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História Geral

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3. E O MUNDO VIROU DO AVESSO<br />

A Guerra de Independência durou cerca de seis anos.<br />

Desde 1775, verificaram-se combates entre as tropas<br />

inglesas e norte-americanas. A princípio, os norteamericanos<br />

sofreram sérias derrotas. O objetivo das<br />

forças inglesas era tomar os portos e vias fluviais,<br />

cortando as comunicações entre as colônias e isolandoas.<br />

Assim aconteceu em Nova Iorque em 1776,<br />

obrigando o exército de Washington a retirar-se para<br />

Filadélfia. Às vitórias dos norte-americanos sobre as<br />

tropas inglesas e de mercenários alemães em Trenton e<br />

Princeton (1777) seguiu-se a tomada de Filadélfia pelos<br />

ingleses.<br />

A primeira grande batalha ocorreu no final de 1777, em<br />

Saratoga. A vitória norte-americana deu outro ruma à<br />

guerra, pois significou o apoio da França (1778) e da<br />

Espanha, unidas por Pactos de Família contra a<br />

Inglaterra. A Grã-Bretanha declarou prontamente guerra<br />

à França, e a Guerra de Independência tornou-se guerra<br />

mundial. A Espanha entrou nela como aliada da França<br />

em 1779 e foi de grande utilidade para a causa americana<br />

porque transformou Nova Orleans em base para corsários<br />

e por se haver apoderado dos postos militares ingleses na<br />

Flórida Ocidental. A Holanda, nação à qual tinha valido<br />

uma fortuna considerável sua condição de principal<br />

potência marítima neutra, viu-se obrigada pela Inglaterra<br />

a entrar na guerra em 1780; e Catarina II da Rússia<br />

formou uma Liga da Neutralidade Armada que estorvou<br />

bastante as operações da esquadra inglesa contra os<br />

comerciantes neutros. Se os inimigos da Inglaterra se<br />

houvessem unido, seria impossível a resistência contra<br />

ele; mas somente a França e a América do Norte agiram<br />

de comum acordo, e ainda só a partir de 1780.<br />

A entrada da França na guerra ao lado dos norteamericanos<br />

foi decisiva para a vitória final. A França,<br />

interessada em debilitar o poderio da Inglaterra que,<br />

desde 1763, a desalojara do continente americano, e<br />

também vislumbrando a possibilidade de conquistar<br />

mercados consumidores, colaborou com homens, armas,<br />

dinheiro e navios. Entre os oficiais franceses,<br />

destacaram-se o marquês de Lafayette, Saint-Simon e o<br />

general Rochambeau.<br />

A partir de 1778, o teatro da guerra deslocou-se do Norte<br />

para o Sul, onde os ingleses capturaram o porto de<br />

Charleston, a Geórgia e a Carolina do Sul, em 1780. Nas<br />

lutas para recuperar esses territórios, teve grande<br />

importância a tática da guerra de guerrilhas. Entretanto,<br />

foi o poder naval francês que tornou possível a vitória<br />

norte-americana sobre as tropas do general Cornwallis,<br />

em 1781, em Yorktown, na costa da Virgínia, o que<br />

marcou o fim da resistência militar inglesa. Durante a<br />

rendição, a banda dos soldados ingleses tocou O mundo<br />

virou de cabeça para baixo. Não deixava de ser um<br />

sintoma dos novos tempos, que a vitória dos patriotas<br />

norte-americanos anunciava… Embora os exércitos<br />

britânicos tenham sido capturados, o reconhecimento da<br />

independência norte-americana só se deu em 1783,<br />

quando foi assinado o Tratado de Versalhes entre a<br />

antiga colônia e sua ex-metrópole.<br />

4. A ORGANIZAÇÃO DO NOVO GOVERNO<br />

Em 1787 foi aprovada a Constituição norte-americana,<br />

tendo sido elaborada a partir do republicanismo e do<br />

federalismo, estabelecendo o poder tripartite<br />

independente: executivo, judiciário e legislativo. O texto<br />

da Carta Magna americana é enxuto e prevalece até hoje,<br />

embora tenha sofrido emendas ao longo do tempo.<br />

Alterar a Constituição norte-americana é um processo<br />

moroso e que precisa ser muito bem estudado para o<br />

conseguir. George Washington foi eleito o primeiro<br />

presidente dos Estados Unidos da América em 1789. As<br />

repercussões da Independência<br />

O primeiro país atingido pela Independência dos Estados<br />

Unidos foi a Inglaterra. O rei Jorge III, que vinha<br />

tentando uma maior concentração de poderes, ficou<br />

extremamente desacreditado com a separação das 13<br />

colônias. A derrota inglesa e o Tratado de Versalhes<br />

abalaram momentaneamente a expansão inglesa. A<br />

França absolutista de Luís XVI também foi atingida. Os<br />

soldados franceses que haviam lutado na Independência<br />

voltaram para a Europa com ideias de liberdade e<br />

república. Haviam lutado contra uma tirania na América<br />

e, de volta à pátria, reencontravam um soberano<br />

absoluto. No entanto, só 13 anos depois da<br />

Independência norte-americana esse germe de liberdade<br />

frutificará na França.<br />

As despesas do Estado francês com a guerra no além-mar<br />

foram elevadas, fazendo o já debilitado tesouro francês<br />

sofrer bastante. As vantagens obtidas pelo Tratado de<br />

Versalhes só supriram parte do déficit. Dessa forma<br />

também, a Revolução Americana colaborou para<br />

enfraquecer o poder real e desencadear a Revolução<br />

Francesa. Para o resto da América, os Estados Unidos<br />

serviriam como exemplo. Uma independência concreta e<br />

possível passou a ser o grande modelo para as colônias<br />

ibéricas que desejavam separar-se das metrópoles. Os<br />

princípios iluministas, que também influenciavam a<br />

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