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Revista Newslab Edição 179

Revista Newslab Edição 179 - Setembro 2023

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quando uma enteropatia<br />

é identificada. Esses<br />

testes podem ser divididos<br />

em duas categorias:<br />

os autoanticorpos,<br />

como o antiendomísio<br />

(EMA) e a antitransglutaminase<br />

tecidual (tTG),<br />

e os anticorpos direcionados<br />

contra o agente<br />

agressor, como a gliadina.<br />

Esses anticorpos são<br />

predominantemente da<br />

classe IgA ou IgG1. Devido<br />

à alta probabilidade<br />

de deficiência de IgA<br />

em pacientes com DC, é<br />

essencial solicitar a dosagem<br />

da IgA total junto<br />

com os testes sorológicos<br />

(SIQUEIRA et al. 2015). Os<br />

testes baseados em IgG<br />

são úteis na detecção da<br />

DC em pacientes com<br />

deficiência de IgA.<br />

A escolha de realizar<br />

a triagem com a dosagem<br />

de anticorpos IgA<br />

antitransglutaminase<br />

é baseada em sua alta<br />

sensibilidade (95%),<br />

especificidade (95%)<br />

e custo relativamente<br />

baixo2,3,6,10. Para a<br />

investigação dos anticorpos<br />

IgA antiendomísio,<br />

utiliza-se a técnica<br />

de imunofluorescência<br />

indireta, na qual o anticorpo<br />

antiendomísio se<br />

liga ao endomísio, produzindo<br />

um padrão de<br />

coloração característico.<br />

O resultado é relatado<br />

como positivo ou<br />

negativo. Embora seja<br />

um teste sensível (80%)<br />

e altamente específico<br />

(100%) para DC, é um<br />

exame mais caro e que<br />

depende da habilidade<br />

do observador (BAI et<br />

al. 2013).<br />

Os testes para anticorpos<br />

IgA e IgG antigliadina<br />

têm sensibilidade<br />

e especificidade moderadas,<br />

e atualmente<br />

não são recomendados<br />

rotineiramente para o<br />

diagnóstico da doença<br />

celíaca. Já os anticorpos<br />

IgA e IgG para peptídeos<br />

sintéticos de gliadina<br />

deaminada (DPG)<br />

apresentam alta sensibilidade,<br />

porém baixa<br />

especificidade. Estudos<br />

têm demonstrado que<br />

a detecção da classe IgG<br />

é altamente sensível e<br />

específica para a suspeita<br />

geral de DC (SIQUEI-<br />

RA et al. 2015).<br />

Quando um paciente<br />

apresenta quadro clínico<br />

fortemente sugestivo de<br />

DC, mas possui a IgA anti-<br />

-TG2 negativa com IgA<br />

normal, devemos considerar<br />

a possibilidade de<br />

um resultado falso negativo.<br />

Essa situação pode<br />

acontecer em casos de<br />

dieta com pouca ingesta<br />

de glúten, enteropatia<br />

perdedora de proteína,<br />

uso de medicação imunossupressora<br />

e crianças<br />

abaixo de 2 anos de idade<br />

(BAI et al. 2013).<br />

Por outro lado, a IgA anti-<br />

-TG2 pode estar levemente<br />

aumentada em outras<br />

patologias como doenças<br />

autoimunes, infecções,<br />

tumores, lesão miocárdica,<br />

desordens hepáticas e psoríase<br />

(HUSBY et al. 2012).<br />

Silva e Furlanetto (2010)<br />

reforçam a importância<br />

de que, em casos com<br />

alta suspeição de DC,<br />

porém com testes persistentemente<br />

negativos,<br />

os indivíduos realizem<br />

tipagem para HLA e, se<br />

positivos, devem recorrer<br />

à biópsia duodenal ou,<br />

alternativamente, realizar<br />

diretamente a biópsia.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>179</strong> | Setembro 2023<br />

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