante afro-brasileiro Ari Lima<br />
do Doutorado de Antropologia e também é uma oportunidade prática de verificar como o<br />
direito brasileiro se comportou diante dessa nova demanda.<br />
No nosso caso em particular foi racismo, o que a gente nunca esperou, eu pelo<br />
menos vivo no Brasil muitos anos, mais de uma década, quinze anos, embora<br />
sempre percebi que o Brasil é um pais racista, nunca pensei que na universidade<br />
tivesse que conviver como casos de absoluto maus tratos, como foi no caso do<br />
nosso primeiro negro no doutorado ...Para mim este aluno tinha um valor<br />
especial e depois eu vim a constatar que em várias convenções, vários<br />
documentos internacionais dizem que a pessoa deve ser protegida e amparada,<br />
quando ela encontra dificuldades para se posicionar no meio profissional e no<br />
meio educativo, onde ela sempre foi excluída.<br />
Estudando o Direito, eu fui percebendo que havia direitos especiais, pura e<br />
unicamente, mais o primeiro que orienta a pessoa é o seu direito.... e a sua<br />
sensibilidade ética e ai eu fui perceber que também têm vários fatores que<br />
também falam da sensibilidade ética e de como ela muda ao longo da história,<br />
mas no momento a questão se divide, e uma vaga para um aluno negro tem uma<br />
importância porque significa que ele vai e outra coisa, o aluno negro precisa<br />
porque ele é um pioneiro nesse nosso doutorado, como do nosso departamento<br />
que o doutorado com a variação máxima da carreira e da excelência.<br />
O departamento de antropologia da UNB ele tem avaliação máxima, ele é de<br />
excelência, ele é considerado de altíssimo prestígio, dos departamentos da UNB<br />
o de antropologia é o que tem mais prestígio de todos , pela avaliação da CAPS,<br />
ele teve a nota mais alta de todos, ele chega até lá vem costureira, vem do<br />
recôncavo baiano, vem negro, além da ambigüidade de cor, ou seja, ele não<br />
pode julgar como branco na mesma circunstâncias e como negro em outra.... ali<br />
ele é completamente negro, ele vem de uma vida muito esforçada, passa desde<br />
pequenininho ele passa pro várias provas, testes e provações, ele vem de um<br />
curso de excelência em comunicação, que é o curso do ITA – Da Universidade<br />
Federal do Rio de Janeiro, porque é muito difícil você fazer mestrado lá em<br />
comunicação, ele vem para cá e vira professor, agora ele é professor concursado<br />
da universidade Estadual da Bahia que é uma universidade pública, já tinha<br />
publicado no Brasil e no Exterior, era membro de grupo de pesquisa, a pessoa já<br />
tinha o prestígio, um conceito como pesquisador e chega aqui um professor<br />
coloca em meio... para ele aqui, ou seja, num curso superior onde ele nunca no<br />
doutorado ele tinha recebido essa nota, ele se tira o primeiro aluno, negro,