percursos pedestres no parque natural do vale do guadiana

Ao encontro do Vale do Guadiana
As encostas declivosas das margens do vale encontram-se cobertas por uma vegetação
diferente daquela que tivemos oportunidade de observar ao longo do percurso, num
cruzamento de espécies e habitats, característicos de zonas rupícolas, ripícolas e do
mosaico do matagal mediterrânico �. Nota-se a presença de arbustos com porte
arbóreo e de árvores, como a Azinheira, o Zambujeiro, o Lentisco-bastardo e a Aroeira
�, constatando-se que a maior diversidade florística ocorre, principalmente, em locais
menos utilizados pelo Homem.
É tempo de percorrermos os últimos metros do trajecto e, após uma breve leitura do
painel interpretativo, deparamo-nos como uma inesperada, mas apetecível, “praia” com
cascalho branco que retarda os nossos passos. Depois de habituados a este novo piso,
mas sempre com cuidado, já podemos explorar a zona e sentarmo-nos para prestar
atenção à história que liga o rio à pesca e às estruturas que deram nome a este local –
o Moinho dos Canais �. Enquanto aqui estamos, e se tivermos sorte, podemos ser
contemplados com os voos em círculo da Águia de Bonelli. Uma oportunidade única, e
certamente inesquecível, de observar esta ave de rapina, que corre o risco de
desaparecer para sempre deste local e do nosso país se não forem tomadas medidas de
conservação urgentes que impeçam a perturbação e a destruição dos locais onde
constrói os seus ninhos.
É tempo de regressar a Corte Pequena pelo mesmo caminho por onde viemos, mas com
uma passada pausada devido ao peso das lembranças deste magnífico local �
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