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Origem do Instituto de Química da USP Reminiscências e comentários

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Paschoal Senise<br />

boldt, preso a compromisso inadiável, incumbiu-me <strong>de</strong> transmitir<br />

a <strong>de</strong>sagradável notícia assim que o Prof. Levi chegasse<br />

ao Departamento. Foi o que fiz, mas por mais que tentasse<br />

atenuar os efeitos <strong>da</strong> comunicação não consegui evitar a perplexi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

estampa<strong>da</strong> na fisionomia <strong>do</strong> professor que, atônito,<br />

pronunciou poucas palavras e se retirou em silêncio. Ironicamente,<br />

o Prof. Giorgio Renato Levi, persegui<strong>do</strong> na Itália por ser<br />

ju<strong>de</strong>u, via tolhi<strong>da</strong> a sua liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho no Brasil por ser<br />

italiano!!..<br />

O triste episódio não prejudicou o relacionamento cordial<br />

com to<strong>do</strong>s nós. Enquanto permaneceu no Brasil, manteve<br />

contatos e ofereceu colaboração freqüentan<strong>do</strong> os seminários,<br />

participan<strong>do</strong> <strong>de</strong> comissões julga<strong>do</strong>ras ou procuran<strong>do</strong> colegas<br />

para um bate-papo. Regressou à Itália após alguns anos e foi<br />

reintegra<strong>do</strong> na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Pavia.<br />

Convém lembrar que os professores Rheinboldt e Hauptmann,<br />

felizmente, não sofreram represálias, em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> sua<br />

origem germânica, por já terem adquiri<strong>do</strong> a nacionali<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira,<br />

por naturalização.<br />

Como o ensino <strong>da</strong> disciplina era ministra<strong>do</strong> em rodízio<br />

com o <strong>de</strong> Bioquímica, o problema <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> professor se apresentava<br />

para o ano letivo <strong>de</strong> 1944. Foi então contrata<strong>do</strong> temporariamente<br />

o Prof. Milton Estanislau <strong>do</strong> Amaral, livre-<strong>do</strong>cente<br />

<strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, liga<strong>do</strong> ao grupo <strong>do</strong> Prof. Jayme<br />

Cavalcanti. Em 1946 a tarefa foi assumi<strong>da</strong> <strong>de</strong>finitivamente por<br />

Simão Mathias, na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> professor contrata<strong>do</strong>. O ensino<br />

prático ain<strong>da</strong> era muito reduzi<strong>do</strong> e somente mais tar<strong>de</strong>, por<br />

volta <strong>de</strong> 1960, conseguiu Mathias, com a <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> e eficiente<br />

atuação <strong>de</strong> Renato Giovanni Cecchini, instituir um curso experimental<br />

bem estrutura<strong>do</strong>. Eurico <strong>de</strong> Carvalho Filho, ao regressar<br />

<strong>do</strong> exterior, também passou a participar <strong>do</strong> ensino.<br />

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