1 - ppgel/ileel/ufu - Universidade Federal de Uberlândia
1 - ppgel/ileel/ufu - Universidade Federal de Uberlândia
1 - ppgel/ileel/ufu - Universidade Federal de Uberlândia
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Os contos <strong>de</strong> fadas são narrativas transferidas <strong>de</strong> geração para geração através dos<br />
séculos, <strong>de</strong> forma a resistirem às diversida<strong>de</strong>s sofridas pelas organizações sociais e suas<br />
populações. Tendo em vista que essas narrativas têm sido fonte <strong>de</strong> pesquisa em diversas<br />
áreas como a antropologia, a história, a literatura, a psicologia, a psiquiatria, entre<br />
outras, “os contos <strong>de</strong> fadas fazem parte <strong>de</strong>sses livros eternos que os séculos não<br />
conseguem <strong>de</strong>struir e que, a cada geração, são re<strong>de</strong>scobertos e voltam a encantar leitores<br />
ou ouvintes <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s” (COELHO, 2008, p. 27). Tais narrativas maravilhosas<br />
estão vinculadas às condições <strong>de</strong> produção literária, representando, muitas vezes, um<br />
reflexo da estrutura social. Nesse sentido, evi<strong>de</strong>ncia-se, na época <strong>de</strong> Perrault, dos irmãos<br />
Grimm, e <strong>de</strong> An<strong>de</strong>rsen, séculos XVII, XVIII e XIX, respectivamente, o caráter típico do<br />
discurso patriarcal – característica marcante <strong>de</strong>ssas narrativas clássicas – em<br />
consonância com o silenciamento tanto das personagens femininas, quanto do fato <strong>de</strong><br />
serem mulheres a maioria das transmissoras <strong>de</strong>sses contos. O silenciamento das<br />
personagens femininas nos contos <strong>de</strong> fadas é posto em questionamento pelo processo<br />
revisionista através, principalmente, <strong>de</strong> escritoras que primam por uma revisão do papel<br />
feminino <strong>de</strong>sempenhado pelas protagonistas dos contos <strong>de</strong> fadas clássicos, cujas bases<br />
patriarcais requerem mulheres passivas e reprimidas. Esse projeto <strong>de</strong> pesquisa tem como<br />
objetivo analisar o conto “Snow Night”, da coletânea Feminist Fairy Tales (1996), <strong>de</strong><br />
Barbara G. Walker, a fim <strong>de</strong> avaliar a ressignificação dos aspectos <strong>de</strong> rejeição feminina<br />
frente ao discurso patriarcal e o agenciamento feminino nessa releitura, a partir das<br />
perspectivas revisionistas e feministas. Para essa apresentação <strong>de</strong> comunicação oral,<br />
foram selecionadas a pesquisa da evolução das versões <strong>de</strong> Branca <strong>de</strong> Neve e os Sete<br />
Anões, uma vez que é o texto fonte <strong>de</strong>ssa pesquisa, a partir <strong>de</strong> um viés histórico-social,<br />
e a apresentação do conto “Snow Night”, apontando questões a serem abordadas na<br />
análise que se realizará posteriormente, consi<strong>de</strong>rando, entre outras coisas, o conceito <strong>de</strong><br />
revisão, <strong>de</strong> Adrienne Rich; as noções <strong>de</strong> táticas revisionistas <strong>de</strong> Rachel DuPlessis; os<br />
níveis <strong>de</strong> revisionismo ficcional apresentados por Maria Cristina Martins e o conceito<br />
<strong>de</strong> carnavalização <strong>de</strong>lineado por Mikhail Bakhtin.<br />
Palavras-chave: Contos <strong>de</strong> fadas. Revisionismo. Feminismo. Branca <strong>de</strong> Neve.<br />
LITERATURA INFANTIL E FORMAÇÃO CONTINUADA DE<br />
PROFESSORES: FORMANDO LEITORES<br />
62