13.07.2015 Views

Prosa - Academia Brasileira de Letras

Prosa - Academia Brasileira de Letras

Prosa - Academia Brasileira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Aires, autor apócrifo <strong>de</strong>l cua<strong>de</strong>rno Últimodice a sus compañeras: “– Olha aquele moço que está rindo para nós.” Airesreflexiona:“Esta palavra me mostrou o que são olhos <strong>de</strong> crianças. A mim, com estes bigo<strong>de</strong>sbrancos e cabelos grisalhos, chamaram-me moço! Provavelmente dãoeste nome à estatura da pessoa, sem lhe pedir certidão <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.”Luego, como en un pase <strong>de</strong> magia, las siete criaturas alegres <strong>de</strong>saparecen, yvienen otras, solas o en grupos <strong>de</strong> a dos, “que carregavam trouxas ou cestas,que lhes pesavam à cabeça ou às costas, começando a trabalhar, ao tempo emque as outras não acabavam ainda <strong>de</strong> rir.” Aires se pregunta: “Dar-se-á que anão ter carregado nada na meninice <strong>de</strong>vo eu o aspecto <strong>de</strong> ‘moço’ que as primeirasme acharam agora?” Y, como temiendo la dirección <strong>de</strong>l raciocinio, cambiael rumbo:“Não, não foi isso. A ida<strong>de</strong> dá o mesmo aspecto às coisas; a infância vênaturalmente ver<strong>de</strong>. Também estas, se eu risse, achariam que “aquelemoço ria para elas”, mas eu ia sério, pensando, acaso doendo-me <strong>de</strong> assentir cansadas; elas, não vendo que os meus cabelos brancos <strong>de</strong>viamter-lhes o aspecto <strong>de</strong> pretos, não diziam coisa nenhuma, foram andandoe eu também.”Pero pronto se comprueba que los niños <strong>de</strong>sgraciados no pue<strong>de</strong>n ver “naturalmentever<strong>de</strong>” aunque se les sonría. El verdor absoluto <strong>de</strong> la niñez sólo ocurreen sueños. Ya en su casa, Aires se acuesta un rato antes <strong>de</strong> comer:“Dormi pouco, uns vinte minutos, apenas o bastante para sonhar que todasas crianças <strong>de</strong>ste mundo, com carga ou sem ela, faziam um gran<strong>de</strong> círculoem volta <strong>de</strong> mim, e dançavam uma dança tão alegre que quase estourei <strong>de</strong>riso. Todas falavam ‘<strong>de</strong>ste moço que ria tanto’.”89

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!