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percursos pedestres no parque natural do vale do guadiana

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Ao encontro <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Guadiana<br />

aqui a vegetação tem um importante papel na manutenção <strong>do</strong>s solos, ao constituir uma<br />

barreira para a escorrência das águas pluviais e diminuin<strong>do</strong> os riscos de erosão. Estes<br />

<strong>vale</strong>s suportam assim uma das maiores riquezas biológicas <strong>do</strong> Baixo Alentejo, o que<br />

justifica a necessidade da sua conservação.<br />

� Curiosidades para desvendar<br />

Se lhe dissermos que o <strong>no</strong>me científico da Aroeira é Pistacia lentiscus é provável que lhe<br />

venha à memória o pistacho, esse fruto seco tão amplamente comercializa<strong>do</strong>. Ora, esta<br />

semelhança não é apenas coincidência, pois a Aroeira é parente da árvore que dá os<br />

pistachos (a Alfostiga). Os primeiros fósseis <strong>do</strong> género Pistacia foram encontra<strong>do</strong>s na<br />

Ilha da Madeira e datam da Era Terciária.<br />

� Histórias para contar<br />

Numa terra em que o cultivo de cereal constituiu, até há pouco tempo, a base da<br />

exploração agrícola, os moinhos ocorrem na paisagem como testemunhos <strong>do</strong>s tempos<br />

em que o Homem ainda não dispunha de meios mecânicos e recorria à força da<br />

natureza e <strong>do</strong>s animais. O PNVG é rico em estruturas moageiras, estan<strong>do</strong> a maior parte<br />

concentra<strong>do</strong>s a sul de Mértola.<br />

À fase da produção <strong>do</strong> cereal seguia-se a da moagem, realizada maioritariamente em<br />

moinhos localiza<strong>do</strong>s perto de linhas de água com corrente para fazer funcionar os<br />

engenhos. O moleiro permanecia nestes locais enquanto o caudal permitisse a utilização<br />

da sua força motriz, geralmente de mea<strong>do</strong>s da Primavera a mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Outo<strong>no</strong>. Muitas<br />

vezes isola<strong>do</strong> <strong>do</strong>s aglomera<strong>do</strong>s populacionais, a sua subsistência provinha <strong>do</strong> meio que<br />

o rodeava. A partir destas água retirava o peixe e mantinha pequenas hortas, de onde<br />

obtinha os produtos que constituíam a base da sua alimentação. Mas as encostas <strong>do</strong>s<br />

rios e ribeiras também proporcionavam a manutenção de uma actividade<br />

complementar, a apicultura, sustentada a partir das plantas melíferas que aparecem<br />

nesta vegetação.<br />

Os Moinho <strong>do</strong>s Canais têm o seu <strong>no</strong>me associa<strong>do</strong> a uma arte de pesca artesanal<br />

praticada neste local, o caneiro (destina<strong>do</strong> a capturar lampreias). Consistia numa<br />

armadilha <strong>do</strong> tipo barreira feita a partir de matérias vegetais, como as canas e os<br />

loendros, e colocada junto às represas de água (açudes) <strong>do</strong>s moinhos. Quan<strong>do</strong> o caudal<br />

<strong>do</strong> rio era me<strong>no</strong>r, e não conseguia galgar o açude, a única passagem possível para os<br />

peixes era através <strong>do</strong>s canais que levavam a água às <strong>no</strong>ras, mas que se encontrava<br />

bloqueada pelo caneiro. Era um tipo de pesca que, após implementada, não exigia<br />

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