Práticas Corporais - Volume 3 - Ministério do Esporte
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90 <strong>Práticas</strong> <strong>Corporais</strong> Experiências em Educação Física para uma formação humana<br />
maturidade, propon<strong>do</strong> princípios teórico-meto<strong>do</strong>lógicos nortea<strong>do</strong>res de uma<br />
práxis renova<strong>do</strong>ra neste campo da vida 35 . Para tanto, elegeu como eixos temáticos<br />
<strong>do</strong> trabalho de intervenção, os seguintes aspectos: consciência <strong>do</strong> corpo,<br />
cuidar de si, significações da exercitação corporal e maturidade. E priorizou,<br />
no trabalho reflexivo, a seguinte questão: quais os limites e as possibilidades<br />
para inclusão das práticas corporais no cotidiano <strong>do</strong>s indivíduos adultos (maturidade)<br />
no contexto contemporâneo?<br />
Buscamos, com isso, no exercício de (re)significação das práticas corporais,<br />
construir um entendimento sobre essas, tanto como meio de conquista da<br />
harmonia e <strong>do</strong> equilíbrio corporal, quanto como meio capaz de superar o interesse<br />
de conquista de modelos e estereótipos de beleza pre<strong>do</strong>minante. Essa<br />
questão trouxe como possibilidade e necessidade lançarmos um olhar mais sensível<br />
sobre as práticas corporais a partir de uma dimensão tanto preventiva quanto<br />
curativa, sobretu<strong>do</strong> para os adultos que atingiram a maturidade. Nesses termos,<br />
os trabalhos de intervenção foram elabora<strong>do</strong>s e propostos a partir de <strong>do</strong>is<br />
eixos transversais, quais sejam a respiração e o alinhamento corporal, cujos objetivos<br />
foram a promoção da saúde, bem-estar e elevação da auto-estima, num<br />
ambiente favorece<strong>do</strong>r à constituição de formas de sociabilidade lúdicas, na<br />
perspectiva de uma praxis de solidariedade. Pautadas num trabalho reflexivo, as<br />
vivências corporais tiveram a intenção de atingir a esfera da experiência.<br />
A construção <strong>do</strong> trabalho investigativo, portanto, nos lançou durante<br />
to<strong>do</strong> o percurso teórico-meto<strong>do</strong>lógico e didático-pedagógico num terreno movediço<br />
de práticas, conceitos e concepções, pois corpo, saúde, beleza, qualidade<br />
de vida, bem-estar e equilíbrio corporal são temas que podem instigar<br />
diferentes interpretações; uma vez que se encontram carrega<strong>do</strong>s de valores e<br />
ideologias <strong>do</strong>s quais estamos suscetíveis à impregnação, da<strong>do</strong> comporem a<br />
cultura <strong>do</strong> nosso tempo e as orientações <strong>do</strong> nosso processo de formação. Posto,<br />
também, que tematizar o corpo, com todas a suas diferenças e potencialidades,<br />
explicita sua ambigüidade, complexa e para<strong>do</strong>xal - ter e ser corpo -, qualquer<br />
tentativa de liberá-lo pode caracterizar o seu próprio aprisionamento.<br />
A consideração dessa ambiguidade obrigou a mantermo-nos atentas e cuida<strong>do</strong>sas<br />
a cada passo trilha<strong>do</strong> na construção das relações estabelecidas.<br />
35 Esses aspectos são apresenta<strong>do</strong>s com mais detalhes no artigo “Desenferrujan<strong>do</strong> as <strong>do</strong>bradiças: as práticas<br />
corporais na maturidade”, na página 107 <strong>do</strong> volume II desta coletânea.