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História Geral

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empenhando-se na autonomia do Condado; com o apoio<br />

do papa Alexandre III, Afonso Henriques é coroado rei<br />

de Portugal, iniciando a dinastia de Borgonha, que se<br />

estendeu até 1383. A emancipação do Reino não garantiu<br />

a plena estabilidade do Reino, frequentemente ameaçada<br />

pela ameaça de incorporação pelos vizinhos castelhanos<br />

e pela diversidade de poderes, especialmente entre os<br />

grandes proprietários de terra. Em 1383, com a morte do<br />

monarca D. Fernando, Portugal mergulharia numa grave<br />

guerra civil envolvendo a disputa pelo trono. A viúva,<br />

dona Leonor, favorecia o casamento da herdeira Beatriz<br />

com o monarca de Castela, o que desagradava parte da<br />

burguesia lusitana e os pequenos proprietários, que viam<br />

nessa ação a ameaça à autonomia do Reino Português.<br />

Desse modo, parte substancial da sociedade lusitana,<br />

especialmente a arraia miúda – referência às camadas<br />

populares, a classe mercantil e os pequenos e médios<br />

proprietários de terra, confluíram o apoio ao trono em<br />

torno do Mestre de Avis, irmão bastardo de D. Fernando.<br />

Em 1385, na Batalha de Aljubarrota, a guerra contra<br />

Castela definiu-se em favor do Mestre de Avis, que seria<br />

coroado com D. Joao I. A Revolução de Avis marca o<br />

nascimento do Estado Nacional moderno em Portugal, e<br />

a aproximação do centro de poder aos interesses<br />

mercantis, essencial à expansão territorial e comercial<br />

propiciada através das Grandes Navegações.<br />

DOS SANTOS, Georgina, FARIA Sheila de Castro, FERREIRA, Jorge,<br />

VAINFAS, Ronaldo. Conecte <strong>História</strong> 01. São Paulo: Saraiva 2012. P. 151<br />

3. ETAPAS DO EXPANSIONISMO<br />

PORTUGUÊS<br />

O marco inicial das viagens portugueses é o ano de<br />

1415, quando uma expedição de mais de 20 mil<br />

soldados, em uma frota de 110 navios e sob comando da<br />

própria casa real portuguesa, de forte inspiração na<br />

164<br />

continuidade da Guerra de Reconquista, atacaram a<br />

cidade de Ceuta, importante polo convergente das rotas<br />

transaarianas de comércio. Ali fundaram uma catedral<br />

em lugar de uma importante mesquita muçulmana e,<br />

objetivava recolher informações sobre regiões africanas<br />

de onde pudessem ser extraídos ouro e metais preciosos,<br />

evidenciando precoces interesses das viagens marítimas,<br />

anteriormente citados.<br />

Nas décadas posteriores seguiram se a essa ação de<br />

conquista uma série de viagens de curta distância pelo<br />

Atlântico, margeando a costa ocidental africana, das<br />

quais se tomou conhecimento das ilhas e arquipélagos<br />

como Madeira (1419), Cabo Verde (1445), Açores (entre<br />

1427 e 1431) e São Tomé; regiões onde seriam<br />

desenvolvidas atividades como produção açucareira, uso<br />

de trabalho escravo africano, produção de trigo para<br />

abastecimento do reino, criação de gado e outras culturas<br />

cereais.<br />

Em 1434, o navegador Gil de Eannes seria o responsável<br />

por outra importante etapa das navegações portuguesas,<br />

que permitiram o contorno do Cabo Bojador. Depois de<br />

15 tentativas sem sucesso, prejudicadas pelos nevoeiros<br />

intensos, ruídos ensurdecedores dos ventos a sudoeste e<br />

ondas de mais de 15 metros nos penhascos, garantia-se a<br />

superação do grande obstáculo em direção ao sul do<br />

continente africano.<br />

Ao longo da década de 1440, os portugueses alcançaram<br />

a região do rio do Ouro e do Rio Senegal, onde passou a<br />

estabelecer feitorias que permitiu proveitoso comercio na<br />

região, envolvendo o ouro sudanês, marfim, pimenta e<br />

escravos geralmente negociados com os chefes africanos<br />

em troca de armas, cobre, cavalos e tecidos.<br />

Durante o reinado de D. João II, ao longo da década de<br />

1480, um novo desafio se impôs, o de contornar o<br />

extremo sul africano, alcançando o Oceano Índico e<br />

garantindo o acesso às Índias e suas especiarias, objetivo<br />

inicial e primordial das viagens, garantindo uma rota<br />

alternativa a essas mercadorias. Diogo Cão alcançaria a<br />

foz do Rio Congo em 1481, avançando nos três anos<br />

seguintes cada vez mais em direção ao sul. Entre 1487 e<br />

1488 era a vez do navegador Bartolomeu Dias alcançar o<br />

Cabo das Tormentas, no extremo sul africano,<br />

renomeado a partir de então Cabo da Boa Esperança e<br />

abrindo definitivamente os caminhos às riquezas<br />

orientais.<br />

Dez anos depois, a conquista de uma rota alternativa para<br />

as Índias através do Atlântico Sul confirmava-se com a<br />

viagem de Vasco da Gama, concluída em Calicute nas

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