História Geral

A INDEPENDÊNCIA DOS EUA
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A importância da independência das colônias inglesas na
América, que formariam os Estados Unidos, é
incontestável, pois foi o primeiro grande ato de colônias
contra suas metrópoles. Elas se colocaram contra a
submissão econômica e política dos imigrantes e seus
descendentes, que haviam formado outra sociedade, e
que passaram a ter interesses diferentes dos
representados pelos diversos grupos metropolitanos.
A lógica colonial estava em crise, afetando as relações
entre as metrópoles e suas colônias, que estavam
diretamente ligadas às profundas transformações
estruturais europeias, motivadas pelas ideias e filosofias
iluministas. A independência americana teve
repercussões importantes na própria Europa, inclusive na
Inglaterra, que perdia sua principal área colonial, na
França, que anos depois também teria uma grande
Revolução, e nos territórios coloniais ibéricos do Novo
Mundo.
1. OS CONFLITOS NO PROCESSO
COLONIAL
A mudança de interesses entre colonizadores e
colonizados trouxe então um aumento da tensão entre
eles. A situação se agravou com a Guerra dos Sete Anos
(1756-1763) entre a França e a Inglaterra, pois os
combates também aconteceram em território norteamericano.
Os colonos travaram lutas junto com os
soldados britânicos contra os franceses e os venceram,
tomando territórios que estavam sob domínio francês,
como a Louisiana francesa, localizada as margens do rio
Mississipi. Ao findar a guerra, mesmo a Inglaterra tendo
conseguido tomar extensas áreas dos franceses, sua
situação financeira estava bastante fragilizada em virtude
dos altos custos da guerra. Os ingleses, necessitando de
maiores fontes de recursos, decidiram criar novos
impostos para solucionar seus problemas econômicos.
Em 1764, o parlamento inglês aprovou a primeira de
uma série de leis que taxavam produtos comerciados
pelos norte-americanos: a Lei do Açúcar. Por ela, o
melaço que os norte-americanos consumiam e que
também era um componente importante do rum, usado
como moeda de troca no tráfico negreiro, vindo das
Antilhas, passou a ser pesadamente taxado. Estabelecia
também direitos sobre diversos artigos de luxo, como
vinho, seda, café, entre outros. No ano seguinte, em
1765, foi promulgada a Lei do Selo (Stamp Act) pela
qual os documentos comerciais e jornais deveriam exibir
um selo inglês, comprado na metrópole. A reação de
oposição da elite norte-americana foi imediata e exigiu
uma revisão da Lei. Os colonos norte-americanos
alegaram que não tinham representação no Parlamento
inglês e que não admitiam taxações impostas por
Londres sem sua representação.
Diante da grande pressão vinda da colônia, os ingleses
revogaram a Lei do Selo, mas, em compensação,
impuseram outras em seu lugar, com os mesmos
objetivos, taxando o papel, o vidro, o chumbo e o chá.
Mais uma vez, os colonos se opuseram às medidas
legais; os parlamentares ingleses, com medo que a
rebeldia se espalhasse, recuaram, menos na questão do
chá.
A situação se complicou para valer em 1773, quando foi
concedido à Companhia Inglesa das Índias o monopólio
da venda de chá em todas as colônias inglesas. Essa
medida prejudicava enormemente os norte-americanos
que o compravam em outras áreas. Diante da proibição
de comércio, passaram a contrabandeá-lo. Os dirigentes
da Companhia, então, baixaram o preço do chá, o que
enfureceu ainda mais os colonos. Eles resistiram à
taxação e, em 1773, um grupo disfarçado de índios
abordou um navio ancorado no porto de Boston, jogando
ao mar uma grande quantidade de chá inglês que estava a
bordo. Esse acontecimento ficou conhecido como a
Festa do Chá de Boston.
A reação inglesa foi dura, pois os colonos tinham
cometido um crime, destruindo uma valiosa carga de
chá. Para erradicar esse tipo de ação os ingleses
promulgaram, em 1774, as Leis Intoleráveis
(Intolerable Act). Uma delas fechava o porto de Boston
até que os colonos cobrissem integralmente o prejuízo
causado pelo chá jogado ao mar, como também
substituía autoridades e funcionários eleitos pelos
colonos por novos mandatários e funcionários
designados pela Inglaterra. Os colonos de Massachusetts
(onde Boston está situada) e de outras colônias
entenderam que a atitude inglesa era de tirania. O clima
de revolução pairava no ar.