F&N #201
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ÁFRICA<br />
"O número de pessoas que<br />
conheciam o tema do golpe<br />
de Estado não era o número<br />
de pessoas que se acusou e<br />
penalizou. Havia um número<br />
reduzido de pessoas que<br />
conheciam o caso e se consideravam<br />
como culpadas", explicou Ponciano<br />
Mbomio Nvó.<br />
Mais de 130 pessoas acusadas de<br />
envolvimento numa tentativa de golpe<br />
de Estado na Guiné Equatorial, em Dezembro<br />
de 2017, foram condenadas<br />
a penas entre os três e os 96 anos de<br />
prisão. O advogado referiu ainda que<br />
há situações em que "duas ou três<br />
pessoas que nunca se viram na vida"<br />
foram condenadas pelo mesmo delito.<br />
"Para que tu e eu cometamos um<br />
delito, primeiro temos de nos sentar<br />
e falar, e chegar a um acordo para<br />
cometer o delito. Estamos a assistir<br />
a um caso em que pessoas que nunca<br />
se viram antes foram acusadas do<br />
mesmo delito", afirmou.<br />
neense "não autoriza que se condene<br />
uma pessoa ausente no processo ou<br />
que não tenha sido ouvida".<br />
O advogado e activista dos direitos<br />
humanos na altura assinalou também<br />
a chegada de uma missão da Comuni-<br />
“<br />
Em Janeiro de 2018,<br />
as autoridades de Malabo<br />
afirmaram que tinham<br />
conseguido evitar um golpe<br />
de Estado organizado por<br />
um grupo de mercenários<br />
estrangeiros que quis atacar<br />
o Presidente, Teodoro<br />
Obiang Nguema, na véspera<br />
de Natal do ano anterior,<br />
quando o chefe de Estado<br />
estava no seu palácio em<br />
Koete Mongomo<br />
“<br />
Sobre o impacto que esta decisão<br />
pode ter no futuro, Ponciano Mbomio<br />
Nvó admitiu que "as famílias estão<br />
destruídas e destroçadas". "É uma<br />
decisão que não cria um ambiente<br />
favorável para o país. É melhor que<br />
quando se culpa uma pessoa, esta seja<br />
culpada do delito de que foi acusada.<br />
Mas quando te detêm e te colocam na<br />
prisão e depois te condenam (...) por<br />
um delito que não cometeste, cria um<br />
ambiente desconfortável para o país e<br />
para as famílias", concluiu.<br />
A decisão anunciada no passado<br />
dia 7 de Junho representa o final de<br />
um processo que decorria desde 22<br />
de Março. Em Janeiro de 2018, as autoridades<br />
de Malabo afirmaram que<br />
tinham conseguido evitar um golpe<br />
de Estado organizado por um grupo<br />
de mercenários estrangeiros que quis<br />
atacar o Presidente, Teodoro Obiang<br />
Nguema, na véspera de Natal do ano<br />
anterior, quando o chefe de Estado<br />
estava no seu palácio em Koete Mon-<br />
Advogado<br />
Ponciano Mbomio Nvó<br />
Teodoro Obiang Nguema,<br />
Presidente da Guiné Equatorial<br />
desde 1979<br />
Ponciano Mbomio Nvó considerou<br />
que a justiça da Guiné<br />
Equatorial não actuou "conforme<br />
a lei"."Primeiro, Advogado equato-<br />
-guineense critica sentenças , disse,<br />
acrescentando que a lei equato-guidade<br />
dos Países de Língua Portuguesa<br />
(CPLP) à capital do país, Malabo. "Convinha<br />
que esta missão verifique (...) se<br />
a imagem da Guiné pode ser lavada<br />
depois da aplicação de penas a condenados<br />
inocentes", apontou.<br />
gomo, a cerca de 50 quilómetros da<br />
fronteira com o Gabão. Três dias depois,<br />
a 27 de Dezembro, cerca de 30<br />
homens armados foram detidos pela<br />
polícia camaronesa na fronteira entre<br />
os dois estados.<br />
Figuras&Negócios - Nº 201 - JUNHO 2019 53