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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB FACULDADE DE ... - Unisc

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50% e 60% do que os brancos possuíam em 1993", destaca o IBGE em seu relatório sobre<br />

o assunto.<br />

A heterogeneidade na escolaridade da população adulta brasileira explica grande<br />

parte da desigualdade de renda no Brasil. A literatura sobre a desigualdade racial no<br />

mercado de trabalho também concede importância significativa ao papel da educação na<br />

explicação da desigualdade racial. Estima-se que 55% da diferença salarial entre brancos e<br />

afro-descendentes está associada à desigualdade de acesso aos diferentes níveis de ensino,<br />

com parcela derivada da discriminação gerada no interior do sistema educacional e outra<br />

parte decorrente de herança da discriminação infringida às gerações dos pais dos<br />

estudantes:<br />

A realidade do ensino superior, apesar da pequena diferença absoluta entre as<br />

raças, é desoladora. Em 1999, 89% dos jovens brancos entre 18 e 25 anos não<br />

haviam ingressado na universidade. Os jovens negros nessa faixa de idade, por<br />

sua vez, praticamente não dispõem do direito de acesso ao ensino superior, na<br />

medida em que 98% deles não ingressaram na universidade. (IPEA 2000)<br />

Observa-se, portanto, que, à medida que se avança nos níveis de escolaridade<br />

formal da população adulta, as posições entre brancos e negros são, crescentemente,<br />

punitivas em direção aos negros. Assim, mesmo com o crescimento de 0,7% no ingresso<br />

dos afro-descendentes no ensino superior, ocorrido entre 1992 e 1999, os brasileiros de 25<br />

anos ou mais, com mais de 11 anos de estudo, incluindo o ensino superior, distribuíam-se<br />

entre 11,1% de brancos e 2,7% de negros (1992), e em 1999, distribuíam-se entre 12,9%<br />

de brancos e 3,3% de negros. Ou seja, mesmo apresentando um crescimento de 25,2% na<br />

participação dos negros entre 1992 e 1999, os afro-descendentes, no final da última<br />

década, tiveram uma participação duas vezes menor que a dos brancos no início da mesma<br />

década. (Anexo 2 – Tabela de cor)<br />

Os índices de desigualdade racial no interior de cada curso são elevadíssimos. Por<br />

exemplo, nos cursos de Administração, a proporção entre Afro-Brasileiros (negros e<br />

mestiços), brancos e amarelos (pessoas de origem asiática) é de 12,5% de Afro-Brasileiros<br />

para 83,3% de brancos e 3,3% para os descendentes de asiáticos, muito embora esse<br />

último segmento racial represente apenas 0,5% da população nacional.<br />

Nos cursos de direito havia 12,8% de Afro-Brasileiros para 84,1% de brancos e<br />

1,9% de descendentes de asiáticos. Em engenharia civil, 14,2% desses alunos

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