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Origem do Instituto de Química da USP Reminiscências e comentários

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<strong>Origem</strong> <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Química <strong>da</strong> <strong>USP</strong> - Reminiscências e Comentários<br />

clorídrico, parcialmente solúvel em amônia e assim por diante)<br />

mas pelo conhecimento <strong>da</strong>s reações <strong>do</strong>s cátions alcalinos, sódio,<br />

potássio, além <strong>de</strong> amônio, bem como <strong>de</strong> alguns ânions simples,<br />

cloreto, nitrato, nitrito, sulfato. Assim o aluno, já nas primeiras práticas,<br />

recebia amostras sóli<strong>da</strong>s reais para analisar e era obriga<strong>do</strong><br />

a fazer uma pequena pesquisa. O trabalho ia se tornan<strong>do</strong> mais<br />

complexo com a inclusão gradual <strong>de</strong> outros cátions e ânions, separações<br />

e tratamento <strong>de</strong> resíduos insolúveis. A tradicional marcha<br />

analítica era, por assim dizer, aprendi<strong>da</strong> <strong>de</strong> baixo para cima,<br />

partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> mais simples para o mais complexo. Aprendia-se<br />

muita química <strong>de</strong> uma maneira racional. Nesse senti<strong>do</strong>, lembro<br />

sempre a observação <strong>de</strong> Alberto Carvalho <strong>da</strong> Silva, Assistente <strong>da</strong><br />

Ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Fisiologia <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, que aproxima<strong>da</strong>mente<br />

nos anos 40-42, fez boa parte <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> química como<br />

se fosse aluno regular e, anos mais tar<strong>de</strong>, ao referir-se ao Guia o<br />

consi<strong>de</strong>rava “Um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> lógica”.<br />

Li<strong>da</strong>r com o <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> logo no início levava o estu<strong>da</strong>nte<br />

a concentrar-se na observação e a <strong>de</strong>senvolver um raciocínio a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong><br />

para a compreensão <strong>do</strong> que via acontecer. Esse exercício<br />

mental era re<strong>do</strong>bra<strong>do</strong> em intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos assim chama<strong>do</strong>s colóquios,<br />

geralmente semanais, em que se discutiam os resulta<strong>do</strong>s<br />

<strong>da</strong> prática e o professor procurava encaminhar a discussão para<br />

que se percebessem as correlações entre os fatos observa<strong>do</strong>s.<br />

Cabe aqui lembrar que o Prof. Rheinboldt, ao receber a incumbência<br />

<strong>de</strong> organizar o curso, fora informa<strong>do</strong> <strong>de</strong> que a ênfase<br />

seria <strong>da</strong><strong>da</strong> na formação <strong>de</strong> professores secundários. Sabe<strong>do</strong>r,<br />

após pouco tempo, <strong>de</strong> que os poucos alunos em sua quase totali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

não <strong>de</strong>sejavam dirigir-se para o magistério, mas pretendiam<br />

ser químicos, resolveu rever o plano inicial e, juntamente<br />

com o Prof. Hauptmann, ampliou consi<strong>de</strong>ravelmente o conteú<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong>s disciplinas, principalmente no ensino prático. Com efeito,<br />

em seu primeiro relatório anual, Rheinboldt referiu-se a essa<br />

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