percursos pedestres no parque natural do vale do guadiana

Área de estudo
linhas de água contam-se a Ribeira do Vascão, a Rib. de Carreiras, a Rib. de Oeiras, a
Rib. de Terge/Cobre e o Rio Chança. Os caudais são reduzidos e apresentam um
carácter sazonal, como consequência da fraca pluviosidade associada a um fraco
escoamento. Estes constrangimentos atingem também os próprios aquíferos, sendo
frequente as situações de esgotamento dos mesmos em períodos de seca prolongada
(Biodesign et al. 1 , 2001).
A paisagem é, em geral, resultado de uma profunda humanização, onde predominam as
áreas agrícolas, destacando-se as culturas arvenses especialmente de Trigo, Aveia e
Centeio. A restante área é predominantemente ocupada por montados, em exploração
ou abandonados, sendo mesmo a formação mais relevante do ponto de vista biológico,
em que o elemento essencial é a Azinheira (Quercus rotundifolia) e o Sobreiro (Quercus
suber) praticamente inexistente (Biodesign et al. 1 , 2001). Os matos têm também uma
forte expressão na área do Parque, resultantes maioritariamente do abandono das
culturas cerealíferas aquando do esgotamento da fertilidade da terra (Matos et al.,
1993). De quando em quando a paisagem é salpicada por pequenos aglomerados
urbanos, aldeias e montes. A esta diversidade paisagística corresponde uma elevada
diversidade faunística, permitindo a existência de áreas de refúgio, de reprodução e de
alimentação para diferentes espécies que aí ocorrem (Cruz, 1999).
O grande rio do Sul, como é por vezes apelidado o Guadiana, é palco de uma grande
diversidade piscícola que inclui importantes comunidades de endemismos ibéricos,
alguns dos quais restringidos à sua bacia hidrográfica. No entanto, vários problemas
ameaçam estas comunidades, colocando em risco a sobrevivência de algumas espécies
e que já levaram ao provável desaparecimento de outras, nomeadamente o Esturjão
(Acipenser sturio). Para isso, muito têm contribuído os sucessivos empreendimentos
hidráulicos no Guadiana, que fomentaram a introdução e a proliferação de espécies
exóticas, especialmente as predadoras, contribuindo significativamente para a
diminuição dos efectivos populacionais das espécies nativas (Biodesign, et al. 1 , 2001;
Oliveira, 1996).
Ao contrário da fauna piscícola que foi alvo de inúmeros estudos, escasseiam as
informações referentes aos répteis e anfíbios da região. No entanto, parece confirmar-
se a presença de, pelo menos, 13 espécies de anfíbios e 17 espécies de répteis, onde se
incluem alguns endemismos ibéricos e espécies raras no contexto nacional. A avifauna
constitui um dos grupos mais bem representados do PNVG, estando referenciadas 147
espécies, algumas das quais ameaçadas ou potencialmente ameaçadas em Portugal
Continental, onde se incluem várias aves estepárias e rapinas de grande porte. Embora
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