tradicionalmenteinovador - Brazil Buyers & Sellers
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vem chamando a atenção por sua retomada<br />
e importância. O presidente<br />
da Associação Brasileira de Horticultura<br />
(ABH), Paulo César Tavares de Melo,<br />
também professor do Departamento<br />
de Produção Vegetal da Escola Superior<br />
de Agricultura Luiz de Queiroz<br />
(Esalq), da Universidade de São Paulo<br />
(USP), levantou estatísticas de 2010<br />
nesse segmento e constatou produção<br />
de 1,8 milhão de t, incremento<br />
significativo de 58% se comparado ao<br />
ano 2000. Com o avanço, o Brasil passou<br />
a ocupar a quinta posição entre os<br />
maiores países produtores desse item<br />
e retornou a condição de membro oficial<br />
do Conselho Mundial do Tomate<br />
para Processamento Industrial (WPTC),<br />
para o qual Melo foi designado delegado<br />
oficial do País no órgão.<br />
O destaque nesse produto é o Estado<br />
de Goiás, com 1,466 milhão de t obtidas<br />
em 16.382 hectares (rendimento<br />
de 89,5 t/ha). A produtividade média<br />
no País, computando dados desde<br />
1985, apresenta notável aumento de<br />
150%, atribuído à maior concentração<br />
no Cerrado goiano e à expansão<br />
do uso de híbridos de alto potencial<br />
produtivo, além da estratégia contratual<br />
das empresas processadoras para<br />
financiar os insumos necessários ao<br />
plantio.<br />
O setor, comenta o dirigente da<br />
ABH, atravessa um momento de crescimento<br />
significativo também pela<br />
consolidação de Goiás como o mais<br />
importante polo de agroprocessamento<br />
do Brasil e da América do Sul.<br />
Das 23 fábricas voltadas ao segmento,<br />
12 localizam-se em municípios goianos.<br />
Verifica-se grande concorrência<br />
na área, com aproximadamente 350<br />
marcas e forte investimento no segmento<br />
de food service, bem como de<br />
embalagens mais modernas. Comparando<br />
2000 e 2010, a fabricação de derivados<br />
de tomate passou de cerca de<br />
350 mil t para 530 mil t e o valor quase<br />
dobrou, pulando de R$ 1,1 bilhão para<br />
R$ 2,1 bilhões.<br />
>> CRESCENTE . On the rise<br />
Evolução do tomate no Brasil<br />
Ano<br />
Área<br />
(mil ha)<br />
Produção<br />
(mil t)<br />
Produtividade<br />
(t/ha)<br />
Disponibilidade<br />
(kg/hab/ano)<br />
1980 50 1.535 30,643 12,950<br />
1990 61 2.261 37,143 15,423<br />
2000 56 2.983 53,263 17,414<br />
2001 57 3.103 53,982 17,853<br />
2002 63 3.653 58,428 20,709<br />
2003 61 3.641 59,231 20,345<br />
2004 60 3.516 58,238 19,360<br />
2005 61 3.453 56,943 18,953<br />
2006 59 3.363 56,968 18,298<br />
2007 59 3.431 58,578 18,652<br />
2008 61 3.868 63,378 21,021<br />
2009 68 4.310 63,760 22,511<br />
Fonte: IBGE/PAM 2010<br />
>> ALTA DEMANDA O professor<br />
da USP e presidente da ABH, Paulo<br />
César Tavares de Melo, cita dados da<br />
empresa ACNielsen de que os derivados<br />
de tomate são a sétima categoria<br />
mais importante de produtos alimentícios<br />
não perecíveis na mesa do brasileiro.<br />
Cresceu o consumo de atomatados,<br />
sobretudo nos últimos anos, o que<br />
por sua vez influenciou o incremento<br />
substancial de importações de polpa<br />
concentrada, bem como de produtos<br />
acabados.<br />
As importações passaram de 61 mil<br />
toneladas em 2010, chegando a crescer<br />
789% desde 2006, para cobrir déficits<br />
de produção de matéria-prima,<br />
que em média ficou em 1,2 milhão<br />
de t no período. Também contribuiu<br />
no processo o câmbio altamente favorável.<br />
Nesse cenário, observa Melo,<br />
coloca-se o bom resultado da safra de<br />
2010, que, se por um lado demonstrou<br />
o interesse das empresas na expansão<br />
da oferta nacional de tomate industrial,<br />
por outro gerou excedentes que podem<br />
estar influenciando as projeções<br />
de redução de área plantada em 2011,<br />
entre outros fatores. Quanto às exportações,<br />
pelo mesmo fator da política<br />
cambial, vêm perdendo competitividade<br />
na segunda metade da década.<br />
O dirigente da ABH destaca, junto às<br />
conquistas alcançadas no País, a necessidade<br />
de superar gargalos que continuam<br />
ameaçando a sustentabilidade<br />
e a expansão. Aponta o grande desafio<br />
do setor produtivo em continuar avançando<br />
tecnologicamente no manejo<br />
cultural, buscando incremento ainda<br />
maior em produtividade e qualidade,<br />
redução de custos e aumento da rentabilidade.<br />
Todos esses fatores devem<br />
estar aliados à preservação ambiental<br />
e à racionalidade no uso de água<br />
de irrigação e agrotóxicos. Levanta<br />
também a questão da capacidade de<br />
processamento das fábricas, diante de<br />
perdas na última safra por esse fator, e<br />
o desequilíbrio entre oferta e demanda<br />
de energia, que precisa ser enfrentado<br />
em âmbito governamental.<br />
Sílvio Ávila<br />
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