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Práticas Corporais - Volume 3 - Ministério do Esporte

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150 <strong>Práticas</strong> <strong>Corporais</strong> Experiências em Educação Física para uma formação humana<br />

maioria das pessoas, e também nas crianças envolvidas no Subprojeto, a concepção<br />

de um Karatê-Do de competição e que somente prevê a luta; poucos<br />

são os que visam ainda a prática <strong>do</strong> caminho da harmonia (Wadô) em seu senti<strong>do</strong><br />

literal. Assim, não nos admiramos com as atitudes <strong>do</strong>s alunos, pois eram<br />

espera<strong>do</strong>s questionamentos acerca de nossas ações. Para tanto, parece cabível<br />

tocar no fato de que algumas crianças diziam que o que estavam ten<strong>do</strong> não<br />

era Karatê-Do e, diversas vezes, aban<strong>do</strong>navam o que faziam e se retiravam;<br />

então, aqui, podemos apontar “um <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> Karatê-Do: manter o<br />

praticante em concentração total com o que ele está fazen<strong>do</strong>.” (LAUTERT,<br />

2004). Almejávamos isso, contu<strong>do</strong>, de maneira alguma podíamos “impor” o<br />

objetivo da arte marcial em questão.<br />

Outro fato interessante a ser observa<strong>do</strong> e que merece destaque está liga<strong>do</strong><br />

a desentendimentos que ocorriam durante as aulas, pois mesmo que estes<br />

não fizessem, de maneira nenhuma, parte de nosso discurso, surgiam e faziam<br />

igualmente com que emergissem dúvidas sobre sua razão de ser. Para<br />

exemplificar tal fato, recorremos ao diário de campo, aula de 27/10/2004:<br />

“Passam-se alguns minutos até que o professor consiga organizar uma fila.<br />

Nesta condição, um <strong>do</strong>s meninos que costuma faltar bastante, chama<strong>do</strong><br />

Pedro, bate no estômago de um de seus colegas, que sai da fila choran<strong>do</strong>.<br />

Dois outros meninos, ven<strong>do</strong> que é injusta a situação, pois não havia motivo<br />

para o feito, começam a querer “se entender” com Pedro. Há então a<br />

intromissão de uma menina que diz que já houve uma briga e chega, eles<br />

não devem brigar mais agora. O professor convida Pedro a se retirar, mas<br />

ele não quer e não permite ser pego pela mão ou mesmo toca<strong>do</strong> – situação<br />

interessante, que leva a várias hipóteses. Augusto e Pedro permanecem se<br />

desentenden<strong>do</strong> por um tempo considerável. Fica complica<strong>do</strong>. O responsável<br />

pelas atividades pergunta a Pedro “se deu”, acabou, chega, ao que o menino<br />

responde “não!” e também não aceita a idéia de se retirar. O professor<br />

então mantém a calma e permite que o aluno continue.”<br />

“Questiono-me: será que os desenhos infantis influenciam neste comportamento<br />

ou será que apenas são reflexos de suas realidades?”. (Diário de<br />

campo, aula de 29/09/2004)

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