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Fazer download PDF - Fundação Cultural do Estado da Bahia

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ALEILTON FONSECA<strong>da</strong> gente; aí, pois, é que ficavam de-valor! De quan<strong>do</strong> em dia, vez ou outra, elepassava por aqui, então maduro, já não muito risonho. Ou era eu que sonhava?– Nhô Guimarães está muito bem – Manu comentava.– Como que você sabe, homem?– Saben<strong>do</strong>, tive uma intuição.Nhô Guimarães pelo mun<strong>do</strong>, a gente ficava numa espera sem jeito. Sim, masé certo que houve, ao menos um dia, esse ato. Ou não? De passagem relâmpaga,ele veio aos abraços de Manu, a lhe tomar uns conselhos. Algo que dissesse desua entra<strong>da</strong> nas honras de uma famosa casa, lá pras ban<strong>da</strong>s <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de grande.Eu estava a caçar um galo perdi<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> voltei, sem saber o exato, fiquei deposse somente <strong>do</strong>s detalhes. Haja o senhor, nas justas observações. O mun<strong>do</strong>espanta: vivemos de queixo cain<strong>do</strong>. Assunte esse diálogo e pronto, depois agente prova mais um café coa<strong>do</strong>.Eu queria ter ao menos um neto, ali no canto, escutan<strong>do</strong> nossa conversa. Ah,pois, a natureza é uma, nós somos uns vários uns. Estamos aqui, os reviventes <strong>do</strong>ato. É de vera? Não se atoleime, a vi<strong>da</strong> é um rio corrente. Eu vi, com estes olhosque a terra há de comer. Mas também duvi<strong>do</strong>. Ou sonhei o certo? Prosseguiu,<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is amigos, Manu e Nhô Guimarães, essa derradeira conversa. O senhor, sequeren<strong>do</strong>, anote. De primeiro, foi Manu falan<strong>do</strong>:– Nhô não devia de entrar, acho, sei não...– Mas por quê? – Nhô in<strong>da</strong>gava.– Conforme Nhô mesmo disse, já tentou uma vez, não foi servi<strong>do</strong>.– To<strong>do</strong>s <strong>da</strong> casa agora desejam que eu entre – ele explicava. Manu prosseguiu:– Isto é, o senhor, homem <strong>da</strong>qui, é pessoa ver<strong>da</strong>deira. Mas lá, os demais, nemto<strong>do</strong>s têm essa suficiência. A falsi<strong>da</strong>de é um mal encoberto .– O que me apalavra a respeito, em dizeres seguros?– Nhô, na<strong>da</strong> não. Isso de o senhor narrar mais certo o que a gente convive,com seu apalavramento, isso é um <strong>do</strong>m.– Pois, sim?– Se Nhô tomar parte <strong>do</strong> duvi<strong>do</strong>so, será que não perde o <strong>do</strong>m?– Mas, se perco o <strong>do</strong>m, será que morro?– Não sei, o senhor que diga. Aliás, faça a sua sina, mas antes medite unsanos bastantemente. To<strong>do</strong>s têm sua hora e vez, Nhô Guimarães também. Quemescreve certo por linhas tortas? A fruta boa só dá no tempo.Foi Manu dizer isso, os <strong>do</strong>is se calaram. Essa conversa era o trato mais sériode to<strong>do</strong>s. O café, já esqueci<strong>do</strong>, desistia de desenhar os seus vapores no ar. Fiqueipor ali, eles nem me viam, acabrunha<strong>do</strong>s que estavam. Eu, me plantan<strong>do</strong> dealheia, não sabia entender os nós que ali se desatavam. Então, Manu de vez sederreou cabisbaixo, depois olhou com uma luz úmi<strong>da</strong> nos olhos. E se impostou,no ponto pondera<strong>do</strong> <strong>da</strong>s somas, nos seus conformes, de uma por to<strong>da</strong>s as vezes.Os <strong>do</strong>is se encararam no sério. E ca<strong>da</strong> qual usou a palavra, finalizan<strong>do</strong>:28

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