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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB FACULDADE DE ... - Unisc

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estatísticos que comprovou que existe racismo sim... a sociedade vivia um<br />

clima de existe racismo sim, mas não é um problema tão sério que a gente<br />

precisa fazer alguma coisa e a ação afirmativa por meio das cotas está aí para<br />

dizer não... existe racismo sim e nós precisamos fazer alguma coisa agora. Não<br />

dá para dizer à população jovem que está para entrar na universidade<br />

esperando... dizer que é preciso esperar mudar isso, aquilo... e que quando<br />

estiver maravilhoso ai as pessoas negras vão estar aqui... está na hora de dizer<br />

não...as pessoas negras vão estar aqui agora, vão estar aqui porquê elas estão<br />

exigindo isso porque foram exploradas nesse pais e está na hora de receber, de<br />

alguma forma, um benefício de tudo isso... ainda que seja um benefício pouco e<br />

restrito. (Ana Luiza Entrevista concedida a João Jorge no dia 03 de maio de<br />

2005)<br />

Com a consolidação das ações afirmativas do tipo cotas em dezesseis<br />

Universidades brasileiras, o foco do debate jurídico tem-se deslocado para o campo<br />

sociológico, no geral não há muitas dúvidas da constitucionalidade destas políticas, o<br />

debate atual para a comunidade acadêmica e militante do movimento negro sobre as ações<br />

afirmativas na <strong>UnB</strong>, é no sentido de definir como ocorrerá o acompanhamento destas<br />

políticas? Quais as propostas para a permanência dos alunos cotistas na Universidade?<br />

Qual o programa de apoio para os alunos no período pós a graduação que a Universidade<br />

vai adotar? Como estão sendo desenvolvidos os programas de outras universidades<br />

federais e no exterior 70 ?<br />

No entender de Rita Segato, um eixo básico do programa seria:<br />

No nosso projeto original, e esta parte por acaso eu desenvolvi, tinha outra<br />

proposta feita e que não foi contemplada, no projeto para a <strong>UnB</strong>. Essa fase<br />

inicial contemplava três órgãos, tinha o órgão de apoio psico-pedagógico, onde<br />

se observaria se essas pessoas tinham problemas psico e de aprendizagem para<br />

lidar como a vida universitária, segundo um comitê de monitoramento e aí sim,<br />

teria no comitê de monitoramento pessoas da universidade, os alunos, observado<br />

se a medida estava cumprindo com o propósito, se ela não estava sendo<br />

fraudada, se não tinha desvios, monitoramento geral do desempenho dos alunos<br />

que entraram e monitoramento da própria política, que ela poderia se<br />

desenvolver mais, qual seria o momento de parar, de aumentar a porcentagem<br />

para ir corrigindo a medida e o terceiro órgão mais importante de todos, seria<br />

uma ouvidoria, cotas sem ouvidoria... porque quando surgiu o problema do Ari,<br />

eu fui à ouvidoria e perguntei – quem é o ouvidor, me disseram - tinham um<br />

70 Segundo Dione Moura: A Universidade de Brasília tem interagido com outras instituições do exterior que<br />

aplicam ações afirmativas, por meio de grupos de trabalho e fóruns de debates. Da mesma forma, diversos<br />

pesquisadores de universidades do exterior procuram a <strong>UnB</strong> para buscar dados que subsidiem seus estudos<br />

comparativos. Em qualquer uma das vias, é preciso resguardar as particularidades de formação histórica e<br />

realidades de cada país, para evitar seja ‘importação’ seja ‘exportação’ de tecnologias sociais sem a devida<br />

consideração aos contextos nos quais as mesmas são implementadas. (Entrevista concedida a João Jorge no<br />

dia 15 de maio de 2005)

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