F&N #201
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DESPORTO<br />
SEM DINHEIRO A TEMPO E COM PREPARAÇÃO INEFICAZ<br />
PALANCAS FORAM AO EGIPTO<br />
PARA CHEGAR ÀS MEIAS FINAIS<br />
Angola, representada pela sua selecção nacional de futebol, Palancas Negras, foi com<br />
parcos recursos financeiros para participar na Taça de África das Nações. Depois de os<br />
Palancas Negras lograrem o apuramento à fase final e de o presidente da Federação Angolana<br />
de Futebol, Artur Almeida, ter assistido ao sorteio , foi recebido , já em Luanda,<br />
pelo Presidente da República<br />
Textos: António Félix / Fotos: Arquivo F&N<br />
Foram reveladas certas<br />
garantias e as condições<br />
financeiras para os compromissos<br />
das selecções<br />
nacionais, entre elas os<br />
Palancas Negras que,<br />
nesta edição organizada pelo Egipto,<br />
almejaram pela primeira vez às meias<br />
finais - superando os quartos de final<br />
de 2018, no Ghana. O certo é que os<br />
Palancas Negras até à partida do estágio<br />
em Portugal, viajaram sem apoio<br />
financeiro do Estado. O presidente<br />
da Federação Angolana de Futebol<br />
esclareceu, à data, que a viagem se<br />
consumou devido a um empréstimo<br />
que a instituição a que preside fez<br />
jundo de entidades bancárias não reveladas<br />
por si. Esta informação deu-a<br />
já, publicamente, a partir de Lisboa<br />
onde, por falta de suporte financeiro,<br />
os Palancas Negras, confrontaram-se<br />
com a falta de "cachet" para convidar<br />
e testar com outras selecções, sendo<br />
que a única que aceitou um "amigável"<br />
foi a da Guiné Bissau.<br />
Agregado este facto, os jogadores<br />
dos Palancas Negras exigiram atempados<br />
pagamentos das ajudas diárias;<br />
situação que levou Artur Almeida a<br />
regressar a Luanda, onde, numa altura<br />
em que a selecção já tinha saído de<br />
Lisboa para o Cairo, ouviu a ministra<br />
da Juventude e Desportos, Ana Paula<br />
Sacramento Neto, a confirmar a entrega<br />
da verba, sem apontar números.<br />
Na ocasião, o ministro das Finanças,<br />
Archer Mangueira, falando para a<br />
Rádio 5, em Luanda, chamou atenção<br />
para a necessidade de os orçamentos<br />
para competições de vulto, como<br />
a Taça de África das Nações, serem<br />
apresentados pela federação um ano<br />
antes do "ano desportivo", direccionados<br />
ao Ministério da Juventude e<br />
Desportos e deste ao Conselho de Ministros,<br />
a fim de constarem do Orçamento<br />
Geral do Estado.<br />
Na falta de confirmação oficial, se<br />
assim se procedeu, fica-se por saber<br />
se a federação falhou ou se, tendo<br />
cumprido, houve cortes. Sobram, assim,<br />
dúvidas se oficialmente a verba<br />
pública cedida corresponde ou não ao<br />
que o presidente da federação, Artur<br />
Almeida, projectou para a preparação<br />
e participação da selecção para maior<br />
torneio futebolístico africano.<br />
Artur de Almeida e Silva estimara,<br />
uma semana antes do anúncio da ministra,<br />
que seriam necessários entre<br />
600 e 700 milhões de Kwanzas para<br />
boa actuação dos Palancas.<br />
66 Figuras&Negócios - Nº 201 - JUNHO 2019