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F&N #201

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MUNDO<br />

GUERRA COMERCIAL DECLARADA<br />

A CHINA NÃO É INIMIGO...<br />

Depois de os Estados Unidos terem posto um fim às tréguas da actual guerra ao anunciarem<br />

a imposição de tarifas sobre produtos importados, a 11ª sessão de diálogo entre os<br />

dois países terminou sem qualquer sucesso. E, no passado dia 1 de Junho, a China decidiu<br />

também impor tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos como resposta,<br />

deixando a situação entre os dois países num estado ainda mais extremo. Esta mudança<br />

na relação tem gerado graves consequências, primeiramente a nível económico<br />

Por: David Chan * / Opinião / Fotos: Arquivo NET<br />

É<br />

cada vez mais evidente<br />

o nível de alto risco e<br />

imprevisibilidade que<br />

os mercados de capital<br />

carregam. É por isso<br />

também interessante<br />

ler um recente artigo publicado pela<br />

CNN com o título "A China não é a<br />

raiz dos nossos problemas financeiros,<br />

mas sim a ganância empresarial".<br />

E essa é a verdade, a China não<br />

é nenhum inimigo, é apenas um país<br />

que, através da educação, comércio<br />

internacional, investimento em<br />

infraestruturas e tecnologias, está<br />

a tentar melhorar a qualidade de<br />

vida da população. Está a fazer o que<br />

qualquer outro país com historial de<br />

pobreza, ou que já esteve um pouco<br />

atrás de outras potências, faria. Porém<br />

estas tentativas de impedir o<br />

desenvolvimento da China, executadas<br />

pelo Governo de Trump poderão<br />

ser desastrosas para os EUA e para o<br />

resto do mundo.<br />

O artigo salienta que, ao longo de<br />

vários anos, as relações comerciais<br />

sino-americanas têm sido mutuamente<br />

benéficas, todavia, devido ao<br />

aumento da eficiência da produção<br />

e baixos custos de mão-de-obra chinesa,<br />

a China representa um rival<br />

impossível de bater para alguns produtores<br />

americanos, algo comum na<br />

competição de mercado. Em vez de<br />

culpar a China, os EUA deveriam aumentar<br />

os impostos sobre as empresas<br />

americanas que lucram com esta<br />

situação, e utilizar esses fundos para<br />

ajudar algumas famílias, criar novas<br />

infraestruturas e novos empregos. É<br />

preciso reconhecer que a China sofreu<br />

algumas adversidades políticas<br />

e económicas durante muito tempo,<br />

estando agora a tentar recuperar<br />

o tempo perdido. No espaço de 40<br />

anos a economia chinesa cresceu a<br />

alta velocidade, mas os resultados de<br />

mais de um século de pobreza e crise<br />

ainda estão presentes. Os líderes<br />

chineses querem apenas melhorar o<br />

país, e por isso não estão mais dispostos<br />

a vergar-se perante os EUA ou<br />

outras nações do ocidente.<br />

A China é neste momento a segunda<br />

maior economia do mundo,<br />

porém ainda está num processo de<br />

recuperação da pobreza anterior. No<br />

ano de 1980, o PIB chinês per capita<br />

era apenas 2,5 por cento do norte-<br />

-americano, e agora em 2018 subiu<br />

para 15,3 por cento. A estratégia de<br />

desenvolvimento da China é semelhante<br />

à que países como o Japão,<br />

Coreia do Sul e Singapura experien-<br />

ciaram anteriormente. De uma perspectiva<br />

económica, o que a China está<br />

a fazer não difere em nada do que outros<br />

países fizeram no passado.<br />

* Editor Senior/ Publicado em Plataforma.<br />

Figuras&Negócios - Nº 201 - JUNHO 2019 61

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