percursos pedestres no parque natural do vale do guadiana

À volta do montado
hidrológico, pois protegem o solo contra a erosão hídrica. A acrescentar a tudo isto,
tem-se ainda que o montado permite o desenvolvimento da vida selvagem, sendo um
dos ecossistemas com maior biodiversidade da Europa.
� Descobertas a fazer
Para aqueles que ainda não conseguem diferenciar a Azinheira do Sobreiro, aqui ficam
algumas dicas que poderão ajudar:
Folhas – são semelhantes, mas as do sobreiro são mais espinhosas
Tronco – a casca do sobreiro é mais grossa e rugosa (cortiça)
Bolota – ambos produzem frutos do tipo glande, conhecidos como bolotas. A cápsula da
bolota da Azinheira é quase lisa quando comparada com a do sobreiro, que é escamosa.
� Histórias para contar
O Porco preto alentejano de montado (Porco-de-montanheira) tem a sua fama
associada ao extraordinário sabor da carne, resultante da alimentação à base de bolota
e erva, livremente pastadas nos montados de sobro e azinho. As porcas começam a
criar a partir de 1 ano de idade e têm 5 criações em 3 anos. A gestação dura 3 meses e
20 dias, ao fim dos quais nascem, normalmente, entre 6 a 8 leitões (regionalmente
chamados de farroupos). O nascimento dá-se sob o abrigo de cabanas, designadas por
maternidades, que são visíveis neste percurso, e a alimentação dos leitões é efectuada
através do leite materno, durante cerca de 45 dias. Após o desmame, os animais são
alimentados à base de cereais, num processo denominado de recria. Esta fase dura
cerca de 14 meses, ao fim da qual se entra no regime de montanheira, que se
caracteriza por os animais pastarem ao ar livre no montado. Os Porcos são abatidos por
volta dos 20 meses, guardando-se os melhores animais para reprodução. Da sua carne
e vísceras obtém-se uma panóplia de produtos de salsicharia, muito utilizados na nossa
gastronomia.
� Curiosidades para desvendar
A Tremocilha, para além de muito apreciada pelo gado quando está seca, pode
contribuir para aumentar a fertilidade dos solos e, assim, melhorar as pastagens de
sequeiro. As leguminosas, como é o caso desta planta, possuem nas suas raízes uma
bactéria denominada Rhizobium, que tem a particularidade de ajudar a fixar o azoto
atmosférico no solo.
67