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F&N #201

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PÁGINA ABERTA<br />

uma utilidade efectiva. Portanto, a<br />

inventariação de todos esses meios<br />

ao longo do país inteiro, têm que ser<br />

os administradores de cada zona a<br />

tomarem as iniciativas de fazer, com<br />

pessoas que, sendo responsáveis de<br />

órgãos administrativos, mesmo ao<br />

nível mais elementar, se preocupem<br />

com tudo o que está na sua zona,<br />

identifiquem, inventariem, e proponham<br />

soluções para utilização de<br />

maneira a servir as populações onde<br />

na minha opinião, a importância do<br />

trabalho.<br />

F&N: Outra questão que tem<br />

sido levantada, no plano económico<br />

é a questão da carga fiscal. Os<br />

empresários reclamam constantemente.<br />

L.H.: Creio que é muito pesado;<br />

o Estado quer compensar o défice<br />

de receitas públicas fazendo com<br />

que a sociedade pague os seus custos<br />

de funcionamento. Por um lado,<br />

o Estado continua muito pesado, é<br />

necessário fazer uma reavaliação da<br />

distribuição dos recursos humanos<br />

na administração pública, no país inteiro,<br />

por outro lado, os empresários<br />

estão descapitalizados porque eles<br />

próprios foram prejudicados porque<br />

o Estado usou as poupanças do País<br />

ao ir ao sector bancário pedir dinheiro<br />

emprestado, absorvendo as poupanças<br />

domésticas e as externas, o<br />

que agrava as dificuldades. O Estado<br />

recorreu à dívida pública interna retirando<br />

recursos que deveriam ser<br />

postos ao serviço do sector privado<br />

e que foram colocados ao serviço do<br />

sector público. Há uma concorrência<br />

por parte do Estado que é mais<br />

agravada porque o Estado não pagou<br />

as dívidas. Será certo, como disse a<br />

Secretária de Estado das Finanças,<br />

sobre este tema que muito da dívida<br />

não é efectiva, pois, como disse, 25%<br />

da dívida identificada não corresponde<br />

a serviços prestados e nem a<br />

bens fornecidos. Mas a não liquidaçao<br />

dos restantes 75% da dívida para<br />

com os empresários nacionais coloca-os<br />

numa situação difícil porque o<br />

Estado não pagou todas as dívidas,<br />

não actualiza os câmbios (estamos<br />

num processo de desvalorização da<br />

nossa moeda, que é necessário fazer,<br />

mas com graves consequências para<br />

a economia nacional) com efeitos no<br />

agravamento das dificuldades das<br />

empresas. A questão dos impostos,<br />

o sistema tributário tem que funcionar,<br />

mas talvez fosse necessário<br />

avaliar devidamente quais são as incidências,<br />

o impacto que isso cria em<br />

termos da incapacidade das empresas<br />

para realizarem os seus procesesses<br />

meios não utilizados se encontram.<br />

É muito importante também<br />

que se faça a reconstrução da indústria<br />

têxtil, mas não temos a matéria-<br />

-prima, no caso o algodão. Foi muito<br />

perniciosa essa separação que aconteceu<br />

muitas vezes entre os investimentos<br />

feitos e os fundamentos para<br />

sua eficaz utilização, pelo que agora<br />

é necessário reavaliar tudo isso. Está<br />

a ser feito um grande trabalho no<br />

domínio da tributação, no domínio<br />

dos seguros, no que toca às questões<br />

financeiras, dos empréstimos e isso<br />

vai relançar a economia. O apelo que<br />

está a ser feito, as políticas públicas<br />

definidas e as medidas que estão a<br />

tentar implantar para facilitar este<br />

timento e muitas questões a nível<br />

normativo, não apenas investimento<br />

físico mas também em capital humano,<br />

reforço e capacitação institucional.<br />

Poderíamos fazer mais, mas<br />

é preciso monitorar os resultados.<br />

O elemento central são as instituições<br />

que têm que funcionar. Neste<br />

aspecto estamos muito longe de uma<br />

eficácia mínima. Em primeiro lugar,<br />

tem que haver aumento da produtividade<br />

com base em muito rigor,<br />

assiduidade e pontualidade porque<br />

muitas vezes esquecemos que para<br />

além de exigirmos dos outros temos<br />

que trabalhar e fazer o que tem que<br />

ser feito. A título de exemplo, a questão<br />

da lei dos feriados sinalizou mal,<br />

investimento terão, penso eu, algum<br />

sucesso, embora persistam constrangimentos<br />

de base que, pouco a<br />

pouco, vão ser identificados e serão<br />

superados.<br />

F&N: Seria possível falar em<br />

aumento de investimento público<br />

no actual contexto?<br />

L.H.: Quando falei em infra-estrutura<br />

é responsabilidade do Governo.<br />

Trata-se de investimento público,<br />

a requalificação que implica inves-<br />

Figuras&Negócios - Nº 201 - JUNHO 2019 11

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