Jornal das Oficinas 214

ANÁLISE MERCADO PÓS-VENDA
LIGEIROS
É FUNDAMENTAL
INTEGRAR O DIGITAL
NA VISÃO DE NEGÓCIO
DE TODAS AS
ORGANIZAÇÕES
O MERCADO
PORTUGUÊS É MUITO
APETECÍVEL E CHEIO
DE OPORTUNIDADES
A IBERIZAÇÃO
PODE E DEVE SER
NOS DOIS SENTIDOS
JOSÉ PIRES
diretor geral
Krautli Portugal
SAULO SACO
diretor geral Leirilis
JORGE COSTA
ADMINISTRADOR MF PINTO
fundamental integrar o digital na visão
É de negócio de todas as organizações. A
digitalização ajuda a simplificar e automatizar
processos para que funcionem de forma mais
eficiente e consistente, aumentando a
produtividade. Melhora a comunicação interna e
externa, e ajuda a tomar melhores decisões
estratégicas com base em análises de dados
fiáveis. Nós na Krautli Portugal trabalhamos
com especialistas na área para identificar todas
as possibilidades viáveis de digitalização. O
nosso Departamento de Soluções Digitais, que
inclui todos os serviços de TIC da empresa, com
quatro jogadores, tem proactivamente
implementado novas ferramentas digitais.
Estamos focados não só na digitalização da
empresa, mas também do negócio em si e dos
nossos parceiros, em especial as oficinas, clientes
dos nossos distribuidores locais, pois da
qualidade das oficinas depende o nosso futuro.
Fornecemos-lhes os meios digitais eficientes
necessários para desenvolverem a sua atividade.
A digitalização é o core das operações das nossas
redes de oficinas Nexus Auto e Profissional Plus
e basilares para a nossa rede de revendedores N!
Shop. No início de 2024, vamos arrancar com
uma nova plataforma logística em Coimbra, com
1.200 m2. Isto vai permitir-nos fortalecer a
nossa presença no centro do país, em particular
na Beira interior. Depois, ao longo do ano,
teremos várias novidades, com o fortalecimento
do nosso portefólio de produtos/serviços em
áreas como a eletrificação e com novos passos na
digitalização da empresa, nomeadamente com a
utilização de Inteligência Artificial.
o momento enfrentamos dias desafiantes,
N visto Portugal ser detentor de um parque
automóvel envelhecido e consequentemente se
verificar uma crescente necessidade de peças de
reposição. A par disso, o aparecimento de carros
cada vez mais tecnológicos criam o desafio de
acompanhar a sua evolução a nível de
conhecimento e de peças de reposição cada vez
mais específicas. Assim, trabalhamos
diariamente para dar a melhor resposta a ambos
os cenários. Com esta evolução, encontramos
também oficinas que já identificaram a
necessidade de se profissionalizar para melhor
responder aos desafios diários. De modo a
auxiliar nessa exigência sentida por parte das
oficinas, dispomos dos conceitos oficinais
RedService e Oficinas DP, que fornecem
formação e ferramentas aos parceiros para
conseguirem responder de forma competitiva aos
seus clientes. A Leirilis pertence ao Grupo
Dipart desde 2017, e desde aí sempre houve uma
visão que a iberização seria a realidade a
médio-longo prazo. O mercado português é
muito apetecível e cheio de oportunidades, por
essa razão há aproximação de alguns
distribuidores de peças espanhóis, no entanto é
muito maduro e conta com muito players bem
estruturados, que abrangem de forma ampla o
mercado nacional. Assim, a entrada de alguns
distribuidores de peças espanhóis tem de ser
encarada com naturalidade. A concentração será
o caminho do futuro. Quem está “sozinho” no
mercado da distribuição de peças terá duas
opções: ou se junta a um grupo ou sentirá
grandes desafios a médio-longo prazo.
Aftermarket nacional continua a dar
O sinais de grande vitalidade e em 2023 a
maior parte das empresas cresceu relativamente
a 2022. Há mais empresas a competir e
assistimos com alguma preocupação a uma
perda de margem significativa em muitas gamas
de peças. Há empresas que para competir só
ficam com os bónus que as marcas oferecem, e a
médio prazo isso vai por em causa a
sobrevivência de muitas. Vejo com normalidade
a entrada de distribuidores de peças espanhóis
no mercado português. No nosso caso estamos
presentes no mercado espanhol há mais de
quinze anos. Espero que os gestores portugueses
também olhem para o mercado espanhol como
uma oportunidade e contribuam para essa
Iberização, nesse sentido. O mercado português
não tem escala, deveríamos todos olhar para fora
e Espanha é um mercado natural. A Iberização
pode e deve ser nos dois sentidos. Quanto à
concentração do negócio da distribuição de peças
é uma tendência a que temos assistido nos
últimos meses, mas não penso que terá que ser
assim no Futuro. Há empresas que procuram
ganhar economia de escala e ganhar novas
marcas, tendo provavelmente como objetivo
principal serem fornecedores mais globais. Vejo
isso com naturalidade. Em 2024 iremos reforçar
o nosso negócio em Espanha com a abertura de
outra loja numa região onde ainda não estamos
presentes.
12 Dezembro 2023 I Janeiro 2024 www.jornaldasoficinas.com