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percursos pedestres no parque natural do vale do guadiana

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Ao ritmo das águas <strong>do</strong> Vascão<br />

encontramos. Os muros de pedra revelam a influência da proximidade das serras<br />

Algarvias e são os únicos indícios que recordam os tempos férteis destes terre<strong>no</strong>, num<br />

passa<strong>do</strong> não muito longínquo.<br />

Mais adiante, começamo-<strong>no</strong>s a aperceber da mudança da vegetação, com o<br />

aparecimento de vastas zonas de mato �, e onde uma planta se distingue das outras<br />

pela sua abundância: a Esteva �! A <strong>do</strong>minância desta planta e a sua semelhança com<br />

outras <strong>do</strong> mesmo género, podem ofuscar a presença da Roselha e <strong>do</strong> Sargaço. Se<br />

tivermos a sorte de passar por aqui na altura da floração, então a sua identificação será<br />

facilitada pelas respectivas flores. Na Primavera, o <strong>no</strong>sso olhar irá deliciar-se com as<br />

vastas encostas verdes cobertas por um manto de flores brancas �, que libertam um<br />

agradável aroma e atraem uma série de seres ala<strong>do</strong>s. Num vaivém incessante, os<br />

insectos mergulham <strong>no</strong>s estames tornan<strong>do</strong>-se autênticos agentes poliniza<strong>do</strong>res. Mas o<br />

ar não é apenas perfuma<strong>do</strong> pelas Estevas, e não é necessário um nariz muito apura<strong>do</strong><br />

para sentir o cheiro tão característico <strong>do</strong> Rosmaninho �, e que <strong>no</strong>s traz à boca o sabor<br />

<strong>do</strong> produto mais aprecia<strong>do</strong> desta planta - o mel �/�. E é com este desejo não<br />

concretiza<strong>do</strong> que prosseguimos o caminho.<br />

Ao longe já se vislumbram as águas da Ribeira <strong>do</strong> Vascão e <strong>no</strong> horizonte as hélices <strong>do</strong><br />

Parque eólico, situa<strong>do</strong> em terras espanholas. Pelo caminho vamos descobrin<strong>do</strong>, aqui e<br />

ali, outras espécies que irrompem <strong>no</strong> meio das Estevas ou mesmo <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso caminho. O<br />

Gaimão (Abrótea) � reconhece-se pela sua comprida inflorescência, com cerca de um<br />

metro de altura, e que pode ser vista <strong>no</strong> fim <strong>do</strong> Inver<strong>no</strong> e durante a Primavera. Foi esta<br />

singular inflorescência que lhe <strong>vale</strong>u o epíteto de “filho da Abrótea” da<strong>do</strong> pela população<br />

local, que diferencia a parte verde (Abrótea) da flor (Gaimão). As Azinheiras também<br />

estão presentes, com troncos cobertos por líquenes que confirmam a pureza <strong>do</strong> ar. Há<br />

também lugar para plantações recentes de Pinheiro-manso, cujo futuro não é promissor<br />

por se revelarem inadapta<strong>do</strong>s ao tipo de solo e clima da região.<br />

A fauna que aqui ocorre é pouco diversificada mas típica destas zonas. Nas aves, o<br />

grupo das toutinegras é característico <strong>do</strong>s matos, ten<strong>do</strong> desenvolvi<strong>do</strong> algumas<br />

adaptações, como a sua reduzida dimensão, as asas curtas e arre<strong>do</strong>ndadas e uma dieta<br />

essencialmente insectívora, que lhes permite tirar o máximo proveito deste meio. Aqui<br />

podemos encontrar a Toutinegra-de-cabeça-preta e a esquiva Felosa-<strong>do</strong>-mato, que<br />

partilha com o Cartaxo-comum os “poleiros” das Estevas. Também a Perdiz encontra<br />

refúgio para ela e para os seus perdigotos sob esta vegetação, que assim ficam me<strong>no</strong>s<br />

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