percursos pedestres no parque natural do vale do guadiana

Guadiana – o grande rio do sul
assemelharem aos insectos que as polinizam) - estas últimas espécies não têm nomes
comuns em português.
Concentrando a nossa atenção no rio, reparamos que o seu vale se alarga e passa a
surgir um cordão de espécies espontâneas associadas a zonas ribeirinhas como os
Choupos, os Salgueiros e os Freixos. Estes últimos possuem uma biologia floral
interessante, em que as flores aparecem na Primavera antes das folhas e são apenas
distinguíveis individualmente, pois falta-lhes o cálice (conjunto de sépalas) e a corola
(conjunto de pétalas). Esta é uma zona mais aberta e por isso exposta a ventos, que
são úteis para a polinização desta última espécie.
Estamo-nos a aproximar do fim do percurso, mas ainda há tempo para observar uma
casa em ruínas, do lado esquerdo do caminho, ocupada por um casal de Cegonhas-
brancas que aí construiu o seu ninho. E do lado direito, encontramos três Oliveiras
centenários, cuja idade justifica o estatuto de árvores com interesse público �/�.
Na Bombeira podemos constatar a ligação do Homem em relação ao rio, indiciada pela
proximidade de antigas hortas, outrora cultivadas com produções hortícolas e frutícolas,
que abasteciam Mértola e outras localidades mais distantes. Encontramos aqui os
melhores solos de aluvião da região, com grande aptidão agrícola, em que alguns deles
estão actualmente plantados com vinhas.
O percurso termina nos portões da Herdade da Bombeira, mas ainda há tempo para um
pensamento sobre o destino do elemento principal deste percurso – o rio Guadiana �. O
regresso a Mértola pode ser feito pelo caminho inverso ou pelo percurso alternativo.
----------------------------------------
Caixa de interpretação
� Informações a reter
O Peneireiro-das-torres está em regressão a nível mundial, sendo considerada uma das
aves mais ameaçadas na Europa, ocorrendo no nosso país apenas cerca de 250 casais.
Entre os meses de Fevereiro e Agosto, Mértola transforma-se num privilegiado
observatório natural para a observação desta espécie, pois é quando este Peneireiro
migra de África para Portugal para nidificar. É tolerante à presença humana e faz o
ninho em casas abandonadas, edifícios, cavidades de torres e muralhas e em frestas
rochosas. Para se alimentar procura locais com pouca vegetação, onde ocorram
preferencialmente áreas com sistemas agrícolas tradicionais, características facilmente
43