folhosas . Leafy todasA Espaço para Inor Ag. Assmann 58
Segmento de folhosas e florais mostra aumento de consumo, com destaque para o desempenho da alface e da couve Ao contrário das hortaliças em geral, que sofreram leve recuo na demanda interna nos últimos anos, as chamadas folhosas vêm sendo mais procuradas pelos consumidores nacionais. Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizadas em 2002 e 2008, revelam crescimento de 29% nesse período na aquisição alimentar domiciliar de “hortaliças folhosas e florais”, que passou para 3,23 quilos por habitante ao ano em 2008. O repolho tem o maior peso nesse grupo, com a fatia de 1,03 kg/hab/ano, quantidade que registrou mínima elevação. Bem próximo desse item, com 0,91 kg, está a alface, cujo incremento foi de 41,52% nos seis anos. A couve apresentou a evolução mais expressiva, de 156%, mas a participação per capita anual é de 0,33 kg. A couve-brócolis, da mesma forma, foi mais demandada, passando a 0,15 kg/hab/ano, assim como o cheiro-verde, para 0,22 kg/hab/ano. A couve-flor teve pequena redução, assim como a acelga e o agrião, de menor participação. No entanto, as enquadradas em “outras” do mesmo grupo tiveram aumento de 108%, completando o bom resultado do segmento. A alface foi tema de reunião técnica promovida pela Embrapa Hortaliças, em Brasília (DF), no início de junho de 2011, que enfocou os problemas e os desafios na produção e na comercialização. O professor Fernando César Sala, da Universidade Federal de São Carlos, no Estado de São Paulo, lembrou que é a hortaliça folhosa mais consumida no mundo e se destaca no Brasil, onde representa um dos principais mercados de sement e s no segmento, com movimento anual ao redor de R$ 27 milhões. No País, segundo ele, o principal desafio da pesquisa é a tropicalização da cultura, pois existe demanda do mercado por variedades com esse perfil para o cultivo problemático no verão, assim como por recomendações para as diferentes regiões do Brasil e por tecnologias de produção de sementes. Fatores limitantes, como chuvas, temperatura, umidade, baixa luminosidade e algumas doenças, foram levantados pelo agrônomo Romério de Andrade, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Distrito Federal. A Embrapa Hortaliças, por meio do pesquisador Fábio Suinaga, apresentou programa de melhoramento iniciado pela empresa para desenvolver novos materiais de alface crespa e americana, que respondem por 65% e 20% das vendas, respectivamente. Deverão atender também às exigências da tropicalização, bem como a questões relacionadas ao manejo no sistema orgânico. Ainda em relação ao mercado, o professor Fernando César Sala apontou o gargalo do sistema de comercialização, que considerou ultrapassado e responsável por grande parte das perdas na cultura. “O transporte da produção ainda é feito em caixas de madeira (caixa k) e não existe uma cadeia do frio”, destacou. Mereceu atenção também o destino da alface para processamento, setor em crescimento e altamente exigente no qual, segundo o pesquisador Jony Eishi Yuri, da Embrapa Semiárido, d e Petrolina (PE), o sistema hoje utilizado, com plasticultura, fertirrigação e sementes importadas, apresenta alto custo. 59