Origem do Instituto de QuÃmica da USP Reminiscências e comentários
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<strong>Origem</strong> <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Química <strong>da</strong> <strong>USP</strong> - Reminiscências e Comentários<br />
prático. Assim, em 1936, os novos alunos tiveram <strong>de</strong> se acomo<strong>da</strong>r<br />
na mesma <strong>de</strong>pendência. Éramos então ao to<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 15,<br />
poucos é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas os problemas começaram quan<strong>do</strong>, no<br />
segun<strong>do</strong> semestre, a turma <strong>de</strong> 1935 passou a executar exercícios<br />
<strong>de</strong> análises quantitativas, ao mesmo tempo que a <strong>de</strong> 1936<br />
realizava ensaios qualitativos. Devi<strong>do</strong> às <strong>de</strong>ficiências <strong>da</strong>s instalações<br />
e à natureza <strong>do</strong> trabalho o ambiente se tornava <strong>de</strong>sagradável<br />
e a perspectiva para o ano seguinte, com três turmas,<br />
era assusta<strong>do</strong>ra (não esqueçamos que to<strong>do</strong>s trabalhavam em<br />
regime <strong>de</strong> tempo integral).<br />
A carência <strong>de</strong> espaço se verificava também em outros setores<br />
sedia<strong>do</strong>s na Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e a direção <strong>da</strong> FFCL já<br />
vinha pleitean<strong>do</strong> junto ao governo uma solução para o problema.<br />
Após muitos esforços, foi possível conseguir uma verba <strong>de</strong><br />
250 contos <strong>de</strong> réis para a ampliação <strong>da</strong>s instalações ocupa<strong>da</strong>s<br />
pelo setor <strong>de</strong> Química. De fato, no edifício <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />
as alas liga<strong>da</strong>s ao gran<strong>de</strong> bloco central foram construí<strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong> maneira a po<strong>de</strong>r facilitar ampliações, sem prejuízo não<br />
apenas <strong>da</strong> estrutura mas também <strong>da</strong> estética, pois ca<strong>da</strong> uma<br />
<strong>de</strong>las possuía no topo uma área vazia à guisa <strong>de</strong> terraço. A Química<br />
estava justamente instala<strong>da</strong> em uma <strong>de</strong>ssas alas, a qual<br />
terminava em um terraço que comportava construção adicional,<br />
<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as normas para ampliações <strong>do</strong> prédio. Pouco<br />
após o início <strong>da</strong>s obras, em junho <strong>de</strong> 1937, um grupo <strong>de</strong> alunos<br />
<strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina resolveu <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>r e jogar abaixo o<br />
an<strong>da</strong>ime que estava sen<strong>do</strong> monta<strong>do</strong>. Houve o comparecimento<br />
<strong>da</strong> imprensa e principalmente alguns jornais vespertinos divulgaram<br />
o acontecimento com fotos e gran<strong>de</strong>s títulos, bem como<br />
com <strong>de</strong>clarações <strong>do</strong>s futuros médicos <strong>do</strong> tipo: “Não admitimos<br />
a invasão <strong>do</strong>s “filósofos”. Fora <strong>da</strong>qui, o prédio é nosso”. Evi<strong>de</strong>ntemente<br />
estávamos longe <strong>da</strong> existência <strong>do</strong> espírito universitário<br />
preconiza<strong>do</strong> pelos fun<strong>da</strong><strong>do</strong>res <strong>da</strong> <strong>USP</strong>. Os rebel<strong>de</strong>s não se con-<br />
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