História Geral
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Assim como a China, o Japão também buscou uma<br />
política de isolamento em relação ao Ocidente, mantendo<br />
até o século XIX uma estrutura organizacional muito<br />
próxima aos moldes feudais, chamada xogunato. Era<br />
governado por um Imperador, o Micado, que na prática,<br />
exercia função figurativa. Destacava-se os governos<br />
locais, chefiados pelos daimios (nobreza aristocrata), que<br />
exploravam a classe camponesa. Sua autoridade se<br />
sustentava numa classe de guerreiros leais, os samurais.<br />
A abertura econômica japonesa deu-se por iniciativa dos<br />
interesses estadunidenses, quando em 1854 a Esquadra<br />
Perry forcou os japoneses a abrirem seus portos, sob a<br />
ameaça de bombardeio da Baía de Tóquio. A dinastia<br />
Tokugawa, que desde o século XVII governavam o<br />
Japão, foi obrigada a abrir os portos de Shimoda e<br />
Hakodate ao comercio norte-americano.<br />
Em resistência, a população japonesa se mobilizou pela<br />
derrubada do regime de xogunato, promovendo uma<br />
política de centralização de poder com a ascensão do<br />
Imperador Mutsuhito, inaugurando a Dinastia Meiji. Em<br />
nome da modernização do país, a servidão foi abolida, os<br />
samurais destituídos através da reestruturação para um<br />
exército nacional, desenvolveu as comunicações e as<br />
estradas de ferro, instituiu o iene como padrão monetário<br />
e investiu largamente em educação e formação de<br />
quadros intelectuais formados no exterior.<br />
Através de um pesado investimento em desenvolvimento<br />
industrial, controlados por uma rígida ação estatal,<br />
formando grandes conglomerados econômicos, e com<br />
um exército moderno e infraestrutura desenvolvidos, o<br />
Japão sai da condição de área explorada para se<br />
constituir no primeiro país da Ásia a ingressa Segunda<br />
Revolução industrial, tornando-se uma potência<br />
imperialista.<br />
A China, tornou-se também alvo desse imperialismo,<br />
quando o Japão também reivindicou participação no<br />
comercio chinês, além da intenção em se apropriar–se de<br />
territórios estratégicos, que determinou a Guerra Sino-<br />
Japonesa(1894-1895); vitorioso, o Japão obrigou a<br />
China a reconhecer a independência da Coreia, mais<br />
tarde incorporada ao domínio japonês (1910), como<br />
também passou a dominar a ilha de Formosa. Outro<br />
conflito envolvendo os interesses imperialistas japoneses<br />
foi a Guerra Russo-Japonesa, de 1904, quando o<br />
interesses entre as duas nações se chocaram na disputa<br />
pela Manchúria, rica em minério de fero, onde mais uma<br />
378<br />
3.3 Japão<br />
vez, o Japão sagrou-se vitorioso, com apoio<br />
estadunidense, que temia uma expansão russa no Oriente.<br />
4. IMPERIALISMO NA AMÉRICA<br />
A América também foi alvo da dominação imperialista,<br />
tendo os EUA como principal potência a se beneficiar da<br />
dominação indireta sobe os Estados americanos,<br />
especialmente na América Central e Caribe. Desde o<br />
século XVIII, a tendência imperialista dos EUA já se<br />
evidenciava, corporificando-se no século XIX com a<br />
expansão para o Oeste, suprimindo interesses de<br />
populações nativas e dos mexicanos, por exemplo, no<br />
intuito de constituir um país forte e poderoso. Em<br />
paralelo à expansão, desenvolvia-se a Doutrina do<br />
Destino Manifesto, que reafirmava o papel dos EUA<br />
como Nação escolhida por Deus para levar a civilização,<br />
o progresso e a ordem à toda América, constituindo-se<br />
numa adaptação do discurso da Missão Civilizadora<br />
produzido pelos europeus.<br />
Alguns autores situam a Doutrina Monroe (1823),<br />
apresentada pelo presidente James Monroe, como o<br />
marco da ação imperialista estadunidense. Por meio dela<br />
e do slogan “América para os americanos”, os EUA se<br />
dispunham inclusive a utilizara intervenção armada, para<br />
restringir a influência europeia no continente, impedindo<br />
a vinda das tropas da Santa Aliança, que objetivavam<br />
impedir os movimentos de libertação colonial; ademais,<br />
apressou-se em apoiar outros processos de<br />
independência, formalizando o reconhecimento de novos<br />
países, a exemplo do que ocorrera com o Brasil, em<br />
1824.