percursos pedestres no parque natural do vale do guadiana

Ao ritmo das águas do Vascão
expostos aos olhos dos predadores. No Inverno, podemos aqui observar Tordos-
comuns, Estorninhos-malhados e Pombos-torcazes, todas elas espécies cinegéticas �.
Os mais atentos apercebem-se que o solo é pedregoso, facto que para nós não tem
muita importância, mas que se torna crucial para as espécies que, como o Coelho,
necessitam de escavar túneis para aí construir as suas tocas. Essa dificuldade
condiciona o aumento dos seus efectivos mas, mesmos assim, é provável que tenhamos
a sorte de ver um destes animais, ou uma parente próxima – a Lebre - embora a sua
detecção seja mais difícil. Casualmente, os Saca-rabos também aqui aparecem,
provavelmente à procura de insectos que são atraídos pelos odores florais.
Considerados sagrados pelos antigos egípcios, em Portugal são, genericamente,
indesejáveis e injustamente perseguidos �.
Saber que esta zona é frequentada por Veados poderá provocar algum entusiasmo, mas
rapidamente moderado pois dificilmente teremos oportunidade de vê-los. Os
sentimentos não acabam por aqui, pois os nervos podem vir à flor da pele se
encontrarmos tiras de plástico vermelhas, utilizadas pelos caçadores para assinalar os
locais de montaria para os Javalis.
Se os mamíferos de médio e grande porte não encontram aqui condições muito
vantajosas, os micromamíferos e os répteis possuem uma grande vantagem devido à
quantidade de alimento disponível e à relativa facilidade com que se movimentam entre
a vegetação.
Depois desta breve incursão pelo mundo da fauna, a nossa atenção volta-se novamente
para o percurso, pois o caminho estreitou ligeiramente e temos que evitar que as
Estevas se colem à nossa roupa�.
À medida que avançamos, torna-se evidente o aumento da diversidade florística, com o
aparecimento da Aroeira e do Tojo, que conferem novos odores e cores ao percurso. A
dada altura, já quase no final da descida, o caminho torna-se mais pedregoso, sinal que
estamos quase a chegar ao rio, o que é comprovado pelo aparecimento de Loendros,
que servem de pouso ao raro Rouxinol-do-mato. À nossa frente surge um pomar com
Oliveiras, Figueiras e Amendoeiras, provavelmente plantadas na altura em que os
moinhos construídos ao longo da Ribeira do Vascão ainda funcionavam. Perto deste
local, podemos observar as ruínas de duas dessas estruturas moageiras, os moinhos
Novo e o de Melão, cujos pormenores só são perceptíveis aos olhos de quem conheceu
este ofício.
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