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percursos pedestres no parque natural do vale do guadiana

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� Curiosidades para desvendar<br />

As an<strong>do</strong>rinha<br />

À volta <strong>do</strong> monta<strong>do</strong><br />

Existe a convicção que dá azar destruir os ninhos das an<strong>do</strong>rinha. Na sabe<strong>do</strong>ria popular<br />

encontra-se a resposta para a empatia, generalizada, <strong>do</strong>s homens para com estas aves:<br />

esta ligação foi fruto de um pacto de paz, ocorri<strong>do</strong> há muito tempo, a partir <strong>do</strong> qual as<br />

an<strong>do</strong>rinhas passaram a utilizar as casas <strong>do</strong>s homens para se protegerem e fazerem os<br />

ninhos. Mesmo que estas histórias não sejam suficientemente convincentes, ninguém<br />

ficará indiferente ao árduo trabalho que a construção de um ninho implica, e <strong>no</strong> qual<br />

colaboram o macho e a fêmea. Nesta zona podemos observar quatro das cinco espécies<br />

de an<strong>do</strong>rinhas que ocorrem <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso país, <strong>no</strong>meadamente, a An<strong>do</strong>rinha-<strong>do</strong>s-beirais, a<br />

An<strong>do</strong>rinha-dáurica, a An<strong>do</strong>rinha-das-rochas e a An<strong>do</strong>rinha-das-chaminés. Com<br />

requisitos ecológicos distintos, os seus ninhos são construí<strong>do</strong>s de forma diferente e em<br />

locais diversos. Agora só tem que encontrá-los!<br />

� Histórias para contar<br />

A exploração <strong>do</strong>s monta<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong>s tempos...<br />

O crescimento <strong>do</strong>s monta<strong>do</strong>s de azinho ocorreu <strong>no</strong> séc. XVI com o aumento da procura<br />

de gorduras de Porco (banha e toucinho) para abastecer as armadas das Índias, e<br />

mesmo depois <strong>do</strong> desaparecimento das armadas a carne e a gordura destes animais<br />

continuaram a ser muito procuradas, especialmente <strong>no</strong>s merca<strong>do</strong>s de Lisboa, a partir<br />

<strong>do</strong>s finais <strong>do</strong> século XIX. Após a segunda Guerra Mundial, a melhoria <strong>do</strong>s níveis de vida<br />

das populações possibilitou a substituição da gordura de Porco por outros produtos, mas<br />

a grande quebra <strong>no</strong> seu consumo ocorreu em 1957, com o aparecimento da peste suína<br />

africana, uma virose de propagação e evolução rápidas que dizimou centenas de varas<br />

de Porcos. Como medida preventiva, proibiu-se o pastoreio livre <strong>no</strong>s monta<strong>do</strong>s, o que<br />

arrui<strong>no</strong>u a eco<strong>no</strong>mia <strong>do</strong> monta<strong>do</strong> de azinho, que se baseava na exploração <strong>do</strong> Porco-de-<br />

montanheira. Entretanto, começaram a intensificar-se as culturas cerealíferas de<br />

sequeiro, através das campanhas de Trigo levadas a cabo pelo Esta<strong>do</strong> Novo, por volta<br />

de 1930, pelo que foi necessário o desbaste <strong>do</strong> arvore<strong>do</strong> mais denso. Com a descida <strong>do</strong><br />

preço <strong>do</strong> Trigo, a produção foi orientada para a produção de ruminantes como ovi<strong>no</strong>s,<br />

bovi<strong>no</strong>s e capri<strong>no</strong>s, mas cujos resulta<strong>do</strong>s económicos eram muito inferiores aos<br />

consegui<strong>do</strong>s pelos suí<strong>no</strong>s, para além de causarem um pastoreio intensivo. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, o aumento <strong>do</strong> preço e da procura de lenha e carvão para a fundição mineira,<br />

levaram à degradação e delapidação destas formações em favor de árvores de<br />

crescimento mais rápi<strong>do</strong>. A este cenário vieram ainda juntar-se pragas e <strong>do</strong>enças que<br />

aceleraram o processo de desvalorização deste importante sistema de usos múltiplo.<br />

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