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tradicionalmenteinovador - Brazil Buyers & Sellers

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Alhi<br />

>> Alho nacional busca reação, mas<br />

enfrenta dificuldades devido às<br />

Oimportações, que predominam no<br />

abastecimento interno<br />

O setor da produção de alho no<br />

Brasil convive há alguns anos com a<br />

concorrência direta e forte das importações,<br />

que dominaram o mercado<br />

nacional do tempero a partir da<br />

segunda metade da década de 1990<br />

e continuam em volumes elevados,<br />

beneficiadas pelo câmbio favorável.<br />

Essas transações, entretanto, estão<br />

sendo questionadas sob aspectos da<br />

legalidade pela Associação Nacional<br />

dos Produtores de Alho (Anapa).<br />

Em 2009, a entrada de produto<br />

estrangeiro, vindo principalmente<br />

da China e da Argentina, alcançou a<br />

151,7 mil toneladas. Enquanto isso,<br />

o Brasil produziu 87 mil t, que correspondem<br />

a 36,4% do total consumido,<br />

ou 31,9%, se forem excluídos<br />

15% da produção como reserva de<br />

semente, de acordo com cálculo<br />

dos pesquisadores Waldemar Pires<br />

de Camargo Filho e Felipe Pires de<br />

Camargo, do Instituto de Economia<br />

Agrícola da Agência Paulista de Tecnologia<br />

dos Agronegócios (IEA-Apta).<br />

No período 1991-94, o índice era<br />

de 65,5%, segundo a mesma fonte.<br />

A cultura destaca-se entre as hortaliças<br />

pelo alto valor unitário, que<br />

em 2009 foi de R$ 4.250,00 a tonelada,<br />

conforme levantamento da<br />

Embrapa Hortaliças, de Brasília (DF),<br />

rendendo no total perto de R$ 370<br />

milhões. No ano anterior, o valor por<br />

tonelada era de R$ 3.500,00. A valorização<br />

fez reagir a produção nacional,<br />

que em 2010 teria chegado a 104,6<br />

mil t, de acordo com estimativas do<br />

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística<br />

(IBGE), com incremento de<br />

produtividade para 9,9 t por hectare.<br />

Mas a importação se manteve alta<br />

em 2010, com 154,5 mil t adquiridas<br />

do exterior.<br />

Em relação a 2011, o IBGE também<br />

prevê pequeno aumento de<br />

área, ficando ao redor de 11 mil ha<br />

e com leve recuo no rendimento<br />

físico. O agrônomo Marco Antônio<br />

Lucini, da Empresa de Pesquisas<br />

Agropecuárias e Extensão Rural<br />

(Epagri) de Santa Catarina e presidente<br />

de honra da Anapa, observa<br />

manutenção de boa produtividade<br />

neste ano. Só para a região do Cerrado,<br />

onde se expandiu a produção<br />

nos últimos anos, ele prevê a oferta<br />

de mais de 72 mil t com alta qualidade.<br />

Os maiores produtores atualmente<br />

são os estados de Goiás,<br />

Minas Gerais, Rio Grande do Sul e<br />

Santa Catarina.<br />

>> MAIOR CONSUMO O cultivo<br />

do alho no Brasil se acomodou<br />

nas regiões com possibilidade de<br />

maior uso tecnológico para o aumento<br />

da produtividade, que se expandiu<br />

com taxa média de 4,57% ao<br />

ano nas últimas duas décadas, conforme<br />

destacam os pesquisadores<br />

do IEA-Apta. Chamam atenção também<br />

para o aumento do consumo,<br />

ainda na década de 1990, devido ao<br />

acréscimo na aquisição de alimentos<br />

proporcionado pela implantação do<br />

Plano Real, após 1994, e pelo incremento<br />

da industrialização. Pesquisas<br />

do IBGE em 2002 e 2008 apontam<br />

crescimento de 21% na compra per<br />

capita de alho nesse período, passando<br />

a 0,49 quilos por habitante ao<br />

ano.<br />

O produtor brasileiro luta para<br />

voltar a ocupar maior parcela dessa<br />

demanda. Nessa direção, busca soluções<br />

por meio da Anapa, que se esforça<br />

para que venha a ocorrer “uma<br />

concorrência leal” com o importador,<br />

particularmente o chinês, o maior<br />

fornecedor, a partir da superação de<br />

questões legais que são encaminhadas<br />

no governo e na justiça.<br />

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