Sopa de legumes A diversidade de climas e de solos nas dimensões continentais do Brasil permite a produção, no território nacional, nas mais diferentes épocas do ano, de praticamente qualquer espécie de hortigranjeiro em que se pretenda investir. Essa condição, estratégica num cenário global, favorece os produtores brasileiros em sua meta de responder pelo abastecimento do enorme mercado doméstico, caracterizado por quase 200 milhões de consumidores. Além de a cadeia ter como perspectiva imediata a demanda significativa e crescente dentro do próprio País, a infraestrutura montada para o cultivo, para o escoamento e para a industrialização cada vez mais autoriza a confiar na expansão das clientelas internacionais. Amplitude no mix de produtos e regularidade na oferta são argumentos que pesam a favor dos hortigranjeiros “made in <strong>Brazil</strong>”. E uma vez que esses produtos típicos de hortas ou de ambientes de granja constituem alimentos básicos na dieta de qualquer pessoa, é evidente que a economia apoiada na produção dessas espécies também assume um... colorido todo especial. De norte a sul, de leste a oeste, os brasileiros têm suas preferências e consomem hortaliças que, aos olhos dos demais, muitas vezes soam exóticas. Em alguns casos, imigrantes oriundos de diferentes regiões do planeta, e que aqui aportaram ao longo dos séculos XIX e XX, trouxeram suas guloseimas e suas... surpresinhas, hoje perfeitamente incorporadas à dieta regional. Mas é evidente que, a exemplo de outras nações, os brasileiros têm no topo de consumo as grandes vedetes comerciais. É o caso de: folhosas, tomate, batata, batata-doce, aipim, cebola, cenoura e alho, dentre outras. A essas segue-se uma extensa lista, que vai muito além de 100 itens, facilmente identificáveis em supermercados, feiras rurais, centrais de abastecimento e mercearias de bairro. Em cor, sabor, aroma e benefícios à saúde, o que se sabe é que não pode haver qualidade de vida sem que haja algum desses hortigranjeiros na mesa. Justamente para assegurar que não falte nem qualidade nem quantidade nas hortaliças, em condições de alimentar a população interna e chegar aos mercados demandantes no exterior, os segmentos de apoio se unem. Em pesquisa e inovação tecnológica, a preocupação é responder rapidamente às necessidades levantadas na produção e na industrialização. Aproximando e fortalecendo toda essa estrutura, as entidades e as instituições que representam o setor se organizam a fim de compartilhar conhecimento e difundir novas técnicas. O Anuário Brasileiro de Hortaliças 2011, na segunda edição deste título no portfólio da Editora Gazeta, alia-se a este importante esforço de divulgação. No final de tudo, o objetivo de cada u m desses atores é –, a exemplo do que, lá no campo, persegue o produtor – um só: garantir alimento nutritivo e saboroso, que deixe sempre um gostinho de... quero mais. Não por acaso, uma das preferências absolutas do brasileiro, e certamente de todos que prezam uma refeição completa, é a famosa sopa de legumes. O povo sabe o que é bom. 6
Inor Ag. Assmann 7