11.01.2013 Views

Práticas Corporais - Volume 3 - Ministério do Esporte

Práticas Corporais - Volume 3 - Ministério do Esporte

Práticas Corporais - Volume 3 - Ministério do Esporte

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Cuida(<strong>do</strong>) corpo: experimentações acerca <strong>do</strong> “cuidar de si” 101<br />

e pessoais à passagem <strong>do</strong> tempo biográfico, permitin<strong>do</strong> a construção de personalidades<br />

e trajetórias de vida, com base numa seqüência de transições<br />

demarcadas socialmente e diferenciadas por idade". A autora traz a idéia de<br />

tempo intrínseco, que define que os organismos vivos fazem parte de um amplo<br />

sistema, global e complexo, que inclui, no caso <strong>do</strong>s seres humanos, os ambientes<br />

físico e social. No caso <strong>do</strong> envelhecimento humano, o tempo intrínseco<br />

é cria<strong>do</strong> por processos físicos, biológicos, psicológicos e sociais. Desta<br />

forma, "é o envelhecimento intrínseco, e não a idade cronológica, o determinante<br />

básico <strong>do</strong> desenvolvimento e <strong>do</strong> envelhecimento" (idem, p.28).<br />

A autora defende a chamada velhice bem-sucedida, que, embora traga<br />

no nome uma certa conotação de bem-estar econômico, associada a um certo<br />

individualismo, é definida com uma "condição individual e grupal de bemestar<br />

físico e social, referenciada aos ideais da sociedade, às condições e aos<br />

valores existentes no ambiente em que o indivíduo envelhece, e às circunstâncias<br />

de sua história pessoal e de seu grupo etário" (idem, p.34). Nesse senti<strong>do</strong>,<br />

aponta que "envelhecer satisfatoriamente depende, pois, <strong>do</strong> delica<strong>do</strong><br />

equilíbrio entre as limitações e potencialidades <strong>do</strong> indivíduo, o qual lhe possibilitará<br />

lidar, com diferentes graus de eficácia, com as perdas inevitáveis <strong>do</strong><br />

envelhecimento" (ibidem).<br />

O processo de (re)significação de práticas corporais na maturidade exige<br />

também re-significar a compreensão que se confere ao termo “maturidade”.<br />

Isso significa entender, inicialmente, a que perío<strong>do</strong> da vida ele se refere,<br />

mas, ao mesmo tempo, questionar se é possível definir sua especificidade e<br />

precisar os limites dessa etapa.<br />

Desta forma, ao nos propormos a construir um trabalho de (re)significação<br />

das práticas corporais na maturidade, trazemos o entendimento de<br />

maturidade enquanto o conjunto de experiências vividas ao longo <strong>do</strong> curso da<br />

vida e inscritas no corpo, capaz de traduzir as memórias e a história de cada<br />

ser, independente da idade. Esta, portanto, não se caracterizou como uma<br />

proposta voltada para a “terceira idade”, mas para adultos que se percebem<br />

como sujeitos que constituem uma “comunidade de destino” 38 em direção ao<br />

processo de envelhecimento.<br />

38 Esse termo sugere o entendimento <strong>do</strong> reconhecimento de pertencimento a um grupo, pela plena compreensão<br />

de uma dada condição humana de impossível retorno a condições anteriores. Ver BOSI, 1994.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!